segunda-feira, 31 de janeiro de 2011

A NOITE DO REI

“O Discurso do Rei ganha SAG Awards e desponta como favorito ao Oscar

Foi realizado ontem em Los Angeles, o 17° Screen Actors Guild (SAG), premiação do sindicato dos atores americanos. A produção “O Discurso do Rei” recebeu os prêmios de melhor elenco e ator para Colin Firth. O filme ganhou também o Producers Guild of America e o Director Guid of America. Assim, “O Discurso do Rei” sai como favorito para o Oscar, deixando “A Rede Social” para trás. A briga será definida no próximo dia 27.

Na televisão, o território da série dramática ficou representado pelo impecável “Boardwalk Empire”, que levou merecidamente os prêmios de melhor elenco e ator para Steve Buscemi. No campo cômico, o favorito era “Glee”, mas a hilária série “Modern Family” se saiu melhor ganhou por melhor elenco.

Confira os ganhadores do SAG.

CINEMA

Elenco
O Discurso do Rei

Ator
Colin Firth - O Discurso do Rei

Aor Cadjuvante
Christian Bale - O Vencedor

Atriz
Natalie Portman - Cisne Negro

Atriz Coadjuvante
Melissa Leo - O Vencedor


TELEVISÃO

Elenco série de TV (drama)
Boardwalk Empire

Elenco em série de TV (comédia)
Modern Family

Ator em série dramática
Steve Buscemi - Boardwalk Empire

Atriz em série dramática
Julianna Margulies - The Good Wife

Ator em série cômica
Alec Baldwin - 30 Rock

Atriz em série cômica
Betty White - Hot in Cleveland

Ator em minissérie ou telefilme
Al Pacino - You Don't Know Jack

Atriz em minissérie ou telefilme
Claire Danes - Temple Grandin

sexta-feira, 28 de janeiro de 2011

O PESO DO MUNDO

Jovem encara a vida de adulta com braveza em “Inverno da Alma”

Ser adulto não é fácil. Imagine ter de encarar a maturidade antes da hora. A infância que deveria ser lembrada por brincadeiras com bonecas no quintal é tomada por lições de como ser adulto. É essa a vida de Ree (Jennifer Lawrence) desde pequena e que aos 17 anos enfrenta a maior lição: sobrevivência, no filme “Inverno da Alma”. A produção concorre a quatro Oscar: filme, roteiro adaptado, atriz (Lawrence) e ator coadjuvante (John Hawkes).

Ree cuida dos dois irmãos menores e da mãe doente e vivem numa casa velha no Missouri. Ela corta a lenha, caça bicho para o jantar, lava a roupa, prepara a comida, faz tudo. O pai, Jessup, trabalha em laboratórios caseiros fabricando droga. Ele estava na prisão, mas saiu sob fiança. Em vez de voltar para casa, fugiu. Mais tarde o xerife da cidade avisa Ree de que o pai deu a casa e a madeira da propriedade como garantia para a fiança.

A garota tem agora uma semana para achá-lo ou perderá tudo. Ree parte numa busca desesperada por Jessup pela região. Ninguém se interessa em ajudá-la, pois Jessup só arruma encrenca por onde passa. Quanto mais ela o procura, mais risco corre.

“Inverno da Alma” é um filme lento e tenso. Numa corrida contra o relógio, que mais parece uma perda de tempo, Ree mostra valentia e arrisca a vida para não ter de viver no relento com a família. O elenco é soberbo, não cai na caricatura. Os atores realmente parecem os caipiras atrasados do local. Lawrence é o centro do filme mostrando garra e dor a uma personagem sofrida que ensina aos irmãos que é preciso superar o medo de muitas coisas. Encarando a vida como adulta, Ree carrega o peso do mundo nas costas. Se não for ela, ninguém mais o fará.

VIDA DE ARTISTA

Sofia Coppola revela um olhar sobre astro de Hollywood em “Um Lugar Qualquer”

Com um sobrenome célebre, Sofia Coppola vem trilhando um belo caminho na estrada de Hollywood com filmes intimistas. Seu novo trabalho, “Um Lugar Qualquer” que estreia hoje, tem um quê de autobiográfico. A infância da cineasta foi marcada por muitas estadias em hotéis enquanto o pai, Francis trabalhava.

Em “Um Lugar Qualquer”, a menina que passa por uma temporada num hotel é Cleo (Ella Fanning). Ela é filha do ator Johnny De Marco (Stephen Dorff), que vive no lendário hotel Chateau Marmont, em Los Angeles. O local é reduto de celebridades, atores, modelos e cantores. De Marco é em parte o típico astro de Hollywood. Ele dirige uma Ferrari; tem uma filha, fruto de um casamento desfeito; é rodeado de amigos e claro, por belas mulheres e como de praxe das figuras públicas e badaladas, é perseguido por paparazzi. Mas ele faz o tipo low profile e foge do estereótipo de estrela.

A rotina de De Marco no Chateau é solitária e até em alguns momentos tediosa. Ele passa o tempo muitas vezes sentado no sofá, fumando, bebendo e olhando para o nada. Em outros cai no sono enquanto dançarinas de pole dance fazem uma performance particular para ele no quarto. A agenda como astro o faz comparecer a coletiva de imprensa, sessão de foto e premiação no exterior. A rotina dele muda quando a filha Cleo vai morar com ele por uns tempos. Isso faz a vida dele tomar um respiro em meio ao vazio pessoal.

Na figura do personagem pode até notar uma semelhança com a do ator Colin Farrell, que morou no Chateau e até poucos anos atrás tinha uma vida igual a De Marco. O filme recorre aos temas favoritos da cineasta: um homem rodeado de pessoas, mas solitário e o deslocamento dele frente a agenda de trabalhoA produção poderia ser um filme clichê sobre a ascensão, excessos e queda de um astro de Hollywood. Mas nas mãos de Sofia a história foge do comum e dos estereótipos num retrato delicado sobre a vida de celebridade, que é tudo, menos um lugar qualquer.

terça-feira, 25 de janeiro de 2011

OSCAR 2011: INDICADOS

“O Discurso do Rei” domina a lista

Foram anunciados hoje os indicados a 83° edição do Oscar, que acontece no dia 27 de fevereiro em Los Angeles. O filme que lidera a lista é “O Discurso do Rei”, com 12 indicações, dentre elas a de melhor filme, diretor, ator e roteiro original. Atrás está o faroeste “Bravura Indômita” com dez indicações, seguido de “A Rede Social” e “A Origem”, com oito cada.

Uma das surpresas na lista dos concorrentes é “Toy Story 3”, que tinha expectativa de ser indicado a melhor animação e roteiro adaptado. Mas além dessas categorias, “Toy Story” recebeu indicações para melhor filme, edição de som e canção original.

Outras surpresas ficaram por conta dos esnobados da lista de concorrentes. Christopher Nolan não foi indicado a melhor diretor por "A Origem", filme que vem perdendo força nas premiações e deve acabar levando apenas algum prêmio técnico, quando merecia pelo menos o de roteiro original. Mas a batalha ainda não está perdida. "Atração Perigosa" acabou recebendo apenas uma indicação, a de ator coadjuvante para Jeremy Renner. Esperava-se que a produção fosse indicada para a melhor filme e roteiro adaptado para Ben Aflleck. Outro esquecido foi Andrew Garfield de "A Rede Social", que ficou de fora da categoria ator coadjuvante.

“Alice no País das Maravilhas” foi indicado a três categorias técnicas: direção de arte, figurino e efeitos especiais. A co-produção entre México e Espanha, “Biutiful” foi indicado a melhor filme estrangeiro e ator para Javier Bardem. “Lixo Extraórdinário” com codireção de João Jardim está indicado a melhor documentário.

Confira a lista dos indicados:

Filme
127 Horas
A Origem
A Rede Social
Cisne Negro
Inverno da Alma
Minhas Mães e Meu Pai
O Discurso do Rei
O Vencedor
Toy Story 3
Bravura Indômita

Diretor
Darren Aronofsky - Cisne Negro
David Fincher - A Rede Social
David O. Russell - O Vencedor
Joel Coen e Ethan Coen - Bravura Indômita
Tom Hooper - O Discurso do Rei

Ator
Colin Firth - O Discurso do Rei
James Franco - 127 Horas
Javier Bardem - Biutiful
Jeff Bridges - Bravura Indômita
Jesse Eisenberg - A Rede Social

Atriz
Annette Bening - Minhas Mães e Meu Pai
Jennifer Lawrence - Inverno da Alma
Michelle Williams - Namorados Para Sempre
Natalie Portman - Cisne Negro
Nicole Kidman - Reencontrando a Felicidade

Ator Coadjuvante
Christian Bale - O Vencedor
Geoffrey Rush - O Discurso do Rei
Jeremy Renner - Atração Perigosa
John Hawkes - Inverno da Alma
Mark Ruffalo - Minhas Mães e Meu Pai

Atriz Coadjuvante
Amy Adams - O Vencedor
Hailee Steinfeld - Bravura Indômita
Helena Bonham Carter - O Discurso do Rei
Jacki Weaver - Animal Kingdom
Melissa Leo - O Vencedor

Filme Estrangeiro
Biutiful
Caninos
Em Um Mundo Melhor
Fora da Lei
Incendies

Animação
Como Treinar o Seu Dragão
O Mágico
Toy Story 3

Documentário
Saia Pela Loja de Souvenirs
Gasland
Lixo Extraordinário
Restrepo
Trabalho Interno

Documentário de Curta-metragem
Killing in the Name
Poster Girl
Strangers No More
Sun Come Up
The Warriors of Qiugang

Roteiro Original
A Origem
Another Year
Minhas Mães e Meu Pai
O Discurso do Rei
O Vencedor

Roteiro Adaptado
127 Horas
A Rede Social
Bravura Indômita
Inverno da Alma
Toy Story 3

Fotografia
Cisne Negro
A Origem
O Discurso do Rei
A Rede Social
Bravura Indômita

Direção de Arte
A Origem
Alice no País das Maravilhas
Bravura Indômita
Harry Potter e Relíquias da Morte Parte 1
O Discurso do Rei

