sexta-feira, 30 de julho de 2010

ESTÚDIO MIRAMAX É VENDIDO


Disney fecha acordo por US$ 660 milhões

O estúdio independente Miramax que pertence a Disney foi vendida por mais de US$ 660 milhões ao grupo investidor Filmyard Holdings. O anúncio veio após seis meses do fechamento da Miramax e o acordo será fechado até o final do ano. “Ainda que estejamos muito orgulhosos das numerosas conquistas da Miramax, a estratégia atual da The Walt Disney Studios é centrar-se no desenvolvimento de grandes filmes cinematográficos sob os selos Disney, Pixar e Marvel”, declarou Robert A. Iger, presidente e diretor executivo da Disney.

A venda dará a Filmyard Holdings o direito do nome Miramax, livros, projetos em desenvolvimento e outros bens. Além disso, a empresa terá mais de 700 títulos, dentre eles filmes oscarizados como "O Paciente Inglês", "Chicago" e "Onde os Fracos Não Têm Vez". “Em nome de meus sócios Tom Barrack e Colony Capital, esperamos poder compartilhar este conteúdo de alta qualidade em todo o mundo através de toda classe de meios durante os muitos anos que estão por vir”, declarou Ron Tutor, sócio da Filmyard Holdings.

SUPER SALT

Angelina Jolie vive agente secreta que mais parece uma super-heroína no eletrizante “Salt”

Angelina Jolie é bela, talentosa e heroína de filmes de ação. A estrela tem atuado em filmes do gênero como “O Procurado”, “Sr. e Sra. Smith” e nas duas partes da série “Lara Croft: Tom Raider”. Agora ela mostra mais uma vez em “Salt” que tem cacife de sobra para desbancar muito ator na pele de um herói indestrutível.

Angelina é Evelyn Salt, uma agente da CIA brilhante e com um casamento perfeito. Dois anos atrás ela havia sido presa na Coreia do Norte, acusada de ser espiã. O marido luta para capturá-la, pois ela estava marcada para morrer. De volta a ativa, em um final de expediente, ela precisa lidar com um interrogatório que mudará a sua vida. Um desertor russo aparece com informações de que a agência tem um espião russo e que o nome da pessoa é Evelyn Salt. Ela afirma que não é uma espiã. Indignada, prontamente bate em retirada para salvar a própria pele e provar sua inocência.

Por trás de "Salt" estão o diretor Phillip Noyce e o roteirista Kurt Wimmer. Os dois são hábeis em contar histórias de briga de gato e rato em uma teia de mentiras. Noyce dirigiu bons filmes de espionagem como “O Santo”, “Perigo Real e Imediato” e “Jogos Patrióticos”. “Salt” é a segunda colaboração do diretor com Angelina. Os dois trabalharam juntos no suspense “O Colecionador de Ossos”. Wimmer é um especialista em escrever tramas de espionagem costuradas por reviravoltas como “Thomas Crown: A Arte do Crime”, “O Novato” e “Código de Conduta”.

Em “Salt”, Noyce e Wimmer realizam um ótimo trabalho juntos numa história que envolve resquícios da Guerra Fria e fazem da agente uma mulher forte que praticamente tem super-poderes. Que sensibilidade feminina que nada. Salt é altamente treinada, é perita em explosivos, escala prédio, pula em capotas de caminhões numa via expressa e mata qualquer um sem pestanejar e sem derramar uma gota do próprio sangue. Destemida, Evelyn Salt surpreende e consegue fazer frente à concorrência com outros heróis do cinema. James Bond que se cuide!


quarta-feira, 28 de julho de 2010

MARATONA DE CULTURA POP

Feira Comic-Con realizada nos Estados Unidos atrai milhares de fãs que conferem os lançamentos em cinema, TV e história em quadrinhos

Por quatro dias, San Diego, na Califórnia foi palco do Comic-Con, realizado entre os dias 22 e 25 de julho. A feira reuniu cerca de 125 mil pessoas que puderam conferir palestras, debates, lançamentos de histórias em quadrinhos e apresentação de trailers e cenas de filmes e seriados que vêm por aí. Existente há 41 anos, o Comic-Con tinha inicialmente a pretensão de ser um evento voltado a reunião de fãs de histórias em quadrinhos. Mas hoje, os estúdios de Hollywood perceberam o potencial da feira, se tornando assim uma vitrine para divulgar seus produtos.

Enlouquecer os fãs. Essa é a função do Comic-Con. Cada atração se tornava um verdadeiro espetáculo com os shows organizados para a apresentação dos painéis de lançamentos. No campo televisivo foram exibidas prévias das novas temporadas de "Mad Men", "Glee", "Dexter", "Burn Notice" e "Smallville", além das novas séries "Nikita", "The Walking Dead" e "Hawaii 5-0".

O elenco de "Tron: o Legado" apresentou cenas e um novo trailer do filme. Quem passou por lá também foi Angelina Jolie para promover seu novo trabalho, o filme de espionagem "Salt" que já está em cartaz no Brasil. Outros filmes que foram divulgados na feira foram: "Resident Evil 4: Recomeço", "Harry Potter e as Relíquias da Morte: Parte 1", "Megamente", "Cowboys & Aliens", "Priest" e a quarta parte de "Piratas do Caribe": "Pirates of the Caribbean: On Stranger Tides".

