domingo, 10 de dezembro de 2006

SEGUINDO A CARTILHA

O romance adolescente "Ela Dança, Eu Danço" traz uma história previsível sobre um casal que se apaixona na pista de dança

Sabe aquele tipo de filme que pelo trailer ou sinopse já dá para saber como tudo vai acabar? Pois esse é o caso de "Ela Dança, Eu Danço" (2006). O título pega carona no hit do funkeiro Mc Leozinho: Se Ela Dança, Eu Danço. Bem apropriado para chamar a atenção do público. No filme, Tyler (Channing Tatum) é o típico rebelde de classe baixa que sempre apronta confusão. Ele se mete em uma encrenca quando destrói um teatro de uma renomada escola de Arte. Como castigo ele deve prestar serviços comunitários nessa escola. Lá estuda Nora (Jena Dewan), uma a rica e obstinada aluna de dança que está à procura de um parceiro já que seu par machucou o pé. Claro que os destinos dos dois vão se cruzar e acabar na pista de dança.

O roteiro do filme é escrito por Duane Adler, veterano em escrever histórias de adolescentes no universo da dança. Foi ele o responsável por roteirizar "No Balanço do Amor 1" (2001) e "2" (2006), que traz uma jovem branca e rica que compartilha com um garoto negro e pobre a paixão pela dança. Ele também escreveu "Make it Happen" (2008) em que uma jovem do interior dos Estados Unidos vai até Chicago para tentar a sorte em uma prestigiosa escola de dança. Além disso, Adler fez o roteiro de "Ela Dança, Eu Danço 2" (2008).

Adler segue a cartilha do gênero musical adolescente, sem mudar uma linha. Para ele, roteiros de filmes desse tipo devem ser escritos de olhos fechados de tão óbvias que são. Em Ela Dança, Eu Danço, todas as convenções do gênero estão presentes. A história traz uma tensão sexual entre o casal, no estilo “opostos se atraem”. A aproximação da dupla durante os ensaios da coreografia permite a cada um descobrir seus problemas e anseios. O elenco de personagens secundários é muito manjado, formado pelo namorado ciumento e egoísta de Nora, a amiga dela que percebe há milhas de distância que Nora está caidinha pelo garoto mau, a diretora da escola que vê em Tyler um futuro promissor e o amigo de Tyler que não aceita a fase comportada dele. Os diálogos são tão simplistas que o espectador consegue antever o que cada um vai falar. Nem as coreografias musicais escapam do tédio.

Filmes no estilo de "Ela Dança, Eu Danço" conseguem sinal verde para a produção por serem apostas seguras e baratas seguindo a fórmula do casal oposto que se odeia a princípio, acaba se apaixonando, briga no meio do caminho e no final tudo se resolve com um beijo. Mais previsível impossível.

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