segunda-feira, 28 de junho de 2010

POR TRÁS DA FEBRE


Cultuado por uma multidão em todo mundo, fenômeno "A Saga Crepúsculo" promete reascender a paixão dos fãs com "Eclipe", terceira parte da trama vampiresca que estreia em junho

Segundo o dicionário da língua portuguesa Aurélio, fã é um admirador exaltado de certo artista de rádio, cinema, televisão etc. Com base nesta definição, fica fácil encontrar pessoas que, independente da área de atuação, admiram alguém a ponto de não enxergar nenhum defeito nela e até mesmo sair em sua defesa... São ações que mais parecem de alguém apaixonado, que se dedica de corpo e alma ao ídolo, em um tipo de adoração que pode ser solitária ou dentro de fãs-clubes. A única certeza é o amor incondicional do fã para com seu ídolo.

Na história da música, por exemplo, houve – e ainda haverá – casos de histeria dos fãs como o que aconteceu no passado com, por exemplo, The Beatles e Elvis Presley, e mais recentemente com os meninos do Jonas Brothers. No cinema, a histeria coletiva tem se demonstrado pelos fãs de "A Saga Crepúsculo". Esta turma esta prestes a viver momentos de euforia total. Tudo por conta da estreia de Eclipse, o terceiro capítulo da Saga que intensifica o triângulo amoroso entre Bella, Edward e Jacob.

A histeria coletiva tem se demonstrado entre os fãs de "A Saga Crepúsculo". “O único filme de que me lembro que suscitou isoladamente tanta paixão em massa foi Titanic. De resto, o que se viu foram “fanatismos” em torno de filmes de gêneros mais específicos, entre o cult e o nerd, como as franquias Star Trek e O Senhor dos Anéis ou o clássico da meia-noite Rock Horror Picture Show, ou cultos a atores específicos, de James Dean a Brad Pitt, de Marilyn Monroe a Angelina Jolie”, afirma Christian Petermann, crítico de cinema.

O romance entre um vampiro e uma humana saído dos livros da escritora Stephenie Meyer se tornou cultuado no mundo literário, mas foi no cinema que o culto a "Crepúsculo" ganhou proporções ainda maiores. O motivo está no trio de atores que encarnam os personagens principais: Robert Pattinson, Kristen Stewart e Taylor Lautner.

Garotas chorando e aos gritos são algo comum na rotina do trio. Tamanha comoção fez Pattinson comentar a respeito na revista Entertainment Weekly. “Eu não sei como os Beatles se sentiam, mas imagino que era próximo do que acontece agora. Poucos seres humanos jamais conseguirão experimentar o amor que sentimos nos eventos de Crepúsculo”, revela o galã.

Aqui no Brasil existem vários fã-clubes dedicados aos livros e filmes de "A Saga Crepúsculo". Elídia Zotelli é uma das fundadoras do fã-clube Twilight Universe, que possui cerca de 1200 associados. “Eu gosto mais dos livros, porque têm mais detalhes. Mas é legal ver o filme porque você vê o que imagina na tela do cinema”, conta ela. Denis Marinho, auxiliar, já assistiu a Crepúsculo mais de dez vezes. “Eu gosto do filme porque há um romance. É maravilhoso! No livro você imagina o que acontece, no filme você vê tudo o que foi imaginado. Acho que as pessoas gostam mais do filme porque poucas lêem livros. O filme é mais prático e fácil, por isso virou um fenômeno”.

NO DIVÃ
Para Wimer Bottura, psiquiatra e coordenador do Cine Debate da Associação Paulista de Medicina, um dos fenômenos que dão sentido a existência do fã é a capacidade dele se identificar e se projetar no outro. “O ídolo é aquele que não impede que o possível fã se projete e se identifique com ele”, explica Bottura.

O psiquiatra analisa os sentimentos de um fã como uma necessidade de ter um ídolo para alcançar a sua identidade. O amor platônico é uma projeção a vida do fã. Isso se torna real a partir da projeção. “O fã não se vendo como um ser em sua unidade, precisa de algum ídolo para adquirir uma identidade. Podemos dizer que o ídolo é uma tela onde o fã projeta toda sua problemática e fantasia para se tornar um ser com vida. O ídolo dá, não como uma doação espontânea ou voluntária, a possibilidade do fã ser uma pessoa”, fundamenta ele.

Para o psiquiatra, não é sadio cultivar a adoração extrema por um ídolo. “Não é saudável, nem individualmente, e muito menos socialmente, mas seria pior se as pessoas carentes de uma identidade própria não tivessem um ídolo para identificar-se. Pior seria se identificar com ídolos como Hitler, Stalin etc...”, resumi Bottura.

TORCIDA ORGANIZADA
A fixação pela "Saga Crepúsculo" não atinge somente os jovens. Um trio de amigas com seus mais de 30 anos fizeram questão de conferir Lua Nova em primeira mão numa sessão da meia-noite em novembro passado. Leila Giacomello, Simone Leitão e Alexandra de Farias vestiam camisetas representando os times Edward e Jacob. Simone era a única que usava a camiseta Team Jacob. “Não é que eu não goste do Edward, mas o Jacob é o oposto do Edward. Apesar de todos os problemas da vida dele, na luta entre vampiros e lobisomens, ele não perde o bom humor e o otimismo. O Jacob é impulsivo, ele vai e resolve. Eu gosto disso nele!”, sai Simone em defesa do personagem.

Para Leila, os filmes são a imaginação concreta na tela. “Você visualiza o Edward na forma como é o Robert Pattinson. Hoje eu não imagino nenhum outro ator interpretando o Edward. Ele já está na mente dos fãs”. A cena favorita dela em Crepúsculo é quando Edward entra no refeitório da escola. “Eu vejo essa cena várias vezes! É uma entrada triunfal, mágica! Quando ele entra, ele causa”, empolga-se ela.

As amigas Roberta Filgueiras e Rebeca Monteiro não leram os livros da série confessando preguiça, mas aprovaram os filmes. “Os filmes são bem feitos e tem muitos atores bonitos (risos). Mostra um amor verdadeiro! Eles lutam por aquele amor, que parece ser impossível, mas eles correm atrás para ficarem juntos”, afirma Roberta. Rebeca é mais direta e logo diz que o que mais gosta no filme é o Edward. “O Edward é o namorado que toda mulher quer ter. Um homem que luta por você. A história de amor deles é linda”, derrete-se Rebeca.

Mas as amigas Natasha Kiwasinei e Jessica Oliveira não bancam o tipo descabeladas pelo ídolo. “Eu não gosto da tietagem, todo mundo gritando. Acho um exagero”, fala Natasha. “Eu acabei gostando do Robert Pattinson, mas nada desesperado”, diz Jessica.Para Petermann o filme cumpre um dos papeis do cinema, que é de entreter. “E incompreensível o fascínio que as jovens sentem por um insosso e apático Robert Pattinson. Mas nada disso incomoda seu autêntico público-alvo. Eclipse vai bombar em junho!”, completa ele. Essa é a chamada magia do cinema.

segunda-feira, 21 de junho de 2010

SEMPRE AMIGOS!

Os brinquedos de "Toy Story 3" dão adeus ao público de forma emocionante pregando o valor da amizade

Em 1995 a Disney em parceria com o estúdio de animação Pixar dava um salto na forma de se fazer desenhos com a adesão da computação gráfica. O filme que lançava essa nova forma de fazer animações foi "Toy Story". Ela apresentou ao público o menino Andy e seus brinquedos favoritos, que possuem vida própria e lidam com questões humanas como rejeição, ciúme, separação e acima de tudo a amizade.

De lá pra cá o espectador acompanhou a jornada do líder dos brinquedos, o xerife Woody e seus amigos, o patrulheiro espacial Buzz Lightyear, o casal Sr. e Sra. Cabeça de Batata, o cofre Porquinho, o inseguro dinossauro Rex, a valente Jessie, o cavalinho Bala no Alvo e o flexível cachorro Slinky. Com a terceira parte é hora de se despedir dos queridos personagens.

Agora, Andy em "Toy Story 3" está com 17 anos. As brincadeiras deram lugar aos estudos, amigos e namoradas. Os brinquedos foram deixados de lado. Todo brinquedo passa por isso um dia. Prestes a sair de casa para estudar fora, Andy precisa arrumar o quarto e decidir o que ele vai levar para a faculdade, o que vai para o sótão e o que vai para o lixo. É aí que os bonecos esquecidos no baú entram em cena.