Figurino
Alice no País das Maravilhas
Bravura Indômita
Eu Sou o Amor
O Discurso do Rei
The Tempest

Edição
127 Horas
A Rede Social
Cisne Negro
O Discurso do Rei
O Vencedor

Efeitos Especiais
A Origem
Além da Vida
Alice no País das Maravilhas
Harry Potter e as Relíquias da Morte – Parte 1
Homem de Ferro 2

Maquiagem
A Minha Versão do Amor
O Lobisomem
Caminho da Liberdade

Trilha Sonora
127 Horas
A Origem
A Rede Social
Como Treinar o Seu Dragão
O Discurso do Rei

Canção Original
"If I Rise" - 127 Horas
"Coming Home" - Country Strong
"I See the Light" – Enrolados
"We Belong Together" - Toy Story 3

Som
A Origem
A Rede Social
Bravura Indômita
O Discurso do Rei
Salt

Edição de Som
A Origem
Bravura Indômita
Incontrolável
Toy Story 3
Tron: O Legado

Curta-Metragem
God of Love
Na Wewe
The Confession
The Crush
Wish 143

Curta-Metragem de Animação
Dia & Noite
The Gruffalo
Let's Pollute
The Lost Thing
Madagascar, Carnet de Voyage

sexta-feira, 21 de janeiro de 2011

CHARMOSO, MAS SEM TEMPERO

“O Turista” reúne Angelina Jolie e Johnny Depp, mas o resultado é desastroso

O que esperar de uma produção de espionagem estrelada por Angelina Jolie, Johnny Depp e escrito e dirigido por Florian Henckel von Donnersmarck (“A Vida dos Outros”)? Um ótimo filme certo? Bem, com “O Turista” a resposta infelizmente é não.

No filme, Elise (Jolie) sai pelas ruas de Paris e vai até um Café. Lá ela recebe de Alexander, uma carta com informações das quais ela precisa seguir exatamente. Ela tem de achar um homem com o porte parecido com o dele e fazer com que todos acreditem que este homem é Alexander. Na cola de Elise estão agentes prontos para capturar Alexander, isso se ele aparecer.

A mulher pega um trem para Veneza e escolhe o turista Frank (Depp) como isca para transformá-lo em Alexander. Este misterioso homem é perseguido porque roubou uma fortuna de um gângster. Os agentes caem no plano de Elise e agora a vida de Frank corre perigo.

A história é um ótimo suspense de gato e rato, charmoso, gracioso, tendo Veneza como locação e com ar de filme de espionagem retrô. Angelina Jolie está espetacular. Elise é uma mulher lindíssima, delicada, clássica, num figurino impecável, com maquiagem perfeita e cabelo bem arrumado ou milimetricamente desarrumado, dependendo do que está acontecendo em cena. Um verdadeiro colírio! Já Depp está feioso, meio inchado, com cara de bobo.

O que era pra render uma tensão sexual interessante entre os personagens acaba numa total falta de química. Estamos falando de Angelina Jolie e Johnny Depp! Como isso foi acontecer? Aí está o problema de “O Turista”: dois atores incríveis, mas que juntos são um desastre.

O BELO É SUJO

“Biutiful”, novo trabalho de Alejandro González Iñárritu é uma jornada ao desagradável

Uma Barcelona que não lembra os cartões postais é o pano de fundo para a história de Uxbal (Javier Bardem) em “Biutiful”. Ele vive de aliciar chineses ilegais que são explorados no mercado de produtos piratas. Em casa, ele cuida dos filhos Ana e Mateo. A mãe deles, Marambra, é muito perturbada para criar os filhos. Uxbal está morrendo e precisa se certificar de que tudo vai ficar bem quando ele se for.

“Biutiful” é o novo trabalho de Alejandro González Iñárritu, de “Amores Brutos”, “21 Gramas” e “Babel”, que contam com múltiplas histórias ligadas entre si. “Biutiful” é diferente, conta apenas uma história, a jornada além da vida de Uxbal vivido maravilhosamente por Bardem. O filme é um exercício do desagradável. Ele incomoda, o asco vem a todo momento. As pessoas vivem num submundo de Barcelona, maltratadas, com certa repulsa um das outras, em ambientes sujos e precários, as comidas são nojentas, a forma como comem, se vestem, se cuidam. Não é um filme fácil e mostra que a vida destas pessoas não tem nada de bonita.

segunda-feira, 17 de janeiro de 2011

SEM SURPRESAS

Globo de Ouro elege os favoritos “A Rede Social” e “Minhas Mães e Meu Pai”

Aconteceu ontem, em Los Angeles a 68° edição do Globo de Ouro, premiação da Associação de Imprensa Estrangeira em Hollywood. Pelo segundo ano consecutivo, a festa teve como anfitrião o ator e comediante Ricky Gervais. Mas o tom irônico que deixou muita gente na plateia com sorriso amarelo deve ter posto ao fim a chance dele retornar no ano que vem.

