sexta-feira, 29 de janeiro de 2010

DE TIRAR O FÔLEGO

Grande elenco com as mais belas atrizes do cinema se reúnem no sexy musical "Nine"

Nicole Kidman, Penélope Cruz, Kate Hudson, Marion Cottilard, Fergie e Sophia Loren juntas na tela? Sim. Esse elenco de belas estrelas desfilam em coreografias sensuais e insinuantes no musical “Nine”. As beldades ficaram sob a batuta de Rob Marshall, renomado coreógrafo de musicais que debutou como diretor no fantástico e ganhador de seis Oscar, “Chicago”.

“Nine” é baseado no musical homônimo, que estreou na Broadway em 1982. Este musical por sua vez foi inspirado no clássico “Fellini 8 ½”, em que Marcello Mastroianni vive o cineasta Guido, em plena crise de inspiração que não consegue encontrar uma ideia para o seu próximo filme.

Em “Nine”, Guido é interpretado por Daniel Day-Lewis. Ele passa por uma crise artística enquanto tenta fazer seu nono filme chamado "Itália". As filmagens começam em dez dias e ele ainda não tem um roteiro. Este é o seu dilema, como fazer um filme sem roteiro.

Em meio ao ócio criativo, Guido tem de lidar com um tormento pessoal ao ser perseguido pelas mulheres de sua vida: a esposa, Luisa (Cottilard); a amante, Carla (Cruz); a musa de seus filmes, Claudia (Kidman); a figurinista e confidente, Lilli (Judi Dench); a jornalista de moda, Stephanie (Hudson); a prostituta que conheceu durante a juventude, Saraghina (Fergie, do grupo The Black Eyed Peas) e a mãe, Mamma (Loren).

”Nine” é um verdadeiro resgate as grandes produções realizadas no passado, em especial, as feitas no complexo de estúdios italiano Cinecittà. O musical utiliza a metalinguagem para mostrar o filme dentro de um filme, com uma impecável reconstituição de época, que mostra os bastidores de produção no estúdio.

O filme é uma explosão de ritmos, coreografias e canções. Cada uma das mulheres da vida de Guido fazem seus números musicais. A aparição de Penélope Cruz como Carla é deliciosa em todos os sentidos. Ela está muito provocante na pele da amante carente. Sua performance musical é para deixar qualquer um de boca aberta. Incrível! Kate Hudson como a atrevida Stephanie está radiante ao cantar a vibrante canção “Cinema Italiano”. A cada número musical dá vontade de aplaudir. Marion Cottilard brilha como a esposa desiludida com o casamento. O olhar, a fala e seu gestual faz o espectador sentir sua dor de mulher traída. A única que não consegue empolgar infelizmente é Nicole Kidman em um número musical sem ânimo.

O diretor mantém a fórmula que fez em “Chicago”, em que os personagens não param uma conversa para cantar. Os números musicais são independentes ao que corre na trama. Eles são uma fantasia de cada personagem em relação ao que acontece. No caso das mulheres é a forma como cada uma delas veem Guido. Mas “Nine” não consegue ser superior a “Chicago”. Talvez por ser uma adaptação de uma peça, o filme acabou ficando muito teatral, o público na plateia e as encenações musicais em um palco. As mulheres de Guido aparecem muito pouco. Mas mesmo com alguns deslizes, “Nine” consegue agradar a quem adora ver um personagem soltando o gogó na tela.

sexta-feira, 22 de janeiro de 2010

ASTRO BOY

O garoto robô Astro é um personagem que surgiu nos anos 60 como série animada japonesa de TV, criada por Osamu Tesuka. Agora tardiamente, o menino de cabelo espetado ganha uma versão cinematográfica, roteirizada inclusive por Tesuka.

No filme “Astro Boy” o Dr. Tenma tem um filho de quem se orgulha muito, Toby. O garoto de 13 anos é muito curioso e certo dia vai escondido até a empresa em que o pai trabalha para ver a nova descoberta dele. Mas tanta curiosidade faz com que Dr. Tenma perca Toby para sempre. Inconsolável ele cria um robô programado com todas as lembranças do filho a partir de um fio de cabelo. O robô possui um avançado sistema de defesa, assim o pai não corre o risco de perdê-lo de novo.