Woody e companhia temem serem doados ou pior, jogados no lixo. A esperança é que eles consigam um lugar no seguro e aconchegante sótão. Como sempre na vida destes bonecos muitos mal entendidos acontecem e eles vão parar na creche Sunnyside. Lá eles são acolhidos pelo urso Lotso que apresenta a nova moradia deles. A creche é o recanto de brinquedos abandonados por seus donos que terão a chance de voltarem à ativa com crianças loucas para brincar.

A creche possui duas salas, uma das crianças maiores que prezam pelo cuidado dos brinquedos e a outra das crianças menores, aquelas que estão na fase destruidora em que não brincam com os brinquedos, mas os destronam. A turma de Woddy é colocada nesta segunda sala. Será este o futuro dos inseparáveis amigos: sofrerem nas mãos de maldosas crianças e acabarem “mortas” no fundo de uma lata de lixo?

As animações da Disney/Pixar sempre pregam aos pequeninos os bons valores como a amizade. "Toy Story 3" não é diferente testando a força da amizade dos brinquedos até as últimas consequências. Woody fala que ele e os outros brinquedos são amigos desde sempre, para o que der e vier, tudo em nome do companheirismo.

O roteiro de "Toy Story 3" é riquíssimo de boas piadas e bons dramas que provocam lágrimas. O filme cativa o espectador pequeno que está na fase de ter vários brinquedos e o grande que guarda na memória as brincadeiras que embalaram a infância. Mais uma vez, é feita uma animação que agrada em cheio aos adultos. São eles que vão apreciar a história em todas as suas nuances.

Com muito humor e sensibilidade o filme faz o espectador se identificar com Andy. Na hora de fazer a limpeza ele não consegue se desfazer dos brinquedos, por mais que eles não sejam mais brincados, por mais que eles acabem jogados numa caixa e guardada em um depósito. O que os brinquedos proporcionaram a Andy foi inestimável. Aquele brinquedo velhinho, enferrujado e faltando peças que animou sua infância deve estar guardado em algum lugar não é mesmo? Assim como Andy, você tem certos brinquedos que não tem coragem de jogar fora ou doar. Saber que eles estão guardados é uma espécie de segurança para as lembranças não serão esquecidas. Assim como é difícil se despedir dos brinquedos que animaram sua infância, é difícil dar adeus aos bonecos de "Toy Story".


sexta-feira, 18 de junho de 2010

SOLTANDO A VOZ!

Apresentador Rodrigo Faro empresta sua voz para personagem da animação "Astro Boy"

Rodrigo Faro é ator, cantor e atualmente é apresentador de dois programas na TV Record, mas agora ele ataca também de dublador no filme "Astro Boy" que chega agora em DVD. Este é o primeiro trabalho dele em dublagem no cinema, mas na infância ele já tinha desempenhado essa função em programas de TV. No filme, Astro Boy é um robô criado pelo Dr. Tenma para substituir o filho que perdeu. O robô acaba rejeitado pelo seu criador e com isso, ele parte em busca pela própria identidade.

NO MUNDO DO CINEMA foi até o laboratório de Cinematografia e Som Álamo no início de dezembro conferir o apresentador em ação na dublagem do personagem "Astro Boy". Foram dois dias de árduo trabalho. Quando cheguei ao estúdio, ele completava uma maratona de sete horas de dublagem. É realmente um trabalho que exige muita paciência, concentração e precisão na hora de conjugar a inserção da voz nos momentos que a boca do personagem se mexe, não se esquecendo de manter um mesmo timbre de voz. Faro, que tem um tom grave teve de se adaptar para dublar um garoto. Depois de um longo dia de trabalho, Faro ainda reservou um tempinho para conversar comigo. Confira!

Qual a diferença entre o trabalho de interpretação e de dublagem?A diferença principal entre esses dois trabalhos é que na dublagem você só tem a voz para emocionar, para conseguir passar as emoções. Isso é complicado. Como ator eu tenho o corpo, o olhar, a imagem para se trabalhar. Na dublagem não, é a voz e utilizar esse recurso para alegrar e passar a emoção. A concentração tem que ser muito maior.

Como surgiu o convite para fazer Astro Boy?
O convite surgiu a partir da parceria entre a Paris Filmes e a Record, que estão juntas nesse projeto. Eles pensaram em quem podia fazer a voz do Astro Boy, então surgiu o meu nome e houve um consenso. A Paris Filmes gostou da ideia e eu também adorei ter a chance de fazer esse trabalho, apesar da correria que está a minha vida com as gravações dos meus dois programas. Mas no fim deu tudo certo e estou super feliz!

