quinta-feira, 5 de maio de 2011

Grace Kelly

(São Paulo, BR Press) - "Os contos de fadas contam histórias imaginárias. Eu, ao contrário, sou uma personagem real. Eu existo! Se contassem minha vida de mulher real, finalmente descobririam o verdadeiro ser que sou". São palavras de Grace Patricia Kelly, uma menina que nasceu em Filadélfia, fez carreira no cinema, se tornando musa de Alfred Hitchcock, e que largou tