terça-feira, 31 de agosto de 2010

O LEÃO VOLTARÁ A RUGIR?

Estúdio MGM consegue prorrogação para dívida

Um dos estúdios mais famosos de Hollywood, o Metro Goldwyn Mayer (MGM), aquele que tem um leão que ruge na vinheta de abertura está passando por uma crise. O estúdio tem uma dívida acumulada em US$ 3,7 bilhões e conseguiu pela sexta vez, prorrogar parte do pagamento, agora para 15 de setembro. Em junho de 2011 vence o prazo para o pagamento de US$ 1 bilhão. Em 2012, a dívida terá de ser liquidada. Até lá, o estúdio tenta achar uma solução para o rombo financeiro.

A MGM estuda ofertas de fusão com os estúdios Spyglass ou Summit Entertainment ou uma possível venda para o grupo Time Warner, que fez uma proposta de US$ 1,5 bilhão. A crise do leão fez com que a produção do 23° filme da franquia 007 fosse adiada por tempo indeterminado. "Não sabemos quando a produção do filme poderá continuar e não temos uma data para o lançamento de 'Bond 23'”, declararam os produtores Michael G. Wilson e Barbara Broccoli. Outra produção que aguarda o sinal verde é "O Hobbit", adaptação do livro de J. R. R. Tolkien, mesmo autor de "O Senhor dos Anéis".

sexta-feira, 27 de agosto de 2010

DE VOLTA AOS CINEMAS


Depois de faturar mais de US$ 740 milhões nos Estados Unidos, o filme "Avatar" foi relançado hoje. A diferença é que agora está sendo exibida uma versão estendida com oito minutos inéditos e exclusivamente nos formatos 3D e IMAX 3D. A produção também será relançada em outros países como Rússia, Argentina, Japão, Bélgica e México. No Brasil o relançamento está marcado para 15 de outubro. Por aqui o filme que estreou em dezembro de 2009, foi visto por nove milhões de pessoas e teve uma renda de R$ 102 milhões.

terça-feira, 24 de agosto de 2010

LONGA JORNADA

Pai e filho tentam sobreviver num mundo pós-apocalíptico em "A Estrada"

Era uma vez uma época em que ter uma casa confortável e a natureza ao seu redor era uma benção. Agora após um longo e forte clarão seguido de abalos sísmicos, isso deixou de existir. A temperatura é cada vez mais baixa, o céu é cinzento e não há mais animais e vegetação.

Neste mundo devastado em "A Estrada" o que resta é contar os dias para morrer. "A Estrada" é a terceira adaptação de uma obra de Cormac McCarthy. As outras foram "Espírito Selvagem" e "Onde os Fracos Não Têm Vez". Na produção, pai (Viggo Mortensen) e filho caminham em direção ao mar. No percurso buscam por comida e abrigo.

O grande temor é o canibalismo. Neste longo percurso a ética, a moral e os bons costumes são postos à prova. O filme com muita sensibilidade coloca em questão o que uma pessoa é capaz de fazer em situações extremas. De forma dolorosa e temerosa, o espectador embarca nesta longa e difícil jornada em que as incertezas são o mapa para estes dois sobreviventes.

sexta-feira, 6 de agosto de 2010

MANIPULADOR DE MENTES

Christopher Nolan engendra história sobre mistérios do subconsciente em “A Origem”, que coloca Leonardo DiCaprio como um ladrão de sonhos

Há vida inteligente em Hollywood? Sim, claro, e uma delas atende pelo nome de Christopher Nolan. Em sua filmografia ele apresenta histórias intricadas e originais como as de “Amnésia”, “Insônia” e “O Grande Truque”. Aliando histórias espertas com incríveis sequências visuais, hoje Nolan é um exímio diretor de filmes de ação, como fez em “Batman Begins” e “Batman: O Cavaleiro das Trevas”, ao dar uma faceta mais séria e digna ao homem morcego. Agora Nolan lança o enovelado “A Origem”.

Dom Cobb (Leonardo DiCaprio) se denomina um segurança do subconsciente. Na verdade ele rouba ideias das pessoas. O roubo acontece no momento mais vulnerável em que uma pessoa se encontra, no sono REM, período de sono profundo quando os sonhos acontecem. Nos roubos, o ladrão conta com uma equipe de extratores, formada pelo produtor Arthur (Joseph Gordon-Levitt), a arquiteta Ariadne (Ellen Page), o falsário Eames (Tom Hardy) e o químico Yusuf (Dileep Rao).

Para Cobb, o parasita mais temido é a ideia. A ideia é capaz de transformar o mundo e todas as regras. É por isso que Cobb as rouba quando são criadas durante os sonhos. A pessoa que dorme é levada para dentro de um sonho e o preenche com seus segredos. Aí Cobb entre nesse sonho e rouba a ideia que a pessoa teve.

A habilidade rara de Cobb o faz ser cobiçado por Saito (Ken Watanabe) para realizar um trabalho de espionagem empresarial. Mas para isso ele terá de fazer algo impossível. Em vez de roubar uma ideia, Cobb terá de plantar uma no sonho de Robert Fisher (Cillian Murphy) e o fazer acreditar que ele precisa por fim ao conglomerado criado pelo pai.