No painel de "Os Mercenários", o diretor/roteirista/ator, Sylvester Stallone acabou fazendo um comentário jocoso sobre o Brasil, o que enfureceu os fãs por aqui. Ele disse: "Pudemos matar pessoas, explodir tudo, e eles (os brasileiros) dizem para você, 'obrigado e tome aqui um macaco para você levar para casa'”. O astro prontamente se desculpou por meio de um comunicado.

O ponto alto do Comic-Con foi a apresentação de adaptações de histórias em quadrinhos para o cinema. Ryan Reynolds foi falar de "Lanterna Verde". O diretor Kenneth Branagh e sua trupe mostraram cenas da aventura do Deus do Trovão, "Thor". O ator Chris Evans e a equipe de "Capitão América: o Primeiro Vingador" apresentaram cenas não editadas da produção que começou a ser rodada em julho.

Mas o que abalou as estruturas do Comic-Con foi a aparição surpresa do elenco do super, hiper, mega aguardado filme "Os Vingadores", que juntará Homem de Ferro (Robert Downey Jr.), Capitão América (Chris Evans), Thor (Chris Hemsworth), Viúva Negra (Scarlett Johansson) e Nick Fury (Samuel L. Jackson). Depois de muitos rumores, no painel, finalmente houve a confirmação de que Jeremy Renner será Gavião Arqueiro, e Hulk, que depois de Eric Bana e Edward Norton, agora será interpretado por Mark Ruffalo.

Breve em um cinema perto de você!

Resident Evil 4: Recomeço 17/09/2010
Harry Potter e as Relíquias da Morte: Parte 1 19/11/2010
Megamente 03/12/2010
Tron: o Legado 10/12/2010
Sucker Punch 04/2011
Thor 11/05/2011
Priest 13/05/2011
Pirates of the Caribbean: On Stranger Tides 20/05/2011
Lanterna Verde 17/06/2011
Capitão América: o Primeiro Vingador 22/07/2011
Cowboys & Aliens 29/07/2011
Os Vingadores 04/05/2012

RETRATO ESPÍRITA

Ângelo Antônio, ator do filme "Chico Xavier" conta detalhes do trabalho em cinebiografia do médium

O líder espiritual Chico Xavier foi uma das figuras mais reconhecidas do Brasil. O filme que traz o nome do médium conta a trajetória de Chico, que viveu 92 anos. Ele desenvolveu importantes atividades espíritas e filantrópicas ao longo de sua vida. Chico passou a ser reconhecido pelos poderes de psicografar mensagens, que viraram livros e assim se tornou uma figura querida por muitos brasileiros. O filme é dirigido por Daniel Filho e o roteiro foi baseado no livro "As Vidas de Chico Xavier", de Marcel Souto Maior. A produção chega hoje em DVD e Blu-ray.

Na produção, Chico Xavier é interpretado por Matheus Costa durante a infância e na velhice por Nelson Xavier. O ator Ângelo Antônio vive o Chico na fase jovem. O trabalho de Antônio é incrível na caracterização do personagem. Ele vive a fase mais importante da vida do médium, em que Chico descobre quem ele é e a sua função na Terra. A partir desta revelação, ele passa a desenvolver o mediunismo, psicografando livros e fazendo atendimentos. Antônio conversou com o NO MUNDO DO CINEMA. Confira a entrevista exclusiva

Como surgiu o convite para interpretar Chico Xavier na fase jovem?
O convite veio do Daniel Filho, diretor do filme. Desde o momento que ele percebeu que precisaria de “três Chicos”, pensou no Nelson Xavier e em mim. O Matheus Costa foi escolhido depois de testes. Curioso é que Nelson e eu temos a mesma altura e esta foi uma das sintonias do filme. Tive duas honras neste projeto – interpretar o Chico e trabalhar com o Nelson.

O senhor teve de fazer muita pesquisa para interpretar Chico Xavier no filme?
Nunca trabalhei um personagem que tivesse um material tão vasto para pesquisar. E não cheguei nem na metade. O que mais me chamou a atenção foi sua docilidade, sensibilidade, essa coisa do feminino. Até hoje leio "O Evangelho Segundo o Espiritismo", abro aleatoriamente de vez em quando...

A sua atuação no filme foi incrível. Como foi o processo do trabalho ao interpretar uma pessoa real (trejeitos, tom de voz etc)?
Eu sinto que a gente faz um trabalho e neste trabalho eu vejo claramente o esforço de muitas pessoas. O pessoal do figurino, a maquiagem, a peruca... Tudo isso vai compondo. Todas estas coisas somadas dão a forma. E trabalhando com um amigo que estava fazendo o filme, Paulo Vespúcio [que interpreta Emiliano], falou; “este cara é prognata, olhe a boca dele”. Isso porque mostrei umas imagens do Chico. Comecei a pensar em ficar mais prognata. Eu colocava algodão para lembrar. Um algodãozinho para dar o efeito do prognata, dava uma diferençazinha. Isso mudava o sentimento, mudava a fala. Também ganhei um lenço que pertencia ao Chico, que era algo pessoal dele. Era forte imaginar que ele tinha aquele lenço, que ele usava. E ainda tinha o perfume que eu ganhei, que eu achava que iria compor, que iria fazer parte desta montagem, desta aglutinação de pessoas e coisas. Dei um vidrinho pro Nelson e um vidrinho pro Matheus, o que foi muito bacana, pois eu sentia que estávamos conectados de alguma forma pelo cheiro. Tudo isso faz a gente dar uma ancorada. Esta é a palavra que traduz.

