domingo, 24 de junho de 2007

SER OU NÃO SER, EIS A QUESTÃO

Em “Shrek Terceiro”, o ogro verde enfrenta o dilema de aceitar ou não a coroa de rei

Shrek e companhia estão de volta para mais uma aventura em “Shrek Terceiro”. E esse título tem a ver com a nova história, pois o Rei Harold, pai de Fiona, está muito doente e o reino Tão Tão Distante precisa de alguém para ocupar o trono. Shrek é o forte candidato. O problema é que ele não está nem um pouco interessado nesta vida luxuosa: morar num castelo, ter tratamentos de beleza e cumprir o calendário da realeza inaugurando navios e comparecendo a cerimônias com desconfortáveis trajes de gala. O ogro verde quer mesmo é regressar para o seu adorável pântano com a princesa Fiona e desfrutar de seus costumeiros banhos de lama.

No leito de morte, o Rei Harold menciona o nome do sobrinho, Arthur Pendegron, para ser um possível herdeiro da coroa. Shrek, aliviado com a possibilidade de se livrar desse fardo, parte numa viagem com seus fieis escudeiros Burro e Gato de Botas, para buscar Artie. O destino é a escola onde o primo de Fiona estuda. Ele é o típico “loser” do colegial, pois Artie não é popular com as garotas, é péssimo nos esportes e é sempre alvo de piadas e pegadinhas. Ele não tem o perfil de um rei, não faz ideia de quais as funções dele e se esquiva da situação como todo adolescente rebelde. Shrek é claro, vai fazer de tudo para convencer Artie do contrário.

Com a vaga do reino em aberto, Príncipe Encantado, agora um ator de teatro fracassado, vê novamente a grande oportunidade de conquistar o posto de rei que sempre desejou. Ele, juntamente com outros vilões dos contos de fadas como, Bruxa Má, Capitão Gancho e o Cavaleiro Sem Cabeça, decidem se apoderar da cidade. Fiona e as amigas Cinderela, Branca de Neve, Bela Adormecida, Rapunzel e Irmã Feia, vão lutar contra eles e tentar impedir a tomada do poder.

Os personagens coadjuvantes têm ganhado mais espaço a cada filme e eles se tornaram as grandes estrelas da produção. Burro reina absoluto com seu jeito tagarela e suas ótimas tiradas. O Gato de Botas, que conquistou a todos com seu olhar de coitado em “Shrek 2”, tem no novo filme o mesmo espaço que Burro. O restante da trupe formada por Pinóquio, Homem-Biscoito, Lobo Mau, Os Três Porquinhos e Os Três Ratinhos Cegos rendem os melhores momentos da produção. A cena em que Pinóquio tenta não mentir para o Príncipe Encantado sobre o paradeiro de Shrek é simplesmente hilária.

Os filmes da franquia sempre lidaram com a questão universal do amor. No primeiro filme, Shrek teve de aprender a amar a si mesmo para poder amar Fiona. Neste terceiro filme, ele deve aceitar a paternidade para amar seus futuros filhos. A princesa está grávida e a notícia cai como uma bomba para Shrek. Ele preferia a vida de recém-casado, só os dois. Na produção se discute esse assunto, sobre a pressão que o homem sofre para constituir uma família e a responsabilidade se ser pai. O Burro e a Dragão saíram na frente, eles tiveram cinco filhos. Burro é o primeiro a animar o futuro papai. A relação tempestuosa do ogro com o jovem Artie serve como um treino para os filhos que irão vir.

Só para adultos
“Shrek Terceiro” e os outros filmes da série estão longe de serem produções genuinamente infantis. As animações realizadas atualmente conseguem agradar a todas as faixas etárias. Já foi o tempo que os pais se martirizavam ao acompanhar seus filhos nas matinês da vida. Na indústria cinematográfica americana está havendo uma inversão de papéis, já que os filmes infantis estão ficando adultos.

Os roteiros de “Shrek” são concebidos de maneira que seu variado público aprecie o filme de diferentes formas. Enquanto as crianças se divertem com as trapalhadas dos personagens, os jovens e adultos se deleitam com o conteúdo repleto de piadas, ironias, referências e sátiras à sociedade. Shrek é o herói politicamente incorreto, que se assemelha aos personagens de desenhos adultos como, Homer Simpson de “Os Simpsons” e Peter Griffin de “Uma Família da Pesada”.

Fazer referências é o forte da franquia, tanto que se o espectador não estiver muito atualizado sobre a cultura pop, algumas piadas passam batidas. Desta vez se faz referência ao filme “Jerry Maguire - A Grande Virada”, quando Shrek repete a famosa frase da personagem de Renée Zellweger: “Você me ganhou no oi”. A música tema do longa “Kill Bill: Volume 1” está presente quando Fiona e as amigas atacam os vilões. Quando as lojas de Tão Tão Distante são saqueadas, um homem muda o nome de uma delas para “Hooters”, que é um famigerado bar, em que as garçonetes tem certos atributos generosos.

Também se faz alusão aos filmes “Piratas do Caribe”, com o navio em que Shrek, Burro e Gato de Botas viajam e à “Harry Potter”, com o professor de magia de Artie. Ainda se faz referência a moda das celebridades em batizarem os filhos com nomes incomuns. Os nomes das crias do Burro: Coco, Amendoim e Banana são uma brincadeira com o nome da filha da atriz Gwyneth Paltrow, que se chama Apple (maçã), da filha de Julia Roberts, Hazel (avelã) e da atriz Courteney Cox Arquette, chamada Coco.

O filme ainda satiriza vários clichês do cinema, como a música triste para a reconciliação de Shrek e Artie. O som de bateria e trombone ao final de uma piada. Uma mulher histérica que leva um tapa no rosto para se recompor, dentre outros momentos. Enfim. São inúmeros os motivos para ir assistir “Shrek Terceiro”. Em sua terceira parte, ele não perde a força, mantendo o mesmo nível das outras produções. Um quarto filme já está a caminho, anunciado para 2010 e a curiosidade fica por conta de quais serão as próximas piadas da turma do Shrek.

domingo, 17 de junho de 2007

O NOME DELE É SUCESSO

Jerry Bruckheimer é um dos produtores mais bem sucedidos de Hollywood, responsável pelo mega-hit do momento "Piratas do Caribe-No Fim do Mundo"

Atualmente, "Piratas do Caribe-No Fim do Mundo" é o filme mais visto no país. Esse sucesso todo não se deve as suas incríveis cenas de ação, nem aos atores Johnny Depp e Orlando Bloom, e sim a uma pessoa que nem aparece no filme, mas que está por trás das câmeras, o produtor Jerry Bruckheimer. Ele mudou a imagem do produtor de filmes, função essa que ninguém sabe direito qual é e muito menos o nome dele. Bruckheimer se tornou uma marca, sinônimo de diversão. Seu apelido é um tanto sugestivo: Sr. Blockbuster, pois esse é o termo usado para aquelas produções milionárias que ultrapassam os 100 milhões de dólares em faturamento.

Uma frase famosa dele é a seguinte: “Nós trabalhamos no negócio de transportes. Nós transportamos o público para um outro lugar”. E isso é do que se trata a indústria do cinema, fazer filmes para as pessoas entrarem num mundo de magia e esquecerem suas vidas naquelas duas horas que passam dentro da sala escura do cinema. E isso é o que Bruckheimer faz de melhor, com uma receita bem simples: entretenimento puro com histórias fantásticas, grandes astros e muita ação para o púbico relaxar e não ficar refletindo sobre a história.

Nos anos 80, ele juntamente com seu antigo parceiro, o produtor Don Simpson (que morreu em 1996, vítima de overdose), reinventou o gênero de ação com os ingredientes acima, nos filmes "Um Tira da Pesada I" e "II" e "Top Gun-Ases Indomáveis", que levaram Eddie Murphy e Tom Cruise ao estrelato. Com o diretor Michael Bay fez uma rentosa parceria nas produções "Os Bad Boys" (1995), "A Rocha" (1996), "Armageddon" (1998), "Pearl Harbor" (2001), "Bad Boys II" (2003) e a adaptação do videogame "Prince of Persia: Sands of Time", que estréia em 2009.

Outras produções de destaque na carreira de Bruckheimer são "Inimigo do Estado" (1998), com Will Smith, o drama "Falcão Negro em Perigo" (2001), a comédia juvenil "Canguru Jack" (2003) e "A Lenda do Tesouro Perdido" (2004), que terá sua continuação estreando em janeiro do ano que vem.

Sem dúvida nenhuma, a franquia "Piratas do Caribe" é a cria favorita do produtor. Em 2003 ele decidiu se arriscar ao produzir um filme do gênero pirata, que estava totalmente desacreditado por causa de fiascos produzidos anteriormente, como "A Ilha da Garganta Cortada" (1995). Mas hoje, o gênero está em evidência graças ao fenômeno "Piratas."

Outra incursão de sucesso de Bruckheimer é na televisão. Ele expandiu seus horizontes para a telinha com os seriados investigativos "C.S.I" e seus spin-offs (seriados derivados) "C.S.I: Miami" e "C.S.I: NY", além de "Without a Trace", "Cold Case", "Close to Home" e até em reality show, com o premiado "The Amasing Race". Ao 62 anos e uma filmografia que contabiliza mais de 3 bilhões de dólares em caixa, vai ser difícil ver Bruckheimer se aposentando tão cedo.

segunda-feira, 11 de junho de 2007

QUERIDO FRANKIE


Ainda em cartaz na cidade, a aventura épica "300", traz como protagonista, o ator Gerard Butler como o intenso Rei Leônidas. E nas locadoras há um DVD estrelado pelo galã, que merece ser descoberto. É uma produção filmada na terra natal do ator, Glasgow, Escócia, chamada "Querido Frankie". No filme, para compensar a ausência do pai de Frankie, sua mãe Lizzie (Emily Mortimer de "Match Point-Ponto Final"), escreve cartas fictícias em nome do pai do menino, que supostamente trabalha em um navio.

Tudo muda quando um navio chega ao porto da cidade. É quando Butler entra em cena como um homem misterioso que é contratado por Lizzie para fingir ser o pai do garoto durante o período que o navio estiver ancorado. A relação criada entre o estranho e Frankie é simplesmente adorável. O filme é carinhoso e terno, é melodramático sem ser piegas e emocionante na medida certa. "Querido Frankie" é cativante e verte lágrimas “a rodo”, mas que são lágrimas de enlevo. Ele é uma grata surpresa que vai te conquistar.