sexta-feira, 18 de fevereiro de 2011

HERÓI ESQUECÍVEL

Besouro Verde reaparece agora no cinema com fraca adaptação com Seth Rogen na pele do herói

Em 1936 estreava na rádio o seriado “Besouro Verde” sobre dois homens mascarados combatendo o crime. Trinta anos depois ele foi parar na TV num seriado de mesmo nome que teve apenas uma temporada. O grande atrativo dele era a presença do ator Bruce Lee como Kato, fiel escudeiro do herói. Agora é a vez do mascarado aparecer no cinema em “O Besouro Verde”.

A versão cinematográfica ganha tom cômico. Foi assim com o bem sucedido “Starsky & Hutch - Justiça em Dobro” e na má sucedida franquia “As Panteras”. “O Besouro Verde” segue o caminho deste último e coloca Seth Rogen (“Ligeiramente Grávidos”) na pele do Besouro.

Ele é Britt, filho de James Reid, dono do jornal ‘O Sentinela Diária’. A relação dos dois sempre foi complicada e após a morte do pai, Britt precisa comandar o jornal. Numa vida regada a festas e sempre na companhia de belas mulheres, ele se dá conta de que não fez nada de importante na vida.

Para o dia de Britt começar bem ele precisa do café especial que é preparado para ele. O rapaz fica sabendo que é Kato (vivido pelo estreante em Hollywood, Jay Chou), mecânico de James, quem faz a bebida. Os dois se dão bem e assim Kato mostra incríveis gadgets criados por ele, escondidos na garagem.

Numa conversa de bêbados, Britt pensa em se unir a Kato para combater o crime, pois as ferramentas que estão na garagem podem os ajudar nisso. A ideia deles agirem como super-heróis é estúpida. Todo super-herói tem capa, é bom, salva a humanidade e está nos filmes e HQs. Por isso, os dois serão diferentes. Como Besouro Verde – nome inspirado na abelha que matou o pai de Britt – ele e Kato se unem para combater o crime bancando bandidos mascarados.

A produção está em cartaz também em 3D e o efeito só se destaca nas sequências de luta de Kato, numa cena forçada dele abrindo duas garrafas de cerveja e as tampas vão na direção da tela e nos créditos finais. A versão em 2D já dá pro gasto.

Rogen além de atuar, é o produtor e roteirista do filme. Ele resolveu fazer de Besouro um cara atrapalhado, reclamão, sem talento e que salva as pessoas por pura sorte. Assim ele se torna um herói muito, mas muito irritante. Ele se revolta já que ele é o herói e Kato um mero ajudante. Mas com essa tentativa de tornar “O Besouro Verde”, uma comédia, Rogen anula o protagonista e dá espaço para os coadjuvantes se darem melhor.

Assim como no seriado é Kato, quem rouba a cena. As melhores cenas são dele, em especial quando ele visualiza como podem ser as lutas, artifício já usado em “Sherlock Holmes”. Outro que se destaca é Christoph Waltz (“Bastardos Inglórios”) como o vilão Chudnofsky. Ele é um cara ultrapassado, com carisma zero, nome sem charme e que se veste mal. Assim ele se torna Bloodnofsky, nome que faz referência a sangue, pois é legal e assusta as vítimas. Como Rogen, Cameron Diaz também não se salva na pele de Lenore, uma linda mulher formada em Jornalismo e expert em criminologia que procura emprego de mera secretária.

“O Besouro Verde” tenta ser uma comédia de ação, mas no fim é uma cópia muito ruim dos filmes da série “A Pantera Cor-de-rosa – que tinha o personagem Cato Fong, inspirado na série “Besouro Verde” – perito em artes marciais que atacava Closeau e dos filmes do 007 em função dos gadgets e de uma cena em que o carro de Besouro é partido no meio, lembrando assim 007 – Na Mira dos Assassinos, quando James Bond dirige um carro partido pelas ruas de Paris. “O Besouro Verde” é um caso raro, em que o herói é um cara chato destinado ao esquecimento.

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