Como o senhor tem conciliado o trabalho no cinema com o da TV?
É uma loucura. Uma correria. Sai de um set vai para outro compromisso... Termina uma gravação, corre para outro lugar. Um exemplo foi na sexta-feira da estreia do filme em Uberaba. Eu gravei uma cena da novela "Cama de Gato" de manhã no cemitério, e depois corri para o avião direto para Minas...

Que mensagem você espera que o filme "Chico Xavier" passe para o público?
Espero que os conceitos de bondade, tolerância e docilidade possam tocar as pessoas. É um filme que as pessoas merecem assistir

O que você acha da doutrina espírita? O senhor é espírita ou passou a se interessar pelo tema?
Sempre me interessei pela espiritualidade. Quando criança, uma tia me levava a um centro espírita... Mas tento seguir a espiritualidade independente de doutrina. As religiões têm pontos em comum, mas minha busca vai além de dogmas.

Como o senhor avalia os filmes nacionais que têm sido lançados?
Tem muita coisa boa, muito filme bom acontecendo. Ainda está longe de ser o ideal, mas em termos artísticos temos grandes talentos. Desta safra mais nova, gosto muito de "Estômago", por exemplo. É um filme sensacional, o João Miguel está incrível. "Tempos de Paz" também é um belo filme, surpreendente fazer um filme daquele jeito...

segunda-feira, 26 de julho de 2010

TERRA ESTRANGEIRA

Vinda de astros internacionais ao Brasil agita o lançamento de filmes no país

Hugh Jackman, Kristen Stewart, James Cameron... Estes são alguns dos astros que andaram circulando pelo Brasil para promoverem seus filmes. Esta invasão é recente e é um indicador de que os estúdios perceberam que as produções estrangeiras têm um forte potencial nas bilheterias do mercado latino americano. Isso resulta em massiva divulgação nos meios de comunicação resultando em salas de cinemas cheias.

Os últimos a pisarem em solo brasileiro foram Tom Cruise e Cameron Diaz. Os dois foram ao Rio de Janeiro no dia seis de julho, para a pré-estreia da comédia de ação "Encontro Explosivo". A vinda deles fez parte da turnê de promoção do longa, que passou por Salzburg, Sevilha, Cidade do México, Munique, Londres e Bordeaux. Esta foi a segunda vez que Cruise visitou o Brasil a trabalho. No ano passado ele foi ao Rio de Janeiro divulgar "Operação Valquíria" e aproveitou para conhecer a cidade.

No badalado tapete vermelho de "Encontro Explosivo", os atores esbanjaram simpatia e fizeram questão de dar atenção aos fãs. Por mais de uma hora, Cruise e Cameron deram autógrafos e posaram para fotos. A festa contou com muitos famosos como o casal Danielle Winits e Jonatas Faro, Cacá Diegues, Milton Gonçalves, Larissa Maciel e Marcos Paulo. Até eles não resistiram e se aglomeram para ver Cruise e Cameron de perto. O cantor Latino deu um de tiete ao tirar várias fotos da atriz.

Depois da agitação do tapete vermelho, Cruise e Cameron apresentaram o filme para os convidados. No palco, Cruise lendo uma ficha arranhou um português. “Estou muito feliz por estar aqui. Espero que vocês gostem do filme. Nós fizemos o filme para vocês. Muito obrigado. Até mais”. Voltando ao inglês ele disse que treinou o texto para praticar um pouco o seu português. “Eu amo o Brasil e as pessoas daqui. Estou muito feliz de estar aqui para compartilhar o nosso filme com os brasileiros”. Cameron brincou com o fato de não ter entendido nada que Cruise disse: “Eu quis dizer exatamente isso que ele disse (risos). Eu estou há apenas algumas horas no Rio e já amei. Tem sido fantástico! Estou muito feliz de estar aqui com o Tom para apresentar o filme e espero voltar”, contou a bela.

"Encontro Explosivo" tem distribuição da Fox, que tem se mostrado a companhia mais empenhada em trazer grandes nomes para divulgarem suas produções. Foi assim com Cruise e seu "Operação Valquíria" e Will Smith em 2004 para lançar "Eu, Robô". Hugh Jackman veio em 2009 para promover "X-Men Origens: Wolverine". Na ocasião ele até assistiu a um treino do Corinthians em São Paulo e ganhou uma camisa do jogador Ronaldo. Em abril desse ano, o diretor James Cameron acompanhado dos atores Joel David Moore e Sigourney Weaver e o produtor Jon Landau fizeram uma campanha para a chegada de "Avatar" em DVD e Blu-ray.

O fenômeno de "A Saga Crepúsculo" ganhou mais intensidade no ano passado quando em novembro Kristen Stewart e Taylor Lautner promoveram "Lua Nova". Fãs se aglomeraram em frente ao hotel em que os queridos ídolos dos adolescentes estavam hospedados. “Os fãs brasileiros têm sido incrivelmente amáveis e entusiasmados. Eles são muito amistosos e calorosos. Muito legais mesmo”, disse Kristen na época.

MADE IN BRAZIL
O país ainda tem sido o reduto para as filmagens de filmes, clipes e propagandas. Em 1941, o cineasta Orson Welles veio para filmar o documentário "It’s All True" sobre a América do Sul expondo o carnaval e os jangadeiros nordestinos do Brasil. A produção ficou inacabada e só foi lançada em 1993. "007 Contra o Foguete da Morte" teve cenas filmadas no Bondinho do Pão de Açúcar e nas ruas do Rio de Janeiro em pleno Carnaval. "O Incrível Huck" colocou o doutor Bruce Banner nas vielas da favela da Rocinha em uma ótima sequência de perseguição.