Gervais estava afiado nas piadas: “Bem vindo ao Globo de Ouro, uma noite de festas e bebedeira ou como Charlie Sheen chama: café da manhã”, em alusão aos recentes problemas do ator com a Lei. Ele ainda brincou com Robert Downey Jr., ao dizer: “ele é mais conhecido do centro de reabilitação e da prisão” se referindo ao passado problemático do ator. Downey Jr. fez que não ligou para a piada e aproveitou para fazer graça com as indicadas a melhor atriz de comédia ou musical, categoria que apresentou, dizendo que ele não reconhece uma boa atriz até dormir com ela.

Outra vítima de Gervais foi o filme “O Turista”, produção muito comentada devido às estranhas indicações a que recebeu: melhor filme de comédia ou musical e ator e atriz de comédia ou musical para Johnny Depp e Angelina Jolie. A forçação de barra da Associação com essas indicações não ficou barata. Gervais comentou: “Foi um grande ano para os filmes em 3D, como ‘Toy Story 3’, Meu Malvado Favorito’ e ‘Tron - O Legado’. Parecia que tudo era tridimensional, com exceção das atuações em ‘O Turista’. Eu me sinto mal por essa piada, eu nem vi esse filme, mas quem viu?”. Para arrematar, Gervais disse que essas indicações mostram que a Associação aceita suborno. Quando Tom Hanks entrou no palco, ele falou que Gervais estava muito bondoso com a plateia.

Esta com certeza não foi a noite do Globo de Ouro. O ator Robert De Niro levou um prêmio especial pela carreira, o Cecil B. DeMille. De Niro não deixou a Associação em paz dizendo que sabia quem foram os que falaram mal de “Entrando Numa Fria Maior Ainda Agora com a Família” e ainda questionou a credibilidade de uma premiação dada por correspondentes que mais parecem fãs do que críticos. Ele ainda pediu desculpas, pois mais membros da imprensa estrangeira eram para estar na festa, mas alguns foram deportados antes do show junto com a maioria dos garçons e com Javier Bardem.

Saindo do show de alfinetadas da festa e entrando nas premiações da noite, o grande vencedor foi o filme “A Rede Social” como já se esperava. O brilhante filme sobre a criação do Facebbok que fala de lealdade, traição, poder e o preço do sucesso, faturou os prêmios de melhor filme de drama, direção, roteiro e trilha sonora. Assim a produção caminha como a favorita para o Oscar.

”Minhas Mães e Meu Pai” recebeu os prêmios de melhor filme de comédia ou musical e de melhor atriz de comédia ou musical para a sempre fantástica Annette Bening. Empatado com a comédia ficou o drama “O Vencedor” que faturou os Globo de Ouro de ator e atriz coadjuvante, para Christian Bale e Melissa Leo. A animação eleita a melhor de 2010 foi “Toy Story 3”, merecidamente.

Nas categorias ator de drama e de comédia ou musical, os vencedores foram Colin Firth por “O Discurso do Rei” e Paul Giamatti por “A Minha Versão do Amor”. Giamatti ficou estupefato com Halle Berry, que entregou o prêmio a ele. A atriz de drama foi Natalie Portman por “Cisne Negro”.

TELEVISÃO
Se nos prêmios da área de cinema não houve novidades, na de televisão, os favoritos “Mad Men” e “Modern Family” ficaram chupando dedo. A melhor série de drama foi a incrível “Boardwalk Empire”, exibida recentemente no canal HBO. Produzida por Martin Scorsese e Mark Wahlberg ela trata do mundo mafioso em Atlantic City. Ela também ganhou o prêmio de ator de drama, para Steve Buscemi. A veterana Katey Sagal, de “Um Amor de Família” recebeu o Globo de Ouro de atriz de drama por “Sons of Anarchy”, exibido no canal FX.

Na categoria comédia ou musical, o felizardo da noite foi o cultuado “Glee” com três prêmios: melhor série e ator e atriz coadjuvante para Chris Colfer e Jane Lynch. Laura Linney venceu como melhor atriz por “The Big C”, que estreou ontem no canal HBO. Jim Parsons que vive o divertido nerd Sheldon em “The Big Bang Theory” venceu como melhor ator. Assim foi a 68° edição do Globo de Ouro, com arranhões na imagem da premiação, sorrisos sem graça dos presentes e nenhuma surpresa.


Premiados do Globo de Ouro
CINEMA

Filme Drama
A Rede Social (Sony)

Filme Comédia ou Musical
Minhas Mães e Meu Pai (Imagem Filmes)

Animação
Toy Story 3 (Disney)

Filme Estrangeiro
Em Um Mundo Melhor (California Filmes), da Dinamarca

Diretor
David Fincher – A Rede Social

Ator Drama
Colin Firth – O Discurso do Rei (Paris Filmes)

Atriz Drama
Natalie Portman – Cisne Negro (Fox)

Ator Musical ou Comédia
Paul Giamatti – A Minha Versão do Amor (California)

Atriz Musical ou Comédia
Annette Bening – Minhas Mães e Meu Pai (Imagem Filmes)

Ator Coadjuvante
Christian Bale – O Vencedor (Imagem Filmes)

Atriz Coadjuvante
Melissa Leo – O Vencedor

Roteiro
Aaron Sorkin – A Rede Social

Trilha Sonora
A Rede Social

Canção
“You Haven’t Seen the Last of Me” – Burlesque (Sony)


TELEVISÃO

Série Drama
Boardwalk Empire

Série Comédia ou Musical
Glee (Fox)

Ator Série Drama
Steve Buscemi – Boardwalk Empire

Atriz Série Drama
Katey Sagal – Sons of Anarchy

Atriz Série Comédia ou Musical
Laura Linney – The Big C

Ator Série Comédia ou Musical
Jim Parsons – The Big Bang Theory (Warner)

Ator Coadjuvante Série, Minissérie ou Filme de TV
Chris Colfer – Glee

Atriz Coadjuvante em Série, Minissérie ou Filme de TV
Jane Lynch – Glee

Minissérie ou Filme de TV
Carlos

Ator em Minissérie ou Filme de TV
Al Pacino – You Don't Know Jack

Atriz em Minissérie ou Filme de TV
Claire Danes – Temple Grandin

quarta-feira, 12 de janeiro de 2011

PERMISSÃO PARA VOLTAR

007 estreia novo filme em 2012

Depois de um tempo no limbo em função dos problemas financeiros do estúdio MGM, o agente James Bond anuncia o seu retorno para a 23° aventura. Intitulado provisoriamente de “Bond 23”, o filme terá novamente o ator Daniel Craig como 007.

O lançamento está marcado para o dia nove de novembro de 2012 e a produção marcará a celebração dos 50 anos do agente James Bond no cinema, quando “007 - Contra o Satânico Dr. No” fez seu debute em 1962 com Sean Connery na pele do personagem.

O filme será dirigido por Sam Mendes (“Beleza Americana”) que já trabalhou com Craig em “Estrada Para Perdição”. O roteiro está a cargo de Neal Purvis, Robert Wade e John Logan. A MGM está a procura de um estúdio para co-financiar a produção com orçamento estimado em US$ 200 milhões. Sony que tem colaborado com a MGM nos últimos filmes de Bond está na briga. A Paramount é uma outra opção para a colaboração.

sexta-feira, 7 de janeiro de 2011

LIGAÇÃO DE ALMA

Dor e consequências do luto são o tema de "A Árvore"

Como lidar com a dor do luto? É isso que a família O’Neil tenta descobrir em "A Árvore", que estreia hoje. O casal Peter e Dawn vive num vilarejo na Austrália, com os quatro filhos: Lou, Tim, Charlie e Simone. Peter sofre um ataque cardíaco e morre debaixo da árvore, próxima a casa. Depois do ocorrido cada membro do clã reagirá a morte súbita de Peter e a árvore terá um papel fundamental nisso.

Sem cair num dramalhão, a diretora Julie Bertucelli ("Desde que Otar Partiu") conduz uma história leve e esperançosa em "A Árvore". A menina Simone estava junto do pai na hora da morte e ela acredita que a alma dele entrou na árvore e assim pode se comunicar com o pai. Grande parte do tempo ela fica em cima da árvore “conversando” com o pai.

Dawn em depressão fica reticente com o que a filha pensa, mas acaba embarcando na ideia de que Peter está na árvore. Lou acha isso uma besteira, Tim acredita, mas não demonstra na frente de ninguém e Charlie, o caçula é muito pequeno para entender o que se passa. Na rotina de luto, a árvore começa a ameaçar a casa. As raízes entopem o encanamento e causam rachaduras, um galho cai e destrói parte da casa. O lugar fica ameaçado e assim a família precisa decidir o que fazer com a árvore.


quarta-feira, 5 de janeiro de 2011

FALANDO DE FILMES

Fernando Meirelles discute carreira e veia de cinéfilo por meio de filmes que considera tocantes e transformadores

Durante a 34° Mostra Internacional de Cinema, o diretor Fernando Meirelles participou do encontro Os Filmes da Minha Vida. Nele, Meirelles falou um pouco sobre a carreira e os filmes que o influenciaram e aqueles que o emocionaram. Nascido em São Paulo, ele cresceu no bairro Alto de Pinheiros, que ficava e ainda fica muito afastado de salas de cinema. Aos 55 anos, ele é da geração que cresceu assistindo a televisão. “O cinema não fez parte da minha vida como fez para pessoas mais velhas que eu”.

O pai do diretor tinha o costume de fazer filmes caseiros em 8 mm, que eram depois assistidos por Meirelles. “A ideia de cinema para mim sempre significou diversão. Mais do que assistir a filmes era fazer filmes. Cresci com a ideia de que cinema era uma grande brincadeira, mais do que uma forma de expressão”.

PRIMEIRO CONTATO
As primeiras lembranças do cineasta são segundo ele, muito desagradáveis. Ele recorda de Casinha Pequenina. “No dia em que fui ver o filme tinha um bêbado sentado ao meu lado. Numa cena, um escravo apanhava. Eu comecei a me sentir mal com a cena e o cheiro de bebida. Toda vez que sinto hálito de álcool me dá uma sensação desagradável. É muito claro o sentimento. O hálito de bêbado me desperta a dor de 'Casinha Pequenina'”.

