sexta-feira, 25 de setembro de 2009

ORDEM NO CANIL!

O fenômeno Dr. Pet chega agora em DVD com dicas e truques imperdíveis para quem quer dar um jeito nos maus modos de seu cão
“O cão é o melhor amigo do homem”. Essa frase é unanimidade entre as pessoas que têm cachorros de estimação. Eles são super companheiros, sempre prontos para muitas brincadeiras. Mas têm alguns que não resistem a destruir objetos e plantas, fazer xixi pela casa e pular nas visitas.

Para acabar com essa baderna eis que chega o Dr. Pet, fenômeno de audiência na televisão. O personagem é encarnado por Alexandre Rossi, zootecnista e especialista em comportamento animal que todas as semanas resolve os mais curiosos casos de mau comportamento canino.

Agora, chega as lojas o primeiro Box de "Dr. Pet" com dois DVDs com os quadros exibidos no programa "Domingo Espetacular" do canal Record. O legal do DVD é que os quadros são mais longos ao contrário do que é exibido na TV, o que favorece o melhor entendimento de cada caso. Como extras há o making of que mostra a trabalheira que é fazer cada quadro, que chega a envolver uma equipe de 50 profissionais.

E não é só em casa que os cães dão trabalho. No cinema, diversos filmes já mostraram a cachorrada aprontando muito, como em "Bethoven-O Magnífico", "Scooby-Doo" e "Uma Dupla Quase Perfeita".

"Eu adoraria tentar deixar o Scooby-Doo mais corajoso. Lidar com o medo é um desafio muito grande. O Scooby-Doo seria um desafio para mim. O Beethoven seria muito fácil de cuidar (risos). Cães bagunceiros ou agressivos costumam ser muitos fáceis. Os medrosos são os mais difíceis", declara Dr. Pet.

O DVD "Dr. Pet" é um material bem divertido para o espectador entender um pouco mais sobre esse ser adorável que é o cão e tratá-lo com dicas eficazes de forma a transformar e melhorar a vida do bichano.

quinta-feira, 17 de setembro de 2009

O INCOMPREENDIDO

“Anticristo” provoca o espectador que não se conforma com as perguntas sem respostas do cinema de Lars von Trier

Lars von Trier é um cineasta experimental. Ele foi o fundador do movimento cinematográfico dinamarquês Dogma 95, que prega 10 mandamentos para se realizar um filme: filmagem com câmera na mão; em cores; em 35 mm; narrativa em tempo real e sem ações superficiais; não uso de fotografia, cenários e trilha sonora; o filme não deve ter um gênero e o nome do diretor não deve ser creditado. “Os Idiotas” foi um dos filmes desse movimento, dirigido por von Trier. Na trama um grupo de amigos se divertem exercitando a idiotia, após uma mulher do grupo encontrar três pessoas que sofrem do distúrbio.

Fora do Dogma 95, von Trier criou produções mais interessantes, como o musical “Dançando no Escuro” e o drama “Dogville”. Este último é um filme inusitado que traz Grace (Nicole Kidman) em meio à depressão econômica, que vai parar na cidade de Dogville. O atrativo fica por conta da ambientação da história, em que as casas não têm paredes, num ambiente bem teatral, que conduz o espectador a uma experiência surreal.

Experiência. Esse é o cerne do cinema de von Trier. Ele propõe ao espectador de seus filmes a experimentar situações. O cinema feito por ele é extremamente empírico, um exercício narrativo e estético. É preciso estar ciente disso ao se assistir aos filmes do cineasta. Tentar entender a história, o porquê dele usar determinado artifício, porque tem tal cena, enfim. Isso não cabe julgar e perguntar no cinema de von Trier.

"Anticristo"
A partir disso chega-se ao filme “Anticristo”, nova produção do diretor que tem causado um auê entre espectadores e críticos. O filme tem uma trama simples em que Ele (Willem Dafoe) e Ela (Charlotte Gainsbourg) são um casal que sofre o luto do filho que morreu acidentalmente. Ela tenta a todo custo expurgar essa dor pela falta do menino. Os dois decidem ir a uma casa na floresta, como forma de superar o sofrimento.

