Diretor Murilo Salles investe com a distribuidora Cinema Brasil Digital no mercado de home video com lançamentos em DVD como o recente "Nome Próprio"
O cineasta Murilo Salles acaba de lançar a distribuidora Cinema Brasil Digital, que tem o mesmo nome de sua produtora. Conversei com ele para saber mais detalhes dessa nova empreitada. Os primeiros títulos lançados em DVD pela distribuidora foram quatro importantes filmes de Salles: "Nunca Fomos Tão Felizes" (1984), "Faca de Dois Gumes" (1989), "Como Nascem os Anjos" (1996) e "Nome Próprio" (2008). O plano do Cinema Brasil Digital é se inserir futuramente no mercado de video-on-demand (transmissão de filme via internet por download). Segundo Salles esse é o caminho para se ter mais audiência para o cinema nacional. Confira a seguir trechos da entrevista.
Quais são os planos do selo Cinema Brasil Digital no mercado de home video?
Temos um contrato com a Riofilme e a ideia é lançar aos poucos, de dois em dois meses, títulos recentes e também relançar alguns clássicos do cinema brasileiro. Queremos criar um novo tipo de distribuidora que disponibilize conteúdo digital pela internet, focada no produto brasileiro. Inicialmente vamos trabalhar no mercado tradicional de cinema, videolocadoras e sell-thru. E começamos a pesquisar possíveis plataformas para a distribuição via internet.
Esse seria o caminho para o cinema nacional ter mais audiência?
O cineasta Murilo Salles acaba de lançar a distribuidora Cinema Brasil Digital, que tem o mesmo nome de sua produtora. Conversei com ele para saber mais detalhes dessa nova empreitada. Os primeiros títulos lançados em DVD pela distribuidora foram quatro importantes filmes de Salles: "Nunca Fomos Tão Felizes" (1984), "Faca de Dois Gumes" (1989), "Como Nascem os Anjos" (1996) e "Nome Próprio" (2008). O plano do Cinema Brasil Digital é se inserir futuramente no mercado de video-on-demand (transmissão de filme via internet por download). Segundo Salles esse é o caminho para se ter mais audiência para o cinema nacional. Confira a seguir trechos da entrevista.
Quais são os planos do selo Cinema Brasil Digital no mercado de home video?
Temos um contrato com a Riofilme e a ideia é lançar aos poucos, de dois em dois meses, títulos recentes e também relançar alguns clássicos do cinema brasileiro. Queremos criar um novo tipo de distribuidora que disponibilize conteúdo digital pela internet, focada no produto brasileiro. Inicialmente vamos trabalhar no mercado tradicional de cinema, videolocadoras e sell-thru. E começamos a pesquisar possíveis plataformas para a distribuição via internet.
Esse seria o caminho para o cinema nacional ter mais audiência?
A audiência do cinema nacional será pela internet. Estamos começando com o mercado de DVD para adquirir experiência e chegarmos depois como uma distribuidora via internet. O nosso foco é a distribuição de material digital, o video estreaming (download e execução de filmes).
Os filmes seriam lançados em video-on-demand?
Os filmes seriam lançados em video-on-demand?
Seria uma forma de download pago, um VOD popular, mais barato. Estamos trabalhando há três meses na questão de tecnologia para ser viável tecnologicamente.
Como o senhor vê o desempenho dos filmes nacionais no mercado de videolocadoras?
Antigamente havia uma rejeição da classe média contra o cinema brasileiro. Isso mudou muito nos últimos 15 anos. Agora vemos um namoro da classe média com a produção nacional. A videolocadora que eu frequento no Rio de Janeiro, comprou o filme "Nome Próprio" e desde então eu não o vejo na prateleira. (risos). Estou todo orgulhoso. O preconceito ainda existe na cabeça de alguns donos de videolocadoras que separam filme nacional de estrangeiro. É uma prática boba fazer essa separação. Qualquer filme brasileiro por causa dos atores conhecidos, da história, eles têm uma demanda maior que muito filme estrangeiro. Se tivesse uma maior mistura dos filmes, ia ter mais saída dos nacionais.
O senhor que trabalha agora com distribuição sente o impacto da pirataria?
Como o senhor vê o desempenho dos filmes nacionais no mercado de videolocadoras?
Antigamente havia uma rejeição da classe média contra o cinema brasileiro. Isso mudou muito nos últimos 15 anos. Agora vemos um namoro da classe média com a produção nacional. A videolocadora que eu frequento no Rio de Janeiro, comprou o filme "Nome Próprio" e desde então eu não o vejo na prateleira. (risos). Estou todo orgulhoso. O preconceito ainda existe na cabeça de alguns donos de videolocadoras que separam filme nacional de estrangeiro. É uma prática boba fazer essa separação. Qualquer filme brasileiro por causa dos atores conhecidos, da história, eles têm uma demanda maior que muito filme estrangeiro. Se tivesse uma maior mistura dos filmes, ia ter mais saída dos nacionais.
O senhor que trabalha agora com distribuição sente o impacto da pirataria?
A crise que as locadoras estão enfrentando por causa da concorrência com a pirataria é um absurdo. É impressionante. Eu lancei Nome Próprio em DVD e no dia seguinte passou a ter milhares de sites que dão download do filme. A pessoa aluga na locadora e coloca na internet. Eu não entendo porque a União Brasileira de Vídeo (UBV) não denuncia isso para a Polícia Federal. Na internet tudo é rastreável. Por que eles não estão trabalhando mais sério nisso. As videolocadoras que pagam impostos sofrem uma concorrência desleal. Eu sou novo nesse mercado e não entendo porque as associações não trabalham nisso de forma mais efetiva.
Sobre o programa Cinema do Brasil, o senhor acha que a parceria internacional em co-produções e distribuição é a forma de consolidar a produção nacional?
Totalmente. É uma questão de mercado, de fluxo de dinheiro e produção. Não podemos ficar só concentrados no mercado brasileiro. Os cineastas têm de estar preocupados em vender o seu produto lá fora. Está havendo também o fomento por parte do governo, que eu acho muito inteligente. É uma saída como prospecção de capitar investidores. Não podemos mais pensar localmente. A ideia de fazer a distribuição de conteúdo pela internet é que por exemplo: um japonês interessado na cultura brasileira vai entrar no site do Cinema Brasil Digital e fazer um download de um filme brasileiro. Ele não tem condições de ir numa locadora de lá e locar um filme brasileiro.
Sobre o programa Cinema do Brasil, o senhor acha que a parceria internacional em co-produções e distribuição é a forma de consolidar a produção nacional?
Totalmente. É uma questão de mercado, de fluxo de dinheiro e produção. Não podemos ficar só concentrados no mercado brasileiro. Os cineastas têm de estar preocupados em vender o seu produto lá fora. Está havendo também o fomento por parte do governo, que eu acho muito inteligente. É uma saída como prospecção de capitar investidores. Não podemos mais pensar localmente. A ideia de fazer a distribuição de conteúdo pela internet é que por exemplo: um japonês interessado na cultura brasileira vai entrar no site do Cinema Brasil Digital e fazer um download de um filme brasileiro. Ele não tem condições de ir numa locadora de lá e locar um filme brasileiro.
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