Na escola, Meirelles ao ter de realizar um trabalho, teve contato com o cinema canadense, em especial com o trabalho de Norman McLaren. Ele cita o curta-metragem "Neighbours". “O filme foi feito quadro a quadro. Norman pedia para os atores pularem e tirava uma foto disso. Os personagens não tocavam o chão. Esse filme me impressionou tanto que depois eu consegui uma câmera super 8 e fiz uma cópia dele. O primeiro filme que fiz na vida foi uma coisa chupada (risos)”.

Em 1975, Meirelles começou a cursar arquitetura na Faculdade de Arquitetura e Urbanismo (FAU). Lá ele passou a integrar o cineclube, mas sem nenhum interesse em especial. O estudante ficava responsável pela seleção dos títulos. Nos anos 70 não existia VHS e para se assistir a filmes clássicos havia apenas dois ou três cinemas em São Paulo que ficavam reprisando esses filmes. Meirelles frequentava o Cine Biju e o Belas Artes.

No cineclube, um dos alunos conseguiu exibir dois filmes de Werner Herzog: "Os Anões já Nascem Pequenos" e "Fata Morgana". Esses filmes impressionaram Meirelles. “Eu estava acostumado com o cinema americano narrativo e esses pareciam sonhos. Imagens e sensações intrigantes, mas não se entendia aquilo. Não importa se você não entende, mas a impressão que causa é tão forte que é isso que vale”.

INFLUÊNCIAS
Dois cineastas brasileiros foram responsáveis por influenciarem a forma de Meirelles filmar: Rogério Sganzerla e Júlio Bressane. “Minha vontade de fazer cinema foi por causa deles”. Do primeiro, ele cita "Copacabana Mon Amour"; "Sem Essa, Aranha" e "O Bandido da Luz Vermelha". Do segundo ele menciona "Memórias de um Estrangulador de Loiras"; "Cuidado, Madame!" e "Matou a Família e Foi ao Cinema". “O que eu gostava nessas produções é que o processo de fazer o filme estava incluído dentro dele. Os diretores tinham liberdade total para narrar e colocar elementos nos filmes. Uma coisa que o Bressane faz muito e que eu cheguei a imitar muito em alguns curtas que eu fiz, foi a manipulação explícita da cena. Ele foi o meu grande professor na forma de como se pode usar elementos para se contar uma história”.

Sganzerla e Bressane foram os cineastas influenciadores de Meirelles, mas o fator determinante para fazer dele um realizador de cinema, foi o filme "Iracema, uma Transa Amazônica". Este docu-drama acompanha um motorista de caminhão que percorre a Amazônia, revelando os problemas com a construção da Rodovia Transamazônica.

Na Escola de Comunicação e Artes (ECA) havia a exibição de filmes brasileiros. Meirelles sempre ia a essas sessões e uma delas foi de "Iracema". “Quando acabou a projeção eu fiquei chocado. Todo mundo saiu da sala e eu fiquei lá. Esse é um filme transformador! Eu lembro bem de descer uma das escadas da ECA e decidi que queria fazer um filme. Não pensei que isso pudesse ser uma profissão. Estava no quarto ano da faculdade de arquitetura e precisava fazer a minha monografia de graduação. Se eu não o tivesse assistido minha tese teria sido o projeto de um hospital e eu estaria hoje trabalhando com arquitetura”.

Com o pé no campo cinematográfico, Meirelles fez uma longa carreira na televisão, dirigindo comerciais. “Se eu pegar os 700 comerciais que fiz nos anos 80 até meados de 90, eu sei exatamente o filme que assisti na semana anterior ao trabalho do comercial. Eu copiei Kurosawa, Saura, copiei todo mundo. Se tivesse o prêmio de chupador da história, seria para mim (risos). Esse meu fascínio por “plagiar” não é algo ruim, é trabalhar algo já trabalhado e tirar algo disso. Você realmente aprende”.

O primeiro trabalho no cinema de Meirelles foi em 1983 com o curta "Marly Normal". No território do longa, "Domésticas" (2001) foi a estreia e depois vieram "Cidade de Deus", "O Jardineiro Fiel", "Ensaio Sobre a Cegueira" e "Som e Fúria - O Filme". Como produtor executivo ele participou de "Lixo Extraordinário", que estreia no dia 21. Outro longa produzindo por ele é 'Vips" que estreia em 25 de março. Desta filmografia, "Cidade de Deus" foi qual marcou a carreira de Meirelles.

CIDADE DE DEUS
A história de dois meninos, Buscapé e Dadinho e a maneira como eles vão seguir as suas vidas no cotidiano marginal na favela, é o mote de "Cidade de Deus". Buscapé trabalha em um jornal como fotógrafo e foca na lente de sua câmera, a violência que o cerca. Dadinho, mais tarde conhecido como Zé Pequeno se rende ao crime. Meirelles declara que tudo o que aprendeu na década de 70, foi colocado em "Cidade de Deus". “Talvez o filme tenha funcionado porque tem tanta ideia filtrada. As experiências que fui tendo, fui guardando”.