As filmagens de "Os Mercenários", de Sylvester Stallone aconteceram no Rio de Janeiro e duraram três semanas. O resultado pode ser conferido a partir do dia 13 de agosto nos cinemas. O elenco de "Fast Five", quinta parte da franquia "Velozes e Furiosos", vem em outubro para as filmagens de algumas cenas. Parte da história será ambientada no Brasil. Brad Pitt é outro que vai pintar por aqui para as filmagens de "The Lost City of Z". Ano passado ele foi até Bonito (MS) pesquisar locações para o filme.

Em 1996, o Rei do Pop, Michael Jakson fez o clipe da música “They Don´t Care About Us”, em Salvador no Pelourinho e na favela Dona Marta, no Rio de Janeiro. Os cantores Snoop Dogg e Pharrell apareceram ao gravar o vídeo de “Beautiful” nas ruas do Rio de Janeiro. A cidade também serviu de locação para os clipes “We Just Don’t Care”, de John Legend e “Put It in a Love Song”, das divas Beyoncé e Alicia Keys.

GAROTOS PROPAGANDAS
O terreno das propagandas tem explorado o Brasil para filmagens de comerciais. Kiefer Sutherland, o Jack Bauer, da série "24 Horas" esteve em São Paulo em 2007 para a gravação de um comercial de carro da Citroën. Hugh Jackman retornou ao Brasil em janeiro deste ano para gravar um anúncio do chá gelado Lipton.

Além de ser um lugar para se lançar filmes ou ser locação para produções, o Brasil também se tornou um ponto para os astros internacionais divulgarem produtos dos quais representam. John Travolta veio em junho para promover a marca de relógios Breitling. Ele, que já visitou o país diversas vezes foi quem sugeriu a vinda ao Brasil para este lançamento. O galã Patrick Dempsey, o médico Derek 'McDreamy' Shepherd do seriado "Grey’s Anatomy" também esteve este ano no país para lançar seu segundo perfume da marca Avon. Com o Brasil em voga, o país está se tornando uma nova rota para os astros internacionais. Os fãs agradecem e as bilheterias também!

sexta-feira, 23 de julho de 2010

FEITO PARA A TELEVISÃO

Versão cinematográfica de “O Bem Amado”, mais parece uma minissérie do que filme, tanto que será transformado neste formato no ano que vem

25 de agosto de 1981, ano de turbulência na política brasileira com a renúncia do presidente Jânio Quadrose a morte do prefeito de Sucupira. Para substituir o morto, uma eleição é feita às pressas na cidadezinha. No embate estão Vladimir de Castro (Tonico Pereira) e Odorico Paraguaçu (Marco Nanini). Este último acaba eleito e promete como primeiro ato de sua candidatura, a construção de um cemitério. Dessa forma, o local será a morada eterna para os mortos e o ato manterá o prefeito no coração dos vivos.

“Caixa 2, todo mundo faz!”. Com essa filosofia Odorico segue em frente com o seu plano, pois para quê água e luz, um cemitério é muito mais importante. Superfaturando os materiais de construção, o cemitério fica pronto. Mas não foi inaugurado porque ninguém morre na cidade. Aí a popularidade do prefeito começa a cair e ele sai em busca de um moribundo para ser o primeiro inquilino do cemitério.

“O Bem Amado” é baseado na obra de Dias Gomes e já foi transformada em novela em 1973, com Paulo Gracindo como Odorico Paraguaçu. A versão cinematográfica é dirigida por Guel Arraes que tem longa carreira na televisão envolvido com “TV Pirata”, “O Auto da Compadecida” e “A Grande Família”. Ele imprime o seu estilo com a ambientação nordestina, edição acelerada e atuação caricata para dar o tom de comédia ao longa.

Com linguagem televisiva descarada, Arraes faz um filme com cara de minissérie. Durante o filme dá até para imaginar onde seria feito os cortes para entrar o intervalo. Na tela do cinema a produção se perde e com certeza terá uma melhor recepção do público quando a produção chegar na TV no ano que vem, quando a produção for transformada em minissérie de quatro capítulos na Globo. Lá sim é o lugar de “O Bem Amado”.

Ele é uma obra despretensiosa e didática para que o espectador distraído de televisão consiga apreciar o “filme” entre uma ida ao banheiro e um lanchinho nos intervalos. O diretor/roteirista Guel Arraes reduz o filme a um produto televisivo. O longa "O Bem Amado" é uma versão pronta para ser digerida como enlatado de televisão. Uma pena!

CINEMA DE RAIZ


Diretor pernambucano Guel Arraes retoma em "O Bem Amado" a cultura nordestina com bom humor

Nascido em Recife, Guel Arraes é um nome mil e uma utilidades. De criador, roteirista a diretor, ele se enveredou pelo mundo televisivo nos anos 80 de onde não saiu mais. Ele é responsável por programas marcantes como "Armação Ilimitada", "TV Pirata", "Os Normais" e "A Grande Família".