Pois bem! De uma trama simples o espectador é jogado no experimento cinematográfico de von Trier. A produção é dividida em três capítulos: Luto, Dor e Desespero. O prólogo da história é simplesmente belíssimo, todo em preto e branco e em câmera lenta, ao som da ária da ópera Rinaldo composta por Händel que mostra a tragédia iminente da morte do filho.

O capítulo 1: Luto mostra a pesar de Ela pela falta do filho. Uma tristeza comparada aos sintomas que um usuário de drogas sente na fase de abstinência. O luto é como uma desintoxicação da dor pela morte da criança. Ela é conduzida pela emoção, já o marido pela razão. Ele é psicoterapeuta e ajuda a esposa a passar pelos estágios do luto. A clínica de reabilitação é a casa na floresta Éden em que mãe e filho passaram as férias juntos. O tratamento consiste em a esposa dizer ao marido quais seus grandes medos.

No capítulo 2: Dor, Ela passa a ter pensamentos que distorcem a realidade. A mulher considera que a natureza que os cerca é a igreja de Satanás. As brigas entre o casal se tornam recorrentes. Em uma cena surreal, uma raposa diz a Ele que o caos reina. E reina mesmo. Desespero e confusão se misturam ao caos na relação do casal.

No capítulo 3: Desespero se aborda o feminicídio, em que Ela considera o Éden, as coisas que matam as mulheres. Com o passar do tempo, a mulher se torna maquinadora. O pânico é instaurado. No epílogo a conclusão do caos.

“Anticristo” é considerado polêmico por causa das cenas explícitas de sexo, pelo conteúdo misógino e a perversidade nas cenas de violência, que estão mais para “Jogos Mortais” do que qualquer outra coisa. É muito barulho por nada. Há uma comoção descabida por ele. O que há demais nisso tudo? O que acontece é que “Anticristo” incomoda o espectador justamente pela subversão da história, que cutuca princípios morais e pessoais de cada um.

O cinema de von Trier não foi feito para ser entendido e é isso que causa inquietação no público, que quer a todo custo entender o que se pretende com “Anticristo”. Este é o grande problema enfrentado pelo espectador. As interrogações tomam conta do imaginário dele atordoado pelo experimento vivenciado. “Anticristo” não foi feito para ser gostado ou odiado. Ele não dará respostas ao público. É uma experiência e nada mais do que isso.

segunda-feira, 14 de setembro de 2009

NOVOS TERRITÓRIOS

Diretor Murilo Salles investe com a distribuidora Cinema Brasil Digital no mercado de home video com lançamentos em DVD como o recente "Nome Próprio"

O cineasta Murilo Salles acaba de lançar a distribuidora Cinema Brasil Digital, que tem o mesmo nome de sua produtora. Conversei com ele para saber mais detalhes dessa nova empreitada. Os primeiros títulos lançados em DVD pela distribuidora foram quatro importantes filmes de Salles: "Nunca Fomos Tão Felizes" (1984), "Faca de Dois Gumes" (1989), "Como Nascem os Anjos" (1996) e "Nome Próprio" (2008). O plano do Cinema Brasil Digital é se inserir futuramente no mercado de video-on-demand (transmissão de filme via internet por download). Segundo Salles esse é o caminho para se ter mais audiência para o cinema nacional. Confira a seguir trechos da entrevista.


Quais são os planos do selo Cinema Brasil Digital no mercado de home video?
Temos um contrato com a Riofilme e a ideia é lançar aos poucos, de dois em dois meses, títulos recentes e também relançar alguns clássicos do cinema brasileiro. Queremos criar um novo tipo de distribuidora que disponibilize conteúdo digital pela internet, focada no produto brasileiro. Inicialmente vamos trabalhar no mercado tradicional de cinema, videolocadoras e sell-thru. E começamos a pesquisar possíveis plataformas para a distribuição via internet.

Esse seria o caminho para o cinema nacional ter mais audiência?
A audiência do cinema nacional será pela internet. Estamos começando com o mercado de DVD para adquirir experiência e chegarmos depois como uma distribuidora via internet. O nosso foco é a distribuição de material digital, o video estreaming (download e execução de filmes).

Os filmes seriam lançados em video-on-demand?
Seria uma forma de download pago, um VOD popular, mais barato. Estamos trabalhando há três meses na questão de tecnologia para ser viável tecnologicamente.

Como o senhor vê o desempenho dos filmes nacionais no mercado de videolocadoras?
Antigamente havia uma rejeição da classe média contra o cinema brasileiro. Isso mudou muito nos últimos 15 anos. Agora vemos um namoro da classe média com a produção nacional. A videolocadora que eu frequento no Rio de Janeiro, comprou o filme "Nome Próprio" e desde então eu não o vejo na prateleira. (risos). Estou todo orgulhoso. O preconceito ainda existe na cabeça de alguns donos de videolocadoras que separam filme nacional de estrangeiro. É uma prática boba fazer essa separação. Qualquer filme brasileiro por causa dos atores conhecidos, da história, eles têm uma demanda maior que muito filme estrangeiro. Se tivesse uma maior mistura dos filmes, ia ter mais saída dos nacionais.

O senhor que trabalha agora com distribuição sente o impacto da pirataria?
A crise que as locadoras estão enfrentando por causa da concorrência com a pirataria é um absurdo. É impressionante. Eu lancei Nome Próprio em DVD e no dia seguinte passou a ter milhares de sites que dão download do filme. A pessoa aluga na locadora e coloca na internet. Eu não entendo porque a União Brasileira de Vídeo (UBV) não denuncia isso para a Polícia Federal. Na internet tudo é rastreável. Por que eles não estão trabalhando mais sério nisso. As videolocadoras que pagam impostos sofrem uma concorrência desleal. Eu sou novo nesse mercado e não entendo porque as associações não trabalham nisso de forma mais efetiva.

Sobre o programa Cinema do Brasil, o senhor acha que a parceria internacional em co-produções e distribuição é a forma de consolidar a produção nacional?
Totalmente. É uma questão de mercado, de fluxo de dinheiro e produção. Não podemos ficar só concentrados no mercado brasileiro. Os cineastas têm de estar preocupados em vender o seu produto lá fora. Está havendo também o fomento por parte do governo, que eu acho muito inteligente. É uma saída como prospecção de capitar investidores. Não podemos mais pensar localmente. A ideia de fazer a distribuição de conteúdo pela internet é que por exemplo: um japonês interessado na cultura brasileira vai entrar no site do Cinema Brasil Digital e fazer um download de um filme brasileiro. Ele não tem condições de ir numa locadora de lá e locar um filme brasileiro.

sexta-feira, 11 de setembro de 2009

CONTINUAÇÕES À VISTA

Grandes produções e personagens conhecidos devem retornar em breve numa telona perto de você

Fazer sequências é uma das grandes especialidades de Hollywood e a fábrica não para e promete para os próximos anos grandes retornos. Sylvester Stalonne volta para uma quinta aventura do destemido John Rambo. A produção já tem até uma sinopse. Desta vez Rambo enfrentará chefões do narcotráfico e traficantes de seres humanos para salvar uma menina sequestrada. Será que "Rambo 5" terá a mesma dose de violência e sangue do quarto filme?

Outro que já ganha contornos é "Missão Impossível 4". O ator Tom Cruise e o diretor J.J. Abrams vão trabalhar juntos novamente. Mas desta vez Abrams ficará apenas com o cargo de roteirista, que vai compartilhar o trabalho com Josh Applebaum e Andre Nemec. Os três se conhecem desde a época do seriado "Alias". O filme deve chegar aos cinemas em 2011.

