domingo, 17 de dezembro de 2006

UM BOND CHAMADO DANIEL

"007 Cassino Royale", 21° produção do famoso agente secreto retorna com nova roupagem e nos apresenta seu mais novo astro: Craig, Daniel Craig

Loiro, bronzeado, musculoso, atlético e com olhos azuis intensos. Este é o novo perfil do agente secreto mais famoso do cinema, James Bond, em sua mais recente empreitada, "007 Cassino Royale". Na pele deste novo agente está o inglês Daniel Craig, 39 anos. O ator estrelou filmes como, "Lara Croft-Tomb Raider", "Estrada para Perdição" e "Munique".

Em meio aos nomes de Clive Owen, Hugh Jackman, Julian McMahon, dentre outros, muito se especulou na mídia sobre a escolha de Daniel para encarnar o espião 007. O ator recebeu uma enxurrada de críticas antes mesmo do filme estrear. O descontentamento se deu por ele ser loiro, baixo e não ter uma beleza típica. Mas quando Daniel aparece em cena, não resta dúvidas de que ele foi a escolha perfeita e que consegue sim, ser um ótimo James Bond.

O filme dá um novo fôlego a franquia de mais de 40 anos. A série está renovada e ganhou um tom mais realista. Desta forma, a franquia se reinventa para continuar a agradar a legião de fãs que existe, assim como, conquistar uma nova geração de admiradores dos filmes do 007. A produção volta as origens do personagem, para mostrar como Bond se torna um agente do Serviço Secreto Britânico.

Isto dá ao público, a chance de descobrir quem ele é. O ótimo "Batman Begins" fez o mesmo, ao mostrar como Bruce Wayne se torna o Homem-Morcego. Esta tendência em mostrar como tudo começou, vem crescendo em Hollywood. Outro herói das histórias em quadrinhos, Wolverine, de "X-Men", ganha seu próprio filme, que será um prelúdio da vida do personagem.

"007 Cassino Royale" é uma adaptação do livro de mesmo nome, escrito por Ian Fleming, criador da série. O filme começa em preto e branco, no qual o agente tem a missão de matar duas pessoas para obter a patente 00, de licença para matar. Um deles é executado com um tiro na cabeça. O outro é morto de forma mais brutal. Daí se vê que Bond está mais violento e ameaçador, disposto a derramar muito sangue. Esta abertura tem uma clara influência do gênero noir(muito popular entre os anos 40 e 60), em que há o enfrentamento, o homem esperando o momento de matar, com toda aquela atmosfera sombria e misteriosa, característica deste gênero.

Com a patente em mãos, a aventura do espião começa em Madagascar, numa impressionante sequência de perseguição, em que Bond deve capturar um prisioneiro. No percurso, os dois utilizam os movimentos do “parkour”, um esporte em que se usa o corpo para ultrapassar obstáculos de forma rápida e fluente, como passar em pequenos vãos e pular de lugares altos. Quem gostar desta sequência, pode conferir o filme francês "B13-13° Distrito", que tem esse estilo de ação.

Em Montenegro, Bond enfrenta seu grande inimigo, o banqueiro Le Chiffre. O desafio se dá num torneio de pôquer, no qual 007 deve evitar que Le Chiffre ganhe o jogo e use o dinheiro para financiar terroristas. O restante da missão se desenrola nas Bahamas, Miami e Veneza. E desta vez, o espião deixa de lado as costumeiras engenhocas criadas para auxiliá-lo em suas missões. Ao invés de um carro que lança bombas ou relógio que detona explosivos, Bond usa os punhos como ferramenta. Ele prefere o confronto mano a mano. Em meio a tantas lutas, perseguições e explosões, o agente ainda encontra tempo para o romance. Ele se entrega ao amor por Vesper Lynd (Eva Green de "Cruzada"), que amolece o coração do herói. É interessante ver este lado mais sentimental e vulnerável do agente e entender o porquê de ele se tornar um homem tão mulherengo.

Nova roupagem
O filme é dirigido por Martin Campbell, também responsável pela estreia de Pierce Brosnan como James Bond, em "007 Contra GoldenEye". Em "Cassino Royale", Campbell dá um ritmo mais ágil, uma ação mais enérgica. E Daniel Craig, com seu tipão à la Steve McQueen, faz do personagem, um homem durão e enigmático, de beleza áspera. O ator agrega um certo “tempero” ao personagem. Ao mesmo tempo em que o espião causa medo e é frio e bruto ao matar alguém, ele ainda consegue ser sofisticado em seu alinhado smoking, sarcástico com o oponente, sutil nos gestos e olhares, como também, insinuante com as mulheres e muito sexy em seu corpo escultural e um sotaque britânico impecável.