No cinema ele imprimiu a cultura nordestina nos filmes "O Auto da Compadecida", "Caramuru - A Invenção do Brasil" e "Lisbela e o Prisioneiro". Agora ele retorna com a comédia passada no nordeste, "O Bem Amado" (Buena Vista) que estreia hoje. A produção é baseada na peça "Odorico, o Bem Amado e os Mistérios do Amor e da Morte", de Dias Gomes, escrita em 1962. O texto ganhou uma adaptação para a televisão na novela "O Bem Amado" em 1973. Nos anos 80 se tornou uma série que ficou cinco anos no ar. Em 2008, os palcos ganharam a versão teatral com Marco Nanini na pele do prefeito Odorico Paraguaçu e o reprisa no filme de Arraes. Confira a seguir um bate-papo exclusivo com Guel Arraes.

Como surgiu a ideia de fazer a adaptação de "O Bem Amado" para o cinema?
Eu conhecia a obra há bastante tempo. Eu fazia muitas adaptações literárias entre 1998 e 2000, como "O Auto da Compadecida", lia muita comédia nacional e acabei lendo a peça "O Bem Amado". Achei uma ótima comédia. Desde que eu comecei a me enveredar por esse gênero, sempre tive a vontade de fazer uma comédia sobre política. Meus pais, meus parentes sempre estiveram envolvidos com a política e por isso sempre acompanhei o tema de perto. Os dramas, as tragédias de William Shakespeare sempre estão ligadas ao poder e há poucas comédias sobre o tema. "O Bem Amado" é muito boa e uma das poucas obras de sátiras políticas.

O filme é uma sátira política que estreia em ano de eleições. O filme serve para dar umas alfinetadas nos políticos?
É, isso foi coincidência (risos). O filme é uma sátira política. Junto com a vontade que eu tinha de fazer um longa com esse tema, acredito que o momento é bom, não porque é ano de eleições, mas porque há um período muito longo de democracia no Brasil, em que se discute política, em que há liberdade para ser discutido, as pessoas se interessam pelo tema e em denunciar os maus políticos, mobilizadas... Pode ser um bom momento para isso. As pessoas querem rir um pouco dos maus políticos. Se vê muito a denúncia jornalística, mas não há tanto a sátira política. O Odorico Paraguaçu é um excelente personagem para isso.

"O Bem Amado" tem a marca Guel Arraes ao retratar no cinema a cultura nordestina. Fale um pouco sobre isso.
É engraçado porque no cinema a maioria das coisas que eu fiz tem uma temática nordestina. Na minha carreira, os trabalhos que fiz na televisão não tem tanto esse tema. A cultura nordestina é uma referência forte para mim. Mas coisas que fiz na TV, como Armação Ilimitada, TV Pirata, Os Normais na verdade não têm esse tema dominante.

O senhor tem uma grande experiência na TV. Quanto ao cinema, o senhor nota diferenças estéticas e linguísticas em relação a televisão.

Tem uma determinada área da televisão que tem coisas bem próximas ao cinema. É comparável a fazer um programa especial na televisão. Um programa desse para a TV aberta precisa dar audiência e ter uma inquietação artística. Um bom filme comercial precisa dos mesmos elementos. Nisso a é fácil transitar entre a televisão e o cinema. Mas não se pode comparar um filme experimental com uma novela de televisão. Há determinados programas na televisão que se parecem com determinados filmes. E outros não, são completamente diferentes.

O senhor é um homem da comédia. Imagina-se realizando um outro gênero?
Eu tentei um pouco com o filme Romance. Ele é basicamente romântico. A comédia é onde eu tenho mais experiência. Eu nem achei que seria um diretor de comédias, mas fui sendo levado pela situação. Quando eu estava começando minha carreira achei muito mais que eu iria dirigir um drama. Eu não sou um homem engraçado, mas por acaso fui me especializando. De uns tempos pra cá até variei um pouco nas comédias em que eu trabalhei, nas coisas que eu tenho escrito.

Quanto ao mercado brasileiro, como o senhor vê a situação do cinema nacional?
Estamos vindo de um período bem longo de estabilidade com produção contínua e sempre há uma melhora na qualidade dos filmes. A grande novidade deste ciclo seja o fato de ter tantos filmes em variados gêneros para o grande público. Antigamente os filmes para o grande público eram muito mais raros e bem mais focados em um determinado tipo de audiência. Houve o período da pornochanchada, os filmes infantis da Xuxa e Os Trapalhões. Hoje em dia se tem desde filmes com preocupação social como Cidade de Deus, Carandiru; até comédias como Os Normais, Se Eu Fosse Você. Há um leque muito variado de filmes para o grande público. Além disso, aumentou muito a qualidade das produções. Os filmes são interessantes e não puramente comerciais. Talvez essa área do cinema nacional tenha se desenvolvido e firmado mais do que a área de cinema experimental, que sempre foi uma marca forte com o movimento do Cinema Novo. Hoje o cinema popular brasileiro adquiriu mais prestígio e mais comunicação com o público.

quinta-feira, 22 de julho de 2010

LUTANDO PARA SOBREVIVER


O Cine Belas Artes localizado em São Paulo existe há 43 anos e é um dos poucos cinemas de rua que restam na cidade. A programação diferenciada tornou o local um reduto de apreciadores de filmes do circuito “alternativo”. Em março, o banco HSBC interrompeu seu patrocínio ao Belas Artes e agora luta para se manter aberto. Para isso, foi criada a campanha “Salve o Belas Artes: Tudo Pode Dar Certo”.