Como é o trabalho de dublagem?É muito trabalhoso (risos). É um trabalho que exige muita concentração. Eu preciso ficar atento as indicações da diretora de dublagem [Úrsula Bezerra], as imagens que estão passando e ver o sincronismo da minha voz com a mexida da boca do personagem. Outra coisa importante é ouvir o filme em inglês porque eu preciso saber como é a respiração feita pelo dublador original, nesse caso, o ator Freddie Highmore. O trabalho de dublagem é um exercício fantástico de concentração.

E as suas filhas estão felizes em saber que o pai delas está fazendo uma animação?
Com as minhas filhas assisto a muitos DVDs de animação. Com certeza elas vão amar o Astro Boy, principalmente ao saberem que é o papai que fez a voz do personagem. Eu ainda nem falei sobre isso com elas direito, só falei que o papai ia dublar um desenho e elas adoraram a ideia. Vou levar o pôster com a foto do Astro Boy para elas verem que sou eu quem faz a voz dele. Elas vão querer ver o filme!

segunda-feira, 7 de junho de 2010

NOITE DE LUA NOVA


Segundo filme da Saga Crepúsculo detona no MTV Movie Awards

Como já se esperava, “A Saga Crepúsculo: Lua Nova” foi o grande ganhador do MTV Movie Awards, realizado ontem em Los Angeles. A premiação conta com os votos do público e os fãs da Saga fizeram a sua parte. “Lua Nova” conquistou os cinco prêmios a que estava indicado: filme, atriz (Kristen Stewart), ator e superastro (Robert Pattinson) e beijo (Kristen Stewart e Robert Pattinson).

Outras duas categorias sem surpresas foram o de revelação para Anna Kendrick, por “Amor Sem Escalas” e ator de comédia, Zach Galifianakis de “Se Beber, Não Case!”. As decepções foram vilão, briga e estrela Badass. Tom Felton, de “Harry Potter e o Enigma do Príncipe” tirou o prêmio do fantástico Christoph Waltz, de “Bastardos Inglórios”. A briga de Beyoncé Knowles e Ali Larter, em “Obsessiva” conseguiu bater incríveis lutas de “Sherlock Holmes”, X-Men Origens: Wolverine e “Avatar”. O badass escolhido segundo sua performance em filmes de ação, foi o desconhecido Rain de “Ninja Assassino”, que derrubou a especialista da área Angelina Jolie. O gosto do público jovem anda bem duvidoso ultimamente.

A querida Sandra Bullock fez sua primeira aparição pública depois da tumultuada separação do marido. Ela recebeu o prêmio Geração MTV pelo conjunto da obra. No discurso de agradecimento ela tirou sarro do que tem acontecido em sua vida e ainda tascou um beijo em Scarlett Johansson. O ponto alto da premiação ficou por conta do produtor megalômano e boca suja Les Grossman, vivido por Tom Cruise em “Trovão Tropical”. O ator reprisou o caricato personagem na premiação. Caracterizado como Les, ele dançou com Jennifer Lopez ao som de “Get Back” e “Get Right”. Impagável!

sexta-feira, 4 de junho de 2010

RETRATOS PRESIDENCIÁVEIS

Oliver Stone banca o cineasta propagandista com o documentário "Ao Sul da Fronteira"

Militar, índio, mulher, bispo, metalúrgico. São essas as caras que governam os principais governos da América Latina. Tais figuras chamam atenção do mundo pela forma como lideram suas nações. Eles também chamaram atenção do diretor norte-americano Oliver Stone, que já tratou de política e guerras em seus filmes como “JFK - A Pergunta que Não Quer Calar”, “Nixon”, “Platoon” e “Nascido em 4 de Julho”.

No documentário “Ao Sul da Fronteira”, Stone viaja a alguns países latino-americanos para retratar o cenário político do continente nos últimos 15 anos. Ele entrevista os presidentes Hugo Chávez (Venezuela), Evo Morales (Bolívia), Cristina Kirchner (Argentina), Fernando Lugo (Paraguai), Luiz Inácio Lula da Silva (Brasil), Raul Castro (Cuba) e Rafael Correa (Equador).