Será que um robô consegue ser semelhante a um ser humano? É isso que Dr. Tenma questiona. Ele acha que o robô é brilhante como Toby, mas diferente. O problema é que toda vez em que ele olha para o robô, lembra que Toby se foi. Esta tristeza irreparável faz com que Dr. Tenma o abandone. O robô vai parar na Superfície, uma espécie de depósito de lixo, cheio de robôs estragados. Lá ele encontra um grupo de crianças e ganha o nome de Astro.

Apesar de temáticas sombrias como a morte e o abandono, “Astro Boy” foi criado para agradar o público infantil, em especial os meninos. A animação é repleta de ação. Astro é um robô que usa seus artifícios tecnológicos para se tornar um herói e assim quem sabe reconquistar o amor de seu criador/pai. É uma produção singela que funciona mais na tela pequena como uma Sessão da Tarde descontraída. Sem muitas aspirações.

segunda-feira, 18 de janeiro de 2010

NOITE EQULIBRADA

A premiação do Globo de Ouro opta pela diversidade e elege “Avatar” e “Se Beber, Não Case” os melhores filmes de 2009

Equilíbrio. Esta foi a palavra que guiou a cerimônia do 67° Globo de Ouro, ontem em Los Angeles. Com um tapete vermelho encharcado por causa da chuva que caía do lado de fora do hotel The Beverly Hilton, local da festa, o grande ganhador da noite foi a ficção científica “Avatar”. Ela levou os prêmios de melhor filme e melhor diretor para James Cameron que teve reconhecido seu extenso trabalho de pesquisa tecnológica para a concepção do filme.

Este resultado é um forte indicador de que a cerimônia do Oscar que acontece em sete de março terá um gostinho de repeteco. Em 1998, a premiação agraciou “Titanic”, também de Cameron, com 11 Oscar. Com esta vitória de "Avatar", a chance da produção levar troféus nas principais categorias é grande. Nos quesitos técnicos, isto já é garantido. A bela animação “Up - Altas Aventuras” também conquistou dois prêmios: melhor animação e melhor trilha sonora.

“Amor sem Escalas”, “Bastardos Inglórios” e “Nine” eram os fortes concorrentes da noite. Os dois primeiros levaram apenas um prêmio cada: melhor roteiro e melhor ator coadjuvante para Christoph Waltz, respectivamente. O musical “Nine” saiu de mãos abanando.

2009 foi uma boa safra de filmes e no período de premiações fica difícil escolher qual é o melhor. Foi duro ver Quentin Tarantino indicado a melhor diretor e roteirista, não levar nada pelo seu genial “Bastardos Inglórios” e o sexy “Nine” não ganhar na categoria melhor filme musical ou comédia. “Se Beber, Não Case” que fez um estrondoso sucesso de público, acabou conquistando os votantes do Globo de Ouro ao levar o prêmio nesta categoria.

A revelação Carey Mulligan que tem sido a queridinha das premiações por sua atuação em “Educação” foi preterida e Sandra Bullock levou o prêmio na categoria melhor atriz em drama por “O Lado Cego”. Meryl Streep que concorria contra si mesma na categoria melhor atriz em comédia por “Simplesmente Complicado” e “Julie & Julia” levou seu Globo de Ouro por este último. Quanto aos homens o favorito Jeff Bridges ganhou o prêmio de melhor ator em drama por “Coração Louco” e o sempre maravilhoso Robert Downey Jr. por seu “Sherlock Holmes” na categoria ator em comédia. No campo televisivo, a série "Mad Men" foi a eleita melhor drama e "Glee" na categoria comédia ou musical.

O melhor da festa foi a apresentação do mestre de cerimônias, Ricky Gervais que não largou seu copo de cerveja e ousou fazer piada com Mel Gibson: “O próximo apresentador é um cara que adora beber. Deem as boas vindas a Mel Gibson”. O ator que sempre teve problemas com a bebida foi preso em 2006 por dirigir embriagado e fazer comentários anti-semitas ao policial que o prendeu. A plateia não resistiu e caiu na risada. O ano só está começando e muitas premiações ainda vêm pela frente.

sexta-feira, 15 de janeiro de 2010

SUCESSOS DE PÚBLICO

Programa Vá ao Cinema levou 2,2 milhões de estudantes ao cinemas em 2009

O projeto Vá ao Cinema, da Secretaria da Cultura do Estado de São Paulo tem levado crianças e jovens ao cinema para verem filmes nacionais. Ele visa a distribuição gratuita de ingressos de cinema, destinados a alunos do ensino médio de escolas da rede pública. O projeto serve para a formação e fomento voltado para o cinema nacional.