A restauratrice Marie-France Henry, proprietária do La Casserole, reuniu outros 15 restaurantes paulistanos para criar esta ação. As pessoas que doam R$ 5 aos estabelecimentos participantes recebem um convite válido para uma sessão de cinema, de segunda a quinta-feira. Na bilheteria, basta carimbar este mesmo convite para ganhar uma sobremesa de cortesia em qualquer um dos 16 restaurantes que aderiram à campanha. A ação começou no dia cinco de julho e vai até cinco de setembro.

Sucesso semanal
Para os cinéfilos de plantão um programa que bomba todas as semanas no Belas Artes é a exibição do filme Medos Privados em Lugares Públicos. A produção acaba de completar três anos de exibição no cinema. Isso mesmo! O filme tem sessão garantida todos os dias na parte da tarde.

De acordo com o informações do Belas Artes, a média de público deste filme varia. Nas sessões de segunda à sexta o número de pessoas é de 30. Aos finais de semana, o público chega a 80 pessoas.

Até o dia cinco de julho, o longa foi visto por 130.673 mil pessoas. Dessas, 90.316 mil foram só em São Paulo. Medos Privados em Lugares Públicos aborda a vida de seis personagens em Paris que não conseguem se dar bem no campo sentimental. Mesmo assim eles persistem na busca pelo verdadeiro amor. Com todo esse prestígio, espera-se que uma marca da cultura cinematográfica paulistana não deixe de existir.

Restaurantes participantes da campanha “Salve o Belas Artes: Tudo Pode Dar Certo”: La Casserole, Adega Santiago, Amadeus, Arábia, Arábia Café, Così, 210 Diner, Dona Onça, Dui, Eñe, Ici Bistrô, La Frontera, Martin Fierro, Mestiço, Obá, Tappo Trattoria e Tordesilhas.

sexta-feira, 16 de julho de 2010

DUPLA DINÂMICA

Com ação ininterrupta e boa dose de comédia, Tom Cruise e Cameron Diaz fazem de “Encontro Explosivo” um filme pipoca de primeira

Tom Cruise e Cameron Diaz estiveram recentemente no Brasil para promover o novo trabalho deles, o filme "Encontro Explosivo". Os dois haviam trabalhado juntos em “Vanilla Sky”. Nele, Cameron era Julie, uma mulher obcecada por David (Cruise), que não corresponde a paixão da moça. A carga dramática e trágica de “Vanilla Sky”, dá lugar agora em “Encontro Explosivo” a uma comédia de ação bem divertida.

Cameron interpreta June Havens. Prestes a embarcar para Boston ela esbarra em um cara bonitão. Mais tarde eles se reencontram no mesmo voo. O bonitão da história é Roy Miller (Cruise). Ele chama a atenção de June, que não perde tempo e vai até o banheiro dar um tapa no visual a fim de conquistá-lo. Do lado de fora, Roy briga com os passageiros em uma luta bem criativa que envolve cintos de segurança, encosto de braço e máscara de oxigênio. Roy mata quem estava a bordo, incluindo os pilotos e terá de avisar a moça que ele fará um pouso forçado senão eles serão os próximos a morrer.

No dia seguinte, June acorda em sua casa como se nada tivesse acontecido. No entanto Roy reaparece na vida dela. Ele era considerado um dos agentes secretos mais confiáveis do mundo. O FBI fará com que June acredite que Roy é um homem mentalmente instável e perigoso. Considerado um traidor, o agente em fuga leva a loira à tira colo numa trama que envolve a proteção de Zefir, uma bateria com fonte de energia infinita.

Cruise que se especializou em fazer filmes de ação e Cameron, uma habitué no território da comédia juntam os dois ingredientes e o resultado é um divertidíssimo filme. “Encontro Explosivo” tem uma trama complicada e tira proveito de coisas absurdas que vão acontecendo ao longo da história. A ação ininterrupta se alia a engraçados diálogos. O diretor James Mangold que dirigiu o maravilhoso faroeste “Os Indomáveis”, continua com um ótimo trabalho conduzindo com mãos firmes esse “Encontro Explosivo” e entrega o que o filme propõe: entretenimento de primeira com eletrizantes cenas de ação, bons diálogos, belas locações e personagens carismáticos.

"Encontro Explosivo" é uma comédia de ação com toques de romance, estilo que deu certo em “Sr. e Sra. Smith”. Cruise e Cameron acertam na química entre os personagens que se apaixonam em meio a tiros e perseguições. Acostumado a estrelar longas de ação e drama, o galã percorre pouco o terreno da comédia, mas quando o faz é sempre bem sucedido como pode ser visto em "Jerry Maguire - A Grande Virada", "Austin Powers em O Homem do Membro de Ouro" e em "Trovão Tropical", no qual vive Less Grossman, um escabroso produtor de cinema. É bom ver Cruise mais relaxado e sem se levar muito á sério. O filme dá uma brecha para ele explorar mais sua veia cômica. Numa fase em que Hollywood tem vivido de continuações, adaptações e refilmagens, “Encontro Explosivo” surge como algo novo, que vai agradar em cheio a quem gosta de bom entretenimento.


quarta-feira, 7 de julho de 2010

O DIA EM QUE A TERRA PAROU - PARTE 2

Dia D - 2: o meu segundo encontro com Tom Cruise!

No ano passado tive a chance de realizar o sonho de conhecer meu ídolo, Tom Cruise. Agora tive a oportunidade de revê-lo. Há duas semanas, visitando o Twiiter do Tom vi a seguinte mensagem: “Estamos definidos para visitar o Rio em julho”. Foi o que bastou para me deixar uma pilha de nervos, ansiosa por chegar o dia 6 de julho.