O fato de um cineasta norte-americano analisar a política latino-americana é algo que poderia render um ótimo material. Poderia, pois não é isso que Stone faz com “Ao Sul da Fronteira”. Com sua carapaça politicamente engajada e questionadora, e munido de um tradutor lá foi o Sr. Stone para uma conversinha tête-à-tête com os líderes.

O gênero documentário é um instrumento para se fazer asserções sobre algo. “Ao Sul da Fronteira” tenta seguir os estilos clássico e verdade com o cunho educativo, o uso de voz over e entrevistas para haver a interatividade. É a partir da interatividade que se chega a reflexão. Mas Stone se perde nesse território. Ele não consegue estabelecer que asserções pretende fazer ao espectador e não propõe ao espectador a fazer uma reflexão sobre o que foi visto.

“Ao Sul da Fronteira” se tornou um instrumento de propaganda para Chávez, que de bobo não tem nada, se aproveita da presença das câmeras de Stone para mostrar seu lado mais humano e dar umas cutucadas em George W. Bush. Stone se deslumbra com a faceta do ditador no poder há 18 anos, que não se cansa de pregar que o socialismo é o único caminho para a Venezuela.

A maior parte do filme é dedicada a Chávez, usando imagens de arquivo para mostrar como o militar chegou ao poder. Evo Morales aparece depois com mais destaque. O restante dos presidentes aparecem rapidamente dando algumas declarações. Quando chega a vez de Lula, ele fala apenas que não tem interesse em brigar com os Estados Unidos, que os líderes latinos estão mudando o patamar político da região e que pela primeira vez, os pobres estão sendo respeitados.

O cineasta trata de três temas: a forma como a mídia americana enxerga a política latino-americana, o papel prejudicial do Fundo Monetário Internacional (FMI) no cenário político desses países e os presidentes em seus momentos cândidos. Mas ele não chega a um consenso sobre o que quer de fato afirmar. Os dois primeiros temas se perdem e abrem espaço para o terceiro.

Na verdade, o documentário só existe para Oliver Stone dizer que ele, um norte-americano conseguiu chegar perto de líderes polêmicos da região do sul da América. Foi ele que conseguiu ver de perto a forma como esses líderes vivem. Stone parece se vangloriar de que ele viu Chávez andar de bicicleta na casa em que cresceu, que aprendeu a mastigar folha de coca com Morales e que descobriu quantos pares de sapato Kirchner tem. Na tentativa de fazer um retrato íntimo dos presidentes latino-americanos, Stone mais parece a Angélica, apresentando “Estrelas”, querendo mostrar a intimidade de um famoso. Só faltou ele fazer um churrasquinho com o Lula e provar a cachaça ao som de um um samba.

AMOR COLORIDO

Jim Carrey vive gay que faz de tudo por um grande amor em "O Golpista do Ano"

Ah, o amor! Quando se está apaixonado, a pessoa faz loucuras para agradar e estar perto de quem ama. Steven Russell (Jim Carrey) é assim no filme "O Golpista do Ano", que estreia hoje nos cinemas. Ele é um policial dedicado a uma vida pacata com a esposa e os filhos. Mas ele vive uma mentira, pois essa não é a realidade dele. Steven é homossexual e decide sair do armário para viver intensamente. Ele se muda para Miami e lá ao lado do namorado Jimmy (Rodrigo Santoro), ele passeia e se diverte adoidado.

Com tanta badalação, Steven passa a notar que ser gay exige muito dinheiro no bolso. A partir dessa descoberta, ele começa a fazer pequenas trapaças. Steven é um vigarista de primeira que faz as maiores peripécias para descolar uma graninha.

Claro que essa vida errante vai acabar mal. Suas espertas artimanhas em vez de levá-lo para o caminho da vida estável e confortável, o faz parar na cadeia. Lá ele encontra o prisioneiro sensível Phillip Morris (Ewan McGregor). O que era para ser uma vida miserável preso na cadeia, se torna uma verdadeira história de amor. O problema é quando Phillip cumpre sua pena e sai da prisão. Steven desesperado tenta fuga após fuga reencontrar o amor de sua vida.