O argumento criado por Nolan para “A Origem” não é novo. Filmes como “Paprika” e “A Morte nos Sonhos” tratam do acesso aos sonhos. A trilogia “Matrix” também tem uma história similar, mas que vai para o lado do universo virtual no qual homens e máquinas lutam em vários níveis de realidade. Mas “A Origem” ganha contornos muito mais complexos no qual os personagens são inseridos em sonhos dentro de sonhos.

Com “Batman - O Cavaleiro das Trevas”, Nolan flertou com a tecnologia IMAX ao realizar seis sequências no formato. Com “A Origem”, o diretor remasterizou digitalmente o filme pela tecnologia transformando a produção, concebida em 35mm numa versão em 70 mm. Nesse processo, é feita correção de cor, remoção de granulação e recriação de trilha sonora resultando em imagens nítidas e som limpo. Com isso, “A Origem” ganha incríveis e barulhentas sequências de ação que faz Paris ficar de ponta-cabeça e os personagens se moverem em ambientes com gravidade zero.

Nolan ainda se aproveita da boa interpretação do elenco que conta com um ressurgido das cinzas Tom Berenger, na pele do padrinho de Robert. O filme é um sonho de tirar o fôlego, que no fim nada mais é do que pessoas em busca por redenção.

Cobb fala que o sonho parece real enquanto se está nele. Quando a pessoa acorda percebe que havia alho estranho. É exatamente esta a sensação que se tem ao assistir “A Origem”. Na sala de cinema escura o espectador imerge no sonho (filme) e quando ele acaba e as luzes se acendem, a sensação é de que se vivenciou algo, mas sem saber ao certo o que foi. Nolan nada mais faz do que brincar com a mente do espectador, criando um misto de ficção científica e filme de ação repleto de situações intricadas. Assim como nos esforçamos para lembrar o que aconteceu num sonho, é difícil montar o quebra-cabeça onírico de “A Origem”. Para aqueles que tentarem só não vale cair no sono.

domingo, 1 de agosto de 2010

DOBRADINHA ITALIANA

















Dois atores do cinema nacional indicam filmes do diretor Ettore Scola

O “Eu Recomendo” deste mês não vai indicar um, mas dois filmes. A exceção é dada ao cineasta italiano Ettore Scola, que tem suas produções admiradas por dois nomes do cinema nacional: Marisa Orth e Luis Miranda. Marisa vive a Dr. Michele no seriado "S.O.S. Emergência" da Rede Globo, que encerrou sua primeira temporada no mês passado. Ela também pode ser vista no canal fechado Viva, na reprise do humorístico "Sai de Baixo". No cinema ela participou de filmes como, "Doces Poderes" (1997), "Durval Discos" (2002), "Os Normais - O Filme" (2003) e "É Proibido Fumar" (2009).

O ator Luis Miranda é atualmente um dos mais requisitados do cinema brasileiro. Ele pode ser visto em "Bicho de Sete Cabeças" (2001), "Carandiru" (2003), "Meu Nome Não É Johnny" (2008) e "Jean Charles" (2009). Seu último trabalho foi em "Quincas Berro D’Água" no qual interpreta um dos amigos do personagem título.
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“Nossa tem tanto filme legal, graças a Deus! No final eu acabo recorrendo aos clássicos. Todos os filmes do diretor Ettore Scola eu acho lindos. Ele é um baita diretor, os filmes são sempre emocionantes e sempre valem a pena ver. Até o pior filme dele é excelente. Nós Que Nos Amávamos Tanto é um filme muito lindo!”.
Marisa Orth

“Ah, tem um filme que eu amo que é A Viagem do Capitão Tornado, de Ettore Scola. É um filme que eu sempre assisto, acho maravilhoso. É um longa que fala de teatro, do trabalho do ator... É um filme que sempre vale a pena rever!”.
Luis Miranda
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A história italiana em película

O cineasta Ettore Scola veio da geração do neo-realismo italiano. O movimento se caracterizou por mostrar a situação da Itália pós-guerra, um país em ruínas destruído pelo combate e assolada pela miséria e o desemprego. "Roma, Cidade Aberta" (1945), de Roberto Rossellini foi o grande representante do neo-realismo. Nos filmes de Scola, uma marca forte é a historicidade da Itália como pano de fundo para os enredos.

"Nós Que Nos Amávamos Tanto" tem como ambiente a Itália pós-guerra de 45 e vai até 1975. O advogado Gianni, o enfermeiro Antonio e o intelectual Nicola são amigos. Juntos eles enfrentam a ocupação nazista. Com o fim da guerra, os três cheios de sonhos terão de lidar com as aventuras e desilusões da vida. Além da amizade, eles são apaixonados pela mesma mulher, Luciana. Cada um segue sua vida e se reencontram 30 anos depois.

"A Viagem do Capitão Tornado" se situa numa França dos anos 1700. O herdeiro da família Sigognac deixa a família para seguir um grupo de atores itinerantes, a caminho da corte do rei. Na viagem ele conhece duas mulheres que vão lutar por seu amor, Serafina e Isabelle. Mas é o teatro, a grande paixão de Sigognac.