No dia 6 de julho, Tom e Cameron Diaz foram ao Rio de Janeiro promover o filme “Encontro Explosivo”. Desta vez consegui um convite para a pré-estreia. Lá fui eu pelo tapete vermelho da festa aguardar o Tom. Cheguei às 19h e às 20h30 em ponto Tom e Cameron apareceram.

Assim que vi o Tom, já comecei instantaneamente a chorar. Ele lindo com óculos escuros, terno preto e camisa branca foi falar com os fãs e depois com a imprensa. Por mais de uma hora ele pacientemente deu autógrafos, tirou fotos e conversou com os jornalistas. Naquela noite eu não tinha condições de bancar a jornalista, o lado fã falou mais alto e eu completamente descontrolada não via a hora do Tom chegar perto de mim.

Tom e Cameron estavam atrasados para apresentar o filme aos convidados e por pouco ele entra no cinema sem falar comigo. Mas como uma obra do destino ou sei lá o que, antes de entrar no cinema ele olhou na minha direção e me viu chorando. Ele imediatamente foi falar comigo. OMFG!!! Ele chegou e já pegou na minha mão e eu aos soluços dizia que o amava. Ele agradeceu, disse até um “obrigado”. Eu o abracei e dei um beijo no rosto dele. Tiramos uma foto juntos e ele me agradeceu novamente, sem nunca soltar a minha mão. Mais uma vez foi lindo!

Assim que ele entrou no cinema eu corri para dentro também para não perder a apresentação deles. Consegui um lugar na frente e fiquei esperando. Nessa hora já tinha conseguido parar de chorar, mas assim que ele entrou na sala, começou a choradeira de novo. Ele foi um fofo, super simpático ao tentar falar português. Com um bilhetinho na mão ele disse: “Estou muito feliz por estar aqui. Espero que... (um momento), vocês gostem do filme. Nós fizemos o filme para vocês. Muito obrigado. Até mais”. Voltando ao inglês ele disse que treinou o texto para praticar um pouco o seu português e continuou: “Eu estou muito feliz de estar aqui. Eu amo o Brasil e as pessoas daqui. Estou muito feliz de estar aqui para compartilhar o nosso filme com os brasileiros”.

Assim ele terminou a apresentação e foi embora. Uma noite para ficar na memória do meu encontro explosivo com o Tom! Que venha “Missão Impossível: Ghost Protocol ” para ele dar uma passadinha por aqui de novo e lá estarei eu para mais uma dose de adrenalina e para a PARTE 3 da minha saga!

terça-feira, 6 de julho de 2010

A LUGAR NENHUM



Diretor Aluizio Abranches discute os temas homossexualismo e incesto no artificial "Do Começo ao Fim"

“Eu nasci de olhos fechados e permaneci assim por mais duas semanas... Mas naquele dia foi diferente, sem mais nem menos, abri meus olhos e olhei direto nos olhos dele”. É a partir deste primeiro olhar entre Thomás e Francisco em “Do Começo ao Fim”, que nasce o amor entre eles. Os dois são irmãos e crescem juntos nutrindo um amor fraterno que com o passar dos anos acaba se sexualizando.

“Do Começo ao Fim” que chega esta semana nas locadoras trata de um tema muito delicado: um romance homossexual e incestuoso. O diretor Aluizio Abranches tem um argumento bom nas mãos, mas o que ele faz com isso resulta em um filme artificial. Os cenários são muito arrumados, parecendo mais ambientes de decoração. Os atores são mal dirigidos, a narração over do personagem Thomas é travada, sem emoção e a trilha sonora de André Abujamra é piegas, sem inspiração. O diretor optou em abordar o assunto como uma história de amor como ele explica a seguir.

Além de dirigir o senhor foi o roteirista de "Do Começo ao Fim". Como surgiu a ideia para a história do filme?
Eu na verdade já queria falar desses assuntos do filme há algum tempo. Desde a adolescência quando li "Os Maias" do Eça de Queiroz, em que eu torcia pra que aqueles irmãos acabarem juntos e a história dar certo. Cheguei até a pensar em fazer uma adaptação do livro quando foi feita uma minissérie para a televisão da Rede Globo. Quando eu fiz "Um Copo de Cólera", o Raduan Nassar [autor do livro] tentou me convencer a fazer "Lavoura Arcaica". Nesse, um dos temas principais é a relação incestuosa entre um irmão e uma irmã. Tudo foi criando corpo daí. O filme fala dos tabus que para a mídia não são mais tabus ou não deveriam ser e aí eu achei que se fosse dois homens irmãos eu estaria falando de outro assunto também, que é o homossexualismo. Um grupo de psiquiatras que viu o filme, disse que quando não há procriação em uma relação como é o caso dos personagens que são dois homens, não é considerado incesto. Na verdade isso não é uma doença, é simplesmente um questionamento moral. Incesto é só algo moral assim como a homossexualidade. Foi uma oportunidade de tratar dos dois temas e falar de uma maneira propositalmente não sofrida, sem conflito.