Iracema, que foi um filme transformador na vida de Meirelles também foi um que o influenciou na hora de realizar "Cidade de Deus". “A mistura de ficção com realidade, usar ator e não profissional... De cara achei que não usaria ator, no máximo dois ou três atores profissionais para dar o mesmo efeito”.

Na forma de contar a história do filme, ele bebeu na fonte de Michelangelo Antonioni ("Zabriskie Point") e de Martin Scorsese ("Os Bons Companheiros"). “Eu gosto muito de 'Zabriskie Point' porque eu aprendi o poder de se fazer escolhas no set”. Quanto a "Os Bons Companheiros", ele não sabe “se foi consciente ou inconscientemente, mas 'Cidade de Deus' tem uma estrutura narrativa muito parecida com esse filme”.

MEIRELLES POR MEIRELLES
Quando o assunto é os filmes que tocaram o espectador e não o diretor, Meirelles se emociona ao lembrar de "Sonata de Outono" e elege uma cena desta produção, a sua favorita. A sequência mostra Eva (Liv Ullmann) tocando piano. A mãe mostra como se deve tocar direito. Mesmo com as melhores das intenções a mãe destrói a filha naquele momento. “Cada vez que eu vejo essa cena... ela é tão poderosa, tão sintética, é nada. É apenas uma câmera parada, só se vê dois rostos e para mim ela conta tanta história. No rosto da Liv passa tanta coisa. Foi a partir desse dia que eu entendi o poder do ator, como que com o nada você pode fazer muito, como que é desnecessária essa parafernália que a gente usa hoje”.

Documentários também integram a lista dos filmes favoritos de Meirelles como, "Ricardo III - Um Ensaio", "Corações e Mentes" e "Pro Dia Nascer Feliz". Ele comenta sobre este último que trata da situação do sistema educacional no Brasil. “Eu não sou de chorar com filme, mas esse eu lembro de chorar convulsivamente no cinema em dois ou três pontos do filme. Eu despenquei! O momento em que eu me acabei foi no fim do filme que mostra uma garota de Pernambuco que escreve muito bem. Tem uma hora que ela fala: ”quando eu faço uma redação eu guardo pra mim e pra professora eu ponho alguns erros, porque se eu entregar a que eu faço ela fala que não fui eu e me dá zero porque eu não sou capaz de fazer aquilo”. Isso me deu uma tristeza e acabou comigo. É um filme muito emocional”.

Para Meirelles o fascinante do cinema é o fato dele ser um sonho, “não um sonho normal, mas um sonho compartilhado. O interessante é que gostamos mais quando assistimos a um filme com muitas pessoas. A ideia parece que é viver uma catarse compartilhada. Todas as culturas têm um rito. Tem alguma coisa na nossa cabeça que gosta da experiência coletiva. Você se apaixona e sofre junto”.

CONSTRUINDO "CIDADE DE DEUS"

Fernando Meirelles explica como filmou as três partes no qual o filme "Cidade de Deus" é dividido. Este jeito de contar a história é influência do drama "Zabriskie Point", de Michelangelo Antonioni no qual para cada personagem há um estilo de se filmar.

1° PARTE (História do Cabeleira): “Os closes são da cintura pra cima, a câmera está sempre em traveling ou em tripé. A câmera não chacoalha, as cores são controladas com cores branco e bege”.
2° PARTE (História do Bené): “Tudo é colorido. A câmera é um pouco mais fluida, mas ainda não é na mão e os enquadramentos ainda não são em super close”.
3° PARTE (Guerra entre Zé Pequeno e Mané Galinha): “Aí vale tudo. Uso do azul, câmera na mão, super lentes 180 e 200 mm, close de olho, de boca e montagem descontínua”.

TOP 5 DE FERNANDO MEIRELLES E SUAS IMPRESSÕES


Hiroshima Meu Amor
“Os melhores dez minutos do cinema são da abertura desse filme. Na cena tem uma francesa e um japonês deitados na cama e ela vai falar dos horrores que viu depois da bomba de Hiroshima”.

Do Fundo do Coração
“Esse é simplesmente brilhante por uma questão técnica. Hoje se faz tudo isso em pós-produção e fica até meio sem graça. Mas na maneira que o Francis Ford Coppola fez usando luz, voal, reflexo... é tão bonito e me encantou pelo prazer estético”.

Nashville
“Forma muito bacana do Robert Altman contar várias histórias entrelaçadas. A ideia de multi tramas e multi personagens eu trouxe um pouquinho para o meu trabalho. Cidade de Deus tem um pouco disso”.

Além da Linha Vermelha
“Ele mostra de onde vem a crueldade humana, fala sobre medo. É tão tocante. Terrence Malick tem a capacidade de tirar o tapete do chão. Você vê uma cena e percebe que tudo aquilo é muito mais do que se está vendo. Filmes que conseguem fazer isso são o meu sonho de consumo”.