Ainda no campo da ação a Columbia Pictures já contatou um roteirista para escrever a história de "Bad Boys 3". Ainda é cedo para saber se toda a equipe do filme vai se reunir para esta terceira parte: os atores Will Smith e Martin Lawrence, o diretor Michael Bay e o produtor Jerry Bruckheimer. Com o sucesso dos filmes antecessores não há dúvidas que eles vão se juntar para mais ação.

Outro projeto de Bruckheimer que está mais do que confirmado é a quarta parte de "Piratas do Caribe". Já circula pela internet que o vilão da história teria uma persona no estilo do Capitão Nemo, que aparece em obras do autor Júlio Verne. A produção estreia em 2011.

Na área de adaptações de quadrinhos a Fox demonstrou interesse em fazer um recomeço para "Quarteto Fantástico". O produtor Akiva Goldsman de filmes como "Eu Sou a Lenda" e "Hankock" foi escalado para a nova adaptação. Mas um retorno que tem deixado muita gente entusiasmada é a de Superman. As especulações correm solta e o nome dos irmãos Wachowski (da trilogia "Matrix") circulam com cada vez mais força. Eles ficariam responsáveis pela produção. A direção está a cargo de James McTeigue ("V de Vingança"). Ele já disse que a história terá um tom sombrio. Um campo bem interessante se explorar.

terça-feira, 8 de setembro de 2009

1° FILME DA CELLULOID DREAMS BRASIL

Produtora anuncia o primeiro filme, que será dirigido por um dos sócios da Celluloid, Heitor Dhalia

Começam em novembro as filmagens do primogênito da produtora Celluloid Dreams Brasil, intitulado de "Depois da Ilha". O filme será dirigido por Heitor Dhalia, que é um dos sócios da produtora ao lado de Patrick Siaretta, Tatiana Quintella e Fernando Menocci.

Você pode conferir aqui em NO MUNDO DO CINEMA uma entrevista realizada com os sócios da Celluloid. Na ocasião Dhalia comentou sobre esse novo trabalho ainda em processo de pré-produção: “Em novembro vamos começar a filmar um projeto sobre relacionamentos e descobertas. Ainda não tem título e nem elenco escalado. Eu ainda estou acabando o roteiro”.

Agora o projeto, orçado em R$ 6 milhões ganha nome e locações já que será filmado em São Paulo e Fernando de Noronha. Fernando de Noronha será uma locação especial para Dhalia, pois ele é pernambucano.

segunda-feira, 7 de setembro de 2009

PRODUZINDO SONHOS

Equipe de peso está à frente da Celluloid Dreams Brasil, produtora de filmes nacionais que tem parceria com a sede francesa na venda dos filmes no exterior

A Celluloid Dreams é uma bem sucedida produtora e sales company internacional de filmes independentes. A sede é na França e tem como proprietária, Hengaméh Panahi. Agora a produtora finca os pés por aqui com a Celluloid Dreams Brasil. À frente da companhia estão quatro sócios: Heitor Dhalia, Patrick Siaretta, Tatiana Quintella e Fernando Menocci.

Dhalia é o diretor criativo da produtora e é um dos grandes nomes do cinema nacional, responsável por interessantes produções como "Nina", "O Cheiro do Ralo" e o recente "À Deriva". Siaretta é proprietário do Grupo Casablanca/Teleimage (produtora de finalização). Quintella tem larga experiência na área de Marketing e é idealizadora do Pólo Cultural e Cinematográfico de Paulínia. Menocci atuou como produtor executivo do documentário "Coração Vagabundo".

A Celluloid Brasil irá exclusivamente produzir filmes e co-produzir projetos de outros produtores. A sede francesa ficará responsável pela venda internacional dos filmes produzidos. É um trabalho em conjunto para atender tanto o mercado nacional como o internacional. Eu fui até o escritório da Celluloid Dreams bater um papo com Dhalia, Siaretta e Quintella. Na descontraída conversa eles falaram sobre os planos e expectativas da produtora Celluloid Dreams Brasil.