É justamente isto que o senhor quis fazer, tratar o incesto de forma mais leve?
Exatamente. O filme não quer levantar uma bandeira. Eu estou contando uma história, o importante ali é o amor entre eles e o respeito da família e das pessoas que o cercam. Quem foi contra o filme foi justamente pelo filme ter esse lado não conflituoso, mas isso foi totalmente proposital. O forte do filme é não tratar os temas como tabus. Não era mostrar a ida dos personagens ao psicanalista... O conflito está na separação deles...

"Do Começo ao Fim" é acima de tudo uma história de amor?
É uma história de amor. O que me interessa é contar aquela história de amor e mostrar como que ela foi recebida pelas pessoas mais próximas. Eu não acho que as pessoas tenham que concordar ou aceitar nada. A partir do momento em que você não está prejudicando ninguém e nem a si mesmo, ninguém tem a ver com sua vida.

O filme foi muito comentado quando estreou nos cinemas. O senhor acredita que temas polêmicos são chamarizes para o público?
São, mas isso não basta. Claro que eu queria que houvesse essa discussão. Eu tenho a impressão que o filme seja melhor compreendido daqui há algum tempo. Talvez as pessoas não estejam preparadas para tanta liberdade. As pessoas perguntam: “Cadê o conflito, a negativa, a preocupação da mãe...” Por que tem que se assim? Eles estão juntos porque se gostam, foi uma coisa de destino. O público que mais foi ver o filme foi formado por mulheres acima de 30 anos. O filme é bonito, acho até que por isso agradou as mulheres, pelo lado romântico.

O restante do público eram formado por quem?
Eu tive muito retorno de jovens gays dizendo que o filme os ajudaram a se aceitarem, se assumirem. Dizendo que a vida ficou mais fácil depois desse filme. A maior rejeição foi de homens gays de meia idade. Achei que eles dariam uma gargalhada com o filme e pensassem que era uma redenção.

Haverá algum material adicional no O DVD?
Eu encontrei com a Suzy Capó [diretora de programação do Festival Mix Brasil de Cinema] e o filme ganhou o prêmio Cidadania [dado pela Associação da Parada do Orgulho GLBT de São Paulo]. Existe uma frase do Bernard Shaw que cabe muito bem para o filme que é: “Algumas pessoas olham para coisas que existem e perguntam porquê? Eu sonho com coisas que nunca existiram e pergunto por que não?”. A Susy no dia da premiação, disse que ficou faltando colocar esta frase na abertura do filme. Eu cheguei a pensar em colocar esta frase. Agora me veio a ideia para ver se é possível de fazer isso no DVD. O espectador lendo essa frase já entenderia do que se trata o filme.

quinta-feira, 1 de julho de 2010

SEM RETOQUES

Rodrigo Santoro indica "Pixote - A Lei do Mais Fraco", clássico do cinema nacional

Rodrigo Santoro é um dos atores brasileiros mais requisitados do cinema. Ele construiu uma carreira internacional, aparecendo em produções como "As Panteras Detonando", "Simplesmente Amor", "300", "Che - O Argentino", "Che - A Guerrilha" e "Cinturão Vermelho".

A estreia de Santoro no cinema foi em 2001 com o perturbador "Bicho de Sete Cabeças". Ele também atuou nos nacionais "Abril Despedaçado" e "Carandiru". Este último é dirigido por Hector Babenco, que fez o filme que Santoro indica nesta seção: "Pixote - A Lei do Mais Fraco".

Atualmente Santoro está em cartaz nos cinemas com a comédia "O Golpista do Ano", em que ele e Jim Carrey formam par romântico. No momento o ator está no Brasil filmando "Heleno" que contará a história de Heleno de Freitas, ex-jogador do Botafogo. Alinne Moraes será Ilma de Feitas, esposa do jogador.
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“Eu indico para os leitores, 'Pixote - A Lei do Mais Fraco'. Esse é um filmaço! Para mim é um dos melhores trabalhos do Hector Babenco. Eu me lembro de ter ficado muito impactado quando vi este filme. Muita gente não teve a oportunidade de ver esse longa e agora é uma boa chance com o lançamento do DVD”.
Rodrigo Santoro
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Mundo cruel

João Henrique, dez anos, mais conhecido como Pixote. Abandonado pelos pais, o menino é obrigado a viver em reformatórios. Esta é a história do filme "Pixote, a Lei do Mais Fraco" (1981), dirigido por Hector Babenco. Cercado pela delinquência, Pixote não vive, sobrevive. Ele é obrigado a se manter na marginalidade. Cansado de ficar preso em solitárias e ver colegas morrendo a sua volta, Pixote foge do reformatório e vai parar nas ruas de São Paulo, no qual ingressa numa rotina de crimes. Numa sociedade em que a legislação “protege” o menor, na lei da rua, o menor é gente grande.

O filme é pesado, aborda a figura do marginalizado sem ter para onde ir, sem ter a quem recorrer. Fernando Ramos da Silva foi quem interpretou Pixote. Vida e ficção se misturaram, já que antes do filme, Fernando era um morador de rua, que aos 19 anos acabou morto por policias. A temática explorada em "Pixote - A Lei do Mais Fraco", mesmo 28 anos após seu lançamento, continua mais atual do que nunca, infelizmente.
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Trabalho de Babenco em DVD

"Pixote" faz parte do pack lançado com produções inéditas do diretor em DVD

O Rei da Noite (1975)
Lúcio Flávio, o Passageiro da Agonia (1977)
O Beijo da Mulher-Aranha (1985)
Brincando nos Campos do Senhor (1991)
Coração Iluminado (1996)
Carandiru (2003)
O Passado (2007)