Uma História Real
“Um velhinho viaja para se reconciliar com o irmão e ele vai num cortador de grama. Eu saí dessa sessão tão feliz! Muitos filmes são sobre a crueldade e esse eu quase chorei de ver tanta generosidade. O único vilão é a idade dele e a do cortador de grama”.

terça-feira, 4 de janeiro de 2011

FILMES DE CABECEIRA

Tainá Müller fala de suas predileções no cinema

A atriz Tainá Müller tem muito que comemorar graças ao mega sucesso de "Tropa de Elite 2 - O Inimigo Agora é Outro". O filme chegou a marca dos dez milhões de espectadores e mais de R$ 90 milhões em caixa. Na produção, Tainá vive a repórter policial Clara que juntamente com o deputado Fraga, investiga a atuação das milícias nos morros cariocas.

A performance do longa nos cinemas do Brasil deu bons frutos a carreira da atriz. Este ano ela estará em "As Mães de Chico Xavier", que estreia em 1° de abril e também na próxima novela das nove da Globo, "Insensato Coração", no qual viverá a primeira vilã de sua carreira. Tainá dá dicas de seus filmes favoritos e brinca que “são tantas emoções!”. Confira.

Pulp Fiction - Tempo de Violência
“Assista a todos os filmes que o Quentin Tarantino dirigiu, pois no mínimo vai ser divertido. Acho que foi assistindo a Pulp Fiction - Tempo de Violência que percebi que gostaria de trabalhar com cinema pelo resto da vida”.

2001 - Uma Odisseia no Espaço
“Lembro de ter visto esse filme pela primeira vez aos dez anos. Ele provocou a minha primeira crise existencial. Fiquei extremamente perturbada com a ideia de não saber nada sobre o universo e chorei muito quando me dei conta da condição humana. Acho que a partir dali, sem muita consciência disso, fiz dessa a minha grande questão”.

Jules e Jim
“Tenho a sensação de que posso assistir a esse filme centenas de vezes e sempre embarcar na viagem que ele propõe. A Catherine, interpretada lindamente pela Jeanne Moreau, é a minha personagem feminina favorita no cinema”.

Fantasia
“Considero esse filme uma obra de arte. Me despertou a paixão pela música clássica, pela mitologia e pelas artes plásticas ainda criança”.

Cenas de um Casamento
“Todos os casados deveriam assistir a esse filme, mas jamais ao lado de seus cônjuges”.

A Mulher e o Atirador de Facas
“Lúdico, lindamente fotografado e com ótimos diálogos. Esse filme tem a cena mais sexual que já vi no cinema, sem sexo”.

Manhattan
“Nunca um sorriso disse tanto...”

As Virgens Suicidas
“O lirismo e a delicadeza extrema deixam esse filme ainda mais brutal, para quem foi ou nunca foi uma garota de 13 anos”.

segunda-feira, 3 de janeiro de 2011

AÇÃO ENTRE AMIGOS


Marco Ricca arrasa na estreia como diretor em "Cabeça a Prêmio", que é lançado este mês em DVD

“Este é um filme de personagens e para atores. O roteiro foi escrito pensando em cada um desses atores. Eu chamei meus amigos para trabalharem no filme e tive a felicidade deles terem aceitado”. É assim que Marco Ricca descreve o seu debute em direção de filme no denso "Cabeça a Prêmio", do qual também é o produtor e roteirista.

Para sua estreia na área de direção de longa-metragem, Ricca pegou um material próximo a ele, o livro homônimo do grande amigo Marçal Aquino. Ricca e o escritor haviam trabalhado juntos em "O Invasor" no qual Ricca atua e o roteiro é de Aquino, baseado em seu livro. “Eu já tinha uma admiração pela literatura do Marçal e o que mais me fascina nas histórias deles é que os personagens são grandiosos”, conta Ricca.

Em "Cabeça a Prêmio", o diretor chamou alguns amigos para viverem os personagens angustiados e explosivos da trama: Alice Braga, Edu Moscovis, Fulvio Estefanini, Cássio Gabus Mendes e Otávio Müller. Na trama, os irmãos Miro (Estefanini) e Abílio (Müller) são pecuaristas em Sidrolândia (MS) e comandam uma rede de ações ilícitas. A filha de Miro, Elaine (Braga) se apaixona pelo piloto da família, Dênis (Daniel Hendler), que planejam fugir. Brito (Moscovis) e Albano (Gabus Mendes) são pistoleiros contratados por Miro que vão ao encalço da filha.

Para a escalação do elenco, Ricca afirma que não quis lançar. “O cinema nacional tem muito essa mania de querer lançar alguém ou do trabalho com o “não ator”. Aqui é um filme de atores conhecidos pra caramba e que desenvolvem um trabalho incrível”.

O clima de camaradagem durante as filmagens ficou evidente. “O Marco compreende a alma do ator e sempre privilegiou isso no set”, declara Estefanini. Para Moscovis o fato de Ricca também ser ator facilitou o trabalho de todos. “Ele cria um clima agradável e acredito que tudo parte do ambiente de trabalho e isso foi fundamental desde o começo. O Marco falou que trabalhou com amigos e nós sentimos isso no set de filmagem”.

A produção é contada de forma não convencional em que os personagens estão em derrocada, sem saberem o dia de amanhã. A forma como o diretor disseca e explora a angústia de cada um dos personagens faz de "Cabeça a Prêmio" um filme grandioso e impressionante, que pode ser conferido este mês em DVD.