O filme é o primeiro trabalho de direção da dupla Glenn Ficarra e John Requa, responsáveis pelos roteiros das comédias "Papai Noel às Avessas" e "Sujou...Chegaram os Bears". O tom de comédia absurdo e escrachado continua em "O Golpista do Ano" rendendo cenas hilárias

PALETA CINEMATOGRÁFICA

A temática gay ultrapassa preconceitos e conquista o cinema em suas diferentes cores

Junho promete ser um mês especial. A animação já está garantida no dia 6 de junho com a 14ª edição da Parada do Orgulho GLBT (Gays, Lésbicas, Bissexuais, Travestis e Transexuais), aguardado evento que promete transformar a principal via da cidade de São Paulo, a avenida Paulista, em um imenso e colorido palco para manifestações para um público esperado de três milhões de pessoas.

No cinema estreou "O Golpista do Ano", produção dirigida pela dupla Glenn Ficarra e John Requa e encabeçada pelo ator Jim Carrey, que interpreta um papel abertamente homossexual, assim como Ewan McGregor e Rodrigo Santoro.

O cinema é uma janela para se explorar as mais variadas histórias e personagens. A temática gay é uma delas. Numa sociedade que ainda convive com o preconceito contra os homossexuais, aos poucos o tema deixa de ser tabu para ser aceito como algo normal. Assim como na vida, no cinema, os gays vão ganhando espaço para esclarecer e entreter. O cinema gay possui uma fascinante filmografia que aborda desde a personagens estereotipados, até belas histórias de amor. Afinal, mais do que um relacionamento entre pessoas do mesmo sexo é a relação entre dois seres humanos.

1947 é o ano que inaugura o cinema gay com o curta-metragem americano "Fireworks". Nele um homem tem sonhos com um marinheiro musculoso. O filme sem diálogos é inteligente na forma de sugerir o conteúdo homoerótico. Fora das telas, insinuações de que grandes astros de Hollywood eram gays acabavam acobertadas pelos estúdios com casamentos arranjados e proibição de serem vistos com amigos do mesmo sexo. Rock Hudson era um deles. A homossexualidade do ator foi revelada por um ex-namorado pouco antes da morte de Hudson em 1985, em decorrência da aids.

Nos Estados Unidos, filmes com conteúdo homossexual eram taxados pela censura do governo. Até que em 1969, isso foi quebrado com o movimento pelo orgulho gay, Stonewall Riots. Em 1975, "The Rocky Horror Picture Show" se tornou cult em sessões da meia-noite. No filme, um casal recatado vai parar num castelo habitado por alienígenas do planeta Transexual, que tem como dono o bissexual Dr. Frank-N-Furter. Seu grande feito é criar um ser apenas para lhe dar prazer.

Chegada a hora dos gays se revelaram ao mundo, os filmes deixaram de ser produções independentes exibidas em salas chinfrins para ganharem respeito e espaço na filmografia mundial. A aceitação até chegou às conservadoras premiações do Oscar consagrando vários atores por interpretarem personagens gays: Tom Hanks ("Filadelfia"), Hilary Swank ("Meninos Não Choram"), Charlize Theron ("Monster - Desejo Assassino") e Sean Penn ("Milk - A Voz da Igualdade").

Na televisão, seriados como "Will & Grace" e "The L World" e o reality show "Queer Eye for The Straight Guy" ajudaram ainda mais a popularizar a imagem dos gays pelo mundo. Do surgimento nos anos 40 para cá, o cinema gay criou sua identidade. Ele trilha o seu caminho para quem sabe um dia possa desprover o preconceito do espectador e acima de tudo do indivíduo.

TELA COLORIDA

O mundo gay em película

Priscilla - A Rainha do Deserto
(1994)
Duas drag queens
e um transexual atravessam o deserto australiano realizando shows e outras
loucuras.

Ligadas pelo Desejo
(1996)
Mulher de chefão cansada de
ser abusada se apaixona perdidamente por uma ex-presidiária.

Minha Vida
em Cor-de-Rosa
(1997)
Menino se veste de menina fazendo com que sua
família lide com a possibilidade do garoto ser gay.

Será que Ele É?
(1997)
Professor começa a pensar que é gay quando um ex-aluno fala na
televisão que ele é.

Delicada Relação
(2002)
Dois militares
atuando em Israel se apaixonam e precisam esconder isso da tropa.

Transamérica
(2005)
Transexual vai fazer operação para se tornar
mulher. Antes disso, descobre que tem um filho.

Madame Satã
(2002)
Retrato de João Francisco dos Santos, um homossexual que se tornou figura
popular na noite carioca dos anos 30 e 40.