Em 2010 o Vá ao Cinema entra em seu terceiro ano após ótimos resultados em 2009. Foram 115 municípios participantes com um público de 2,2 milhões de estudantes, superando o número de 2008 que foi de 1,9 milhão. O filme "Verônica" tem uma temática do cotidiano escolar no qual uma professora (Andréa Beltrão) da rede municipal precisa levar um aluno para casa. No trajeto precisam lidar com muitos perigos. Este foi o filme mais popular entre os espectadores do projeto. Ele foi assistido por 158 mil estudantes.

Segundo André Sturm, coordenador da Unidade de Fomento e Difusão de Produção Cultural (UFDPC) da Secretaria da Cultura de São Paulo, este foi um índice de aproveitamento de quase 95%. “Outro ponto importante foi ver muitos filmes de carreira discreta em seus lançamentos, com enorme sucesso, como o caso do filme 'Verônica'. Ele é um excelente filme e teve uma carreira muito aquém de seu potencial. No programa levou mais de 150 mil pessoas às salas. Isso mostra o potencial de diversos filmes brasileiros que ficam perdidos seja pelo oligopólio da distribuição, seja pelo preço dos ingressos”.

Para Sturm, não há dúvidas em afirmar que esse programa do governo do de São Paulo é um dos maiores, se não o maior programa cultural do país devido ao número de pessoas alcançadas. Para 2010, a programação ainda não está definida. São os donos das salas de cinema participantes quem escolhem os filmes a serem exibidos. “Neste ano pretendemos que o programa continue a ser esse grande sucesso e pelo menos manter o mesmo número de vales trocados nos cinemas”, afirma Sturm.

Filmes mais vistos no programa Vá ao Cinema

"Verônica": 158 mil
"A Ilha do Terrível Rapaterra": 154 mil
"Tainá - Uma Aventura na Amazônia": 144 mil
"O Grilo Feliz e os Insetos Gigantes": 132 mil
"Brichos": 129 mil
"Oriundi": 84 mil

sexta-feira, 8 de janeiro de 2010

"ELEMENTAR MEU CARO WATSON"

O detetive Sherlock Holmes ganha um filme cheio de estilo pelas mãos do diretor Guy Ritchie

Cachimbo, casaco, chapéu e um quê de arrogância são características de um dos personagens mais intrigantes da literatura inglesa, o detetive consultor Sherlock Holmes. Das páginas dos livros de Arthur Conan Doyle para as muitas adaptações para a televisão e o cinema, agora ele retorna no filme "Sherlock Holmes" com seu charme clássico misturado ao estilo moderno do diretor Guy Ritchie.

Uma tendência muito forte em Hollywood está nos prequels no qual mostra o surgimento de personagens famosos como Batman em "Batman Begins", James Bond em "007 Cassino Royale" e mais recentemente Wolverine em "X-Men Origens: Wolverine".

Aqui Ritchie não segue o mesmo caminho, ele já parte para o trabalho especializado de Holmes no meio de um caso envolvendo o Lorde Blackwood, interpretado por Mark Strong, que repete a parceria com Ritchie após "RocknRolla - A Grande Roubada". Blackwood é perseguido pela agência da Scotland Yard por uma série de assassinatos, alguns deles envolvendo ritos de magia negra. Holmes ajuda no caso para capturá-lo.

Resolvido o caso, Holmes entra em uma crise de marasmo, louco para surgir uma nova investigação. E é isso que ele consegue, já que preso, o Lorde vai dar muito mais trabalho do que imaginavam, com grandes acontecimentos iminentes. O plano dele é criar um futuro com novas regras com a tomada do poder no Parlamento. Seu instrumento para a vitória será impregnar o medo na população com ameaças malignas.