Não existem motivos para temer que "007 Cassino Royale" tenha se afastado dos outros filmes da série. A produção mantém a fórmula consagrada com os elementos característicos da franquia. O filme continua com muita ação, locações exóticas, um vilão maquiavélico, belas mulheres e o inesquecível tema musical. Os diálogos entre o agente e as bondgirls continuam cheios de segundas intenções. O carro Aston Martin também está lá, agora com o modelo DBS, um dos mais bonitos da série. Pena que o automóvel apareça pouco e quando aparece, ele é completamente destruído. E a bebida preferida de Bond, rende uma cena engraçada, em que ele explica como quer o seu famoso martini, mexido e não batido.

Ao final das duas horas e vinte de filme, o ator Daniel Craig passa no teste e sai laureado. Depois de brigar, sangrar, ser torturado e ter o coração partido, o que importa é que o agente 007 está revigorado, firme e forte para uma próxima aventura e com a certeza de que esta nova roupagem fará com que a franquia dure mais quarenta anos.

domingo, 10 de dezembro de 2006

SEGUINDO A CARTILHA

O romance adolescente "Ela Dança, Eu Danço" traz uma história previsível sobre um casal que se apaixona na pista de dança

Sabe aquele tipo de filme que pelo trailer ou sinopse já dá para saber como tudo vai acabar? Pois esse é o caso de "Ela Dança, Eu Danço" (2006). O título pega carona no hit do funkeiro Mc Leozinho: Se Ela Dança, Eu Danço. Bem apropriado para chamar a atenção do público. No filme, Tyler (Channing Tatum) é o típico rebelde de classe baixa que sempre apronta confusão. Ele se mete em uma encrenca quando destrói um teatro de uma renomada escola de Arte. Como castigo ele deve prestar serviços comunitários nessa escola. Lá estuda Nora (Jena Dewan), uma a rica e obstinada aluna de dança que está à procura de um parceiro já que seu par machucou o pé. Claro que os destinos dos dois vão se cruzar e acabar na pista de dança.

O roteiro do filme é escrito por Duane Adler, veterano em escrever histórias de adolescentes no universo da dança. Foi ele o responsável por roteirizar "No Balanço do Amor 1" (2001) e "2" (2006), que traz uma jovem branca e rica que compartilha com um garoto negro e pobre a paixão pela dança. Ele também escreveu "Make it Happen" (2008) em que uma jovem do interior dos Estados Unidos vai até Chicago para tentar a sorte em uma prestigiosa escola de dança. Além disso, Adler fez o roteiro de "Ela Dança, Eu Danço 2" (2008).

Adler segue a cartilha do gênero musical adolescente, sem mudar uma linha. Para ele, roteiros de filmes desse tipo devem ser escritos de olhos fechados de tão óbvias que são. Em Ela Dança, Eu Danço, todas as convenções do gênero estão presentes. A história traz uma tensão sexual entre o casal, no estilo “opostos se atraem”. A aproximação da dupla durante os ensaios da coreografia permite a cada um descobrir seus problemas e anseios. O elenco de personagens secundários é muito manjado, formado pelo namorado ciumento e egoísta de Nora, a amiga dela que percebe há milhas de distância que Nora está caidinha pelo garoto mau, a diretora da escola que vê em Tyler um futuro promissor e o amigo de Tyler que não aceita a fase comportada dele. Os diálogos são tão simplistas que o espectador consegue antever o que cada um vai falar. Nem as coreografias musicais escapam do tédio.

Filmes no estilo de "Ela Dança, Eu Danço" conseguem sinal verde para a produção por serem apostas seguras e baratas seguindo a fórmula do casal oposto que se odeia a princípio, acaba se apaixonando, briga no meio do caminho e no final tudo se resolve com um beijo. Mais previsível impossível.

quarta-feira, 15 de novembro de 2006

2° FESTCINE GOIÂNIA


Eu, Thati e Camila no 2° Festival de Cinema de Goiânia, na exibição do filme que produzimos: “A Magia do Cinema: uma Projeção de Sensações, Emoções e Ilusões”. Realizar este filme foi um trabalho árduo. Mas todo o processo de pré-produção, gravação e as intermináveis horas que passávamos na ilha de edição foram recompensados. Ter uma sala de cinema lotada assistindo ao nosso filme foi uma experiência maravilhosa. Além disso, presenciar as reações do público às cenas foi demais. Com certeza, um dia muito especial para nós!