O Segredo de Brokeback
Mountain
(2005)
Dois cowboys mantêm um romance secreto por anos enquanto
vivem de aparências longe um
do outro.

SAÍDOS DO ARMÁRIO

Astros assumidamente gays

O cantor Ricky Martin acaba de assumir que é gay. No mundo do entretenimento ele é mais um que sai do armário. Rupert Everett ("O Casamento do Meu Melhor Amigo") nunca escondeu sua homossexualidade, mas confessou que ter saído do armário não tem lhe rendido bons papéis. Em 1997 a comediante Ellen Degeneres fez o anúncio na capa da revista "Time" e no seriado "Ellen". Neil Patrick Harris que vive um mulherengo na série "How I Met Your Mother" declarou-se homossexual em 2006. Isso não atrapalhou em nada na sua carreira. Já com Jodie Foster, os boatos sobre sua homossexualidade corriam solto ao longo de sua carreira. Em 2007 numa premiação, a atriz revelou ser gay.

terça-feira, 1 de junho de 2010

COMÉDIA NA VEIA


Dan Stulbach indica filmes do mestre Woody Allen

O ator Dan Stulbach é o ilustre convidado deste mês para indicar seus filmes favoritos. Ele possui uma filmografia marcada por comédias como "Mais Uma Vez Amor", "Viva Voz" e "Som e Fúria - O Filme". Mas ele deu um tempo no humor para viver um ex-ator polonês que sonha com uma nova vida no drama "Tempos de Paz". Recentemente Stulbach anunciou que não renovou seu contrato com a Rede Globo para ter mais liberdade na escolha de seus projetos. Atualmente ele apresenta o programa "Fim de Expediente" na rádio CBN e é diretor artístico do Teatro Eva Herz, em São Paulo.
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Tem tantos filmes bons. 'Noivo Neurótico, Noiva Nervosa' e 'Manhattan' do Woody Allen são boas dicas em DVD. Eu adoro o clima desses filmes, os diálogos, como o diretor mostra a cidade de Nova York e como tudo acontece lá. Eu adoro e eles são bons para se ver em casa. Em dia de chuva cria um clima muito bom para ver essas duas produções. São filmes que todos precisam ver! O DVD é bom para as pessoas assistirem coisas que ainda não viram e que todo mundo fala que é bom e você não conhece. Às vezes ficamos meio reféns dos lançamentos em DVD, mas é legal ir lá trás um pouquinho, pois esses filmes só em DVD mesmo.
Dan Stulbach

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Dilemas de um neurótico

“Eu sinto que a vida se divide entre o horrível e o miserável” e "Eu acho que as pessoas deveriam se acasalar para o resto de suas vidas, como os pinguins e os católicos” são fragmentos tirados de "Noivo Neurótico, Noiva Nervosa" e "Manhattan". Eles fazem parte do arsenal linguístico criado pelo cineasta Woody Allen que é responsável pelos incríveis roteiros de seus filmes.

Os trabalhos do diretor são marcados pelo humor brilhante contido nos diálogos. Os filmes são simples, regados por indagações sobre relacionamentos e coisas banais salpicados de ironia. O ambiente para essas histórias é a cidade de Nova York nunca filmada de forma tão sofisticada como faz Allen. "Noivo Neurótico, Noiva Nervosa" questiona se é possível um casal ser feliz, em que um comediante inseguro (Allen) se apaixona por Annie, uma complicada cantora (Diane Keaton)

Em "Manhattan", mais uma vez os percalços dos relacionamentos são explorados. Allen vive um escritor que foi deixado pela esposa, que foi viver com outra mulher. A fotografia em preto e branco engrandece o cotidiano urbano novaiorquino. Os dois filmes são charmosos e divertidos na medida certa.

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MUITAS NEUROSES

Top 10: supra-sumo de Woody Allen


1. Noivo Neurótico, Noiva, Nervosa (1977)
2. Manhattan (1979)
3. Hannah e Suas Irmãs (1986)
4. Um Misterioso Assassinato em Manhattan (1993)
5. Crimes e Pecados (1989)
6. Ponto Final - Match Point (2005)
7. A Rosa Púrpura do Cairo (1984)
8. Maridos e Esposas (1992)
9. Bananas (1971)
10. A Última Noite de Boris Grushenko (1975)