Como vocês enxergam o mercado do cinema nacional?
Siaretta -
Hoje em dia é muito difícil ganhar dinheiro com cinema no Brasil. O mercado brasileiro é muito pequeno. Nós temos um universo de 2.000 salas que é muito pouco. O Brasil é um dos países que tem menos salas por habitantes no mundo. Não há como considerar o Brasil como indústria cinematográfica, enquanto não se tiver um mercado internacional. A produção tem que se pagar e dar lucro.



E o que têm a dizer sobre o sucesso das comédias nacionais?
Dhalia -
É uma tradição brasileira. É um gênero local por excelência. A produção tem melhorado. Nós temos um lado Macunaíma, não dá pra negar. Mas eu torço para que a qualidade melhore em todos os gêneros e plataformas. O Brasil não tem que fazer só esse gênero, mas todos. E isso já está acontecendo.
Quintella - Esses filmes têm uma qualidade de atores e roteiro e por isso é bem aceito.

Como foi o lançamento da Celluloid Dreams Brasil em Cannes?
Siaretta - Foi incrível. A Hengaméh Panahi é uma precursora de todos os grandes movimentos. Ela foi a primeira a se lançar no segmento de vendas de filmes iranianos no mundo. Ela que começou a selecionar filmes de vários países e vendê-los em vários territórios do mundo. Antigamente ninguém fazia isso. É importante salientar que se tinha um mercado muito maior de filmes antes da crise. Todos os filmes se vendiam em todos os países. Hoje o mercado encolheu dramaticamente a ponto de um filme ter de ser excelente. Um filme bom já não funciona mais. E para um filme ser excepcional ele precisa ser trabalhado de forma muito cuidadosa.
Quintella - A recepção foi ótima, mas teve muita gente que nos procurou para fazer distribuição. Explicamos que o nosso foco é produção local.


Então a Celluloid Brasil será um selo de produção?
Siaretta -
A Celluloid Brasil não vai só produzir o que criamos, como também vamos co-produzir projetos de outros produtores. Estamos analisando diversos projetos com produtores independentes. Tudo claro, vai passar pelo crivo da Hengaméh e do Heitor. E os melhores projetos vão ser co-produzidos por nós. Eles então serão distribuídos pela Celluloid Dreams internacional.
Quintella - Também vão ter minisséries, programas de TV tanto para canais abertos e fechados.


Como a Celluloid Dreams faz a captação de recursos para a realização dos filmes?
Quintella -
Isso depende de cada filme...
Siaretta - Claro que usamos todos os tipos de incentivo: Artigo 1° e 3° da Ancine (Agência Nacional de Cinema), Funcine (Fundos de Financiamento da Indústria Cinematográfica Nacional), PAC (Programa de Aceleração do Crescimento), Fundo Setorial e em muitos casos, recursos internacionais. Para vendas vamos abusar da nossa sócia francesa (rsrsrs) para que ela faça as pré-vendas internacionais.

Como é a estratégia desde a captação de recursos até a estreia de um filme quando se tem um nome conhecido, internacional envolvido no projeto? Como no caso de "À Deriva" que tem Vincent Cassel, Deborah Block.
Dhalia -
Tudo começa no roteiro, na natureza do projeto. Depois vem o elenco, que cada vez mais o mercado está amadurecendo e funcionando como no mercado americano, em que se atenta muito a questão do elenco. Mas é uma combinação de fatores: qualidade do projeto, viabilidade financeira e comercial e relacionamento com as distribuidoras. Aqui na Celluloid, o Patrick e a Tatiana são responsáveis por essa parte. É o criativo e o negócio trabalhando juntos. Um empurrando o outro.
Siaretta - Não existe um casting bom, sem um bom roteiro. Os atores leem os roteiros e se eles gostarem eles topam fazer um projeto.
Dhalia - Ou então você tem que pagar muito pelo ator (rsrsrs). E não é esse o caso da Celluloid Dreams.