Na pele do detetive Sherlock Holmes está o sempre ótimo Robert Downey Jr. e o fiel amigo e parceiro nas investigações, o Dr. Watson é vivido por Jude Law. Holmes é um homem ardiloso. Para ele os detalhes são as coisas mais importantes. Ao entrar em um cômodo, astutamente percebe as características do ambiente e das pessoas presentes. “O crime é comum, a lógica é rara”. É com essa afirmação que o detetive se joga nos casos em emaranhados de peças no quebra cabeça do qual se trata uma investigação. Ainda na história há a ladra Irene Adler (Rachel McAdams) adversária de Holmes, que conseguiu enganá-lo duas vezes graças ao poder do seu charme.

O filme tem um roteiro esperto com uma avalanche de diálogos ágeis muito deles enleados, típico do cinema de Ritchie. Outra marca forte é o humor tantos nos diálogos quanto em cenas físicas. O som é um recurso usado de forma pouco costumeira. O som não serve para se fazer ouvir o estardalhaço em cenas barulhentas como brigas ou uma grande explosão. Na produção os ruídos são abafados para contrastar com o que acontece em cena.

Outro ponto forte de "Sherlock Holmes" é o uso da câmera lenta e acelerada. Nas cenas de luta, a câmera lenta surge como instrumento para o detetive imaginar e explicar para o espectador os golpes que vai aplicar no seu oponente para em seguida a luta correr em tempo normal com rápidos cortes. Já a câmera acelerada serve como flashback para Holmes idear o que aconteceu. É elementar dizer que "Sherlock Holmes" é criativo e instigante num mundo de mistérios a serem resolvidos.

segunda-feira, 4 de janeiro de 2010

PODER FEMININO

Sandra Bullock é eleita a atriz mais lucrativa de 2009 e Emma Watson a da década

A versatilidade em fazer comédia e drama fez da atriz Sandra Bullock, a estrela mais lucrativa de 2009. Isso se deve graças aos filmes "A Proposta" que faturou US$ 163 milhões e "O Lado Cego" que já acumulou mais de US$ 209 milhões nos Estados Unidos. A pesquisa anual do Quigley Publishing Company é realizada com donos de salas de cinema dos Estados Unidos e do Canadá. Bullock foi a única mulher do Top 10.

Atrás dela há nomes como Johnny Depp, Robert Downey Jr. e Brad Pitt. O jovem Shia LaBeouf, de 23 anos é o mais jovem da lista. Sua entrada no Top 10 se deve a "Transformers: A Vingança dos Derrotados" que levou US$ 402 milhões nos Estados Unidos.

Outra mulher figura uma diferente lista dos mais rentáveis nas bilheterias. A Hermione da série "Harry Potter", Emma Watson conquista um espaço no Guiness Book of World Records, como a atriz mais rentável dos anos 2000. Os seis filmes da franquia "Harry Potter" registraram US$ 5,4 bilhões mundialmente. É a mulherada dominando as bilheterias.

Astros mais lucrativos de 2009

1.Sandra Bullock
2.Johnny Depp
3.Matt Damon
4.George Clooney
5.Robert Downey Jr.
6.Tom Hanks
7.Meryl Streep
8.Brad Pitt
9.Shia LaBeouf
10.Denzel Washington

sexta-feira, 1 de janeiro de 2010

O FILHO DA DONA LINDU

Cinebiografia do presidente Lula não passa de uma cópia bem inferior de "2 Filhos de Francisco"

“2 Filhos de Francisco” encantou o público com a história sofrida e de sucesso da dupla sertaneja Zezé Di Camargo e Luciano. Agora, “Lula, o Filho do Brasil” tenta fazer o mesmo, de forma descarada ao mostrar a origem pobre de Luiz Inácio da Silva em Caetés, interior de Pernambuco até a sua chegada ao poder ao ser eleito presidente do Brasil.

As duas obras se assemelham nesta jornada sofrida até a glória. “Lula” até segue a mesma linha narrativa de “2 Filhos” ao colocar no foco da história o papel dos pai, neste caso a mãe de Lula, a dona Lindu, interpretada por Glória Pires. Essa sim foi uma batalhadora. Saiu de Caetés com os oito filhos e partiu para Santos (SP) atrás do marido, Aristides. Esse é um alcoólatra que fugiu com a amante tentar a vida na cidade paulista, mas sem sucesso. Ela luta para manter seus filhos e dar uma vida digna a eles. O filme destaca o papel da mãe na vida de Lula e não a forma como ele conseguiu chegar ao poder. A produção não é sobre Luiz Inácio, mas sim sobre dona Lindu, Nada, além disso.