Como vocês veem o mercado de filmes de arte no Brasil?
Dhalia -
Acho que está amadurecendo. A ponte entre cinema de arte e comercial tende a se estreitar. Claro que há autores que continuam a fazer um trabalho fechado e eu respeito isso. Com o amadurecimento do mercado, o diálogo com o público será maior. Essa é a única forma do cinema sobreviver de fato. É fazer um cinema que se expresse como de autor, mas que dialogue com alguma audiência. Senão, não haverá mais mercado para esses filmes. O grande segmento é a qualidade. Melhorar a qualidade dos nossos filmes seja comercial ou de arte, com mais diálogo com o público. Filme comercial sem qualidade não interessa. Nosso mercado merece mais. Filme de qualidade ruim por mais que faça uma bilheteria sazonal não ajuda a construir um mercado consistente.
Siaretta - Hoje, filme de autor não se vende mais. O filme de autor está migrando para uma plataforma digital. Inclusive é um projeto que temos, o video-on-demand, para distribuição digital de filmes. Isso já funciona nos Estados Unidos e na Europa e o próximo é o Brasil.

Falem um pouco mais sobre esse trabalho com video-on-demand?
Siaretta -
O video-on-demand (VOD) são para filmes autorais. Esse é o caminho para os filmes autorais. Porque realmente as salas de cinema para filmes de autor estão fechando. Está cada vez mais difícil.
Dhalia - Com a plataforma digital há uma segmentação maior. Mesmo um mercado de nicho vai sempre existir. Ele vai se aperfeiçoar e se sofisticar um pouco mais. Claro que o circuito de exibição até porque há pouca tela e muito filme, vai ficar cada vez mais restrito para os filmes que conseguem um certo diálogo com a audiência.

O que cada um traz de experiência para o desenvolvimento do trabalho na Celluloid Dreams?
Siaretta -
Tenho uma experiência grande em produção e co-produção. Já trabalhei em mais de duzentos filmes nas mais diversas etapas e também no lado internacional. Procuro participar de todos os festivais.
Quintella - Eu tenho formação em Marketing. Já trabalhei muito tempo na Warner e Sony na área de distribuição, para saber como funciona o mercado local e internacional. Implantei o Pólo de produção em Paulínia, o festival e o Film Commission. Foi uma coisa ousada me arriscar a fazer isso. Fui co-produtora de 18 projetos que foram aprovados. Essa base toda e ainda estar com essa dupla que admiro muito (rsrsrs). O Heitor que é um talento criativo, o Patrick que é um grande empresário. Somando cada um, faz uma parceria super importante. O Heitor fica responsável pela parte criativa.

Como está sendo a repercussão de “À Deriva”?
Dhalia -
O filme está tendo uma carreira ótima. Começou em Cannes e aqui as estreias foram emocionantes. O filme chega nas pessoas de forma tocante. Muitas lágrimas em todas as sessões. É muito legal quando isso acontece. Isso é raro, não é todo filme que consegue chegar assim fundo na plateia. Ele está tendo uma repercussão muito grande.


Heitor, como você está conciliando o trabalho na Celluloid e a produção de filmes?
Dhalia -
Em novembro vamos começar a filmar um projeto sobre relacionamentos e descobertas... Ainda não tem título e nem elenco escalado.
Quintella - Vamos filmar em novembro, mas em breve teremos todos os detalhes.
Dhalia - Eu ainda estou acabando o roteiro.

Para 2010, quais são os projetos da Celluloid Dreams?
Quintella -
Temos o filme "Uma Mulher e uma Arma", que será rodado em março na Patagônia. E depois faremos "Serra Pelada" que será realizado entre 2010 e 2011.

sexta-feira, 4 de setembro de 2009

CHEGANDO A MATURIDADE

"Up - Altas Aventuras", nova produção da Disney/Pixar é uma adorável animação sobre uma improvável amizade

A Pixar Animation Studios é a grande parceira da Disney no desenvolvimento de animações e é responsável também por criar adoráveis animações que encantam não só as crianças, como também os adultos. No começo ela era apenas uma companhia que desenvolvia softwares e hardwares de renderização. Daí o seu nome Pixar, que seria um pseudoverbo em espanhol que significa “fazer pixels”.

Em 1984, John Lasseter - atual diretor criativo da Pixar - deixou a Disney e se juntou a George Lucas para criar uma empresa de animação digital. A dupla se reúne no Festival de Cinema de Veneza que acontece até o dia 12. Lucas entregará o Leão de Ouro a Lasseter pelo conjunto da obra. E que obra. A primeira animação da Pixar foi o curta "Luxo Jr.", que foi indicado ao Oscar em 1987, na categoria de melhor curta-metragem de animação. No início, a Pixar ficava responsável pela parte criativa e a Disney pelo setor de distribuição. Houve alguns desentendimentos quanto a divisão dos lucros, mas em 2006 tudo se acertou quando a Disney comprou a Pixar por US$ 7,4 bilhões. "Toy Story" (1995) foi o primeiro longa-metragem da Pixar.

Em 2001, a premiação do Oscar criou a categoria de melhor animação e lá estava a Pixar representada por "Monstros S.A.". Mike e Sully não levaram a estatueta, mas em 2004 o peixe Nemo conseguiu levar o troféu pro fundo do mar. Os outros ganhadores foram "Os Incríveis", "Ratatouille" e "Wall-E". Esse último inclusive recebeu outras cinco indicações, o que mostra a versatilidade de uma animação que consegue competir em qualidade com produções em live-action (com atores reais). Brinquedos que ganham vida; monstros do armário; insetos, peixinhos e carros falantes; família de super-heróis, rato mestre em culinária e um robô que tem sentimentos ficaram na imaginação e no coração do público. Eles até fizeram muita gente grande chorar que nem criança com suas cativantes histórias. Agora chega uma dupla que promete mais uma vez encantar os espectadores com "Up - Altas Aventuras".

Nessa animação, o velhinho Carl Fredricksen é um vendedor de balões que tem um grande sonho: viajar para as florestas da América do Sul. O conveniente era ele ir de avião, certo? Bem, no caso do Sr. Fredricksen a viagem é um pouco diferente. Ele simplesmente prende milhares de balões à sua casa, que se desprende do solo e alça um grande voo até a América do Sul. Uma viagem no conforto do lar, acomodado na poltrona de sua sala é realmente algo genial. Mas seu sossego acaba quando ele descobre, tarde demais, que o danadinho Russell, um escoteiro de oito anos, está na varanda em pânico.

A produção mostra a relação entre dois opostos, um idoso e uma criança, que no meio de adversidades encontram um no outro o sentido da verdadeira amizade. De todos os filmes da Pixar, "Up" é o mais adulto, pois lida com sentimentos e questões que acontecem no dia-dia de qualquer pessoa. É essa a chave para o sucesso deste maravilhoso filme. Ele trata com muita delicadeza a história de vida de Fredricksen e emociona o público com a improvável amizade entre um velhinho e uma criança. E isso se deve a Pete Docter, diretor do filme que já havia dirigido "Monstros S.A." e escrito o roteiro de "Wall-E". Estas duas produções trabalham muito bem a emoção da história que contagia o público. Ele repete a fórmula com "Up".

Antes do início do filme há o curta-metragem "Parcialmente Nublado". Este mostra de forma genial, a origem dos bebês que são trazidos pelas cegonhas. Prepare-se, pois algumas lágrimas serão inevitáveis. "Up-Altas Aventuras" é uma viagem ao universo cada vez maduro da Pixar. Já foi o tempo que desenhos eram só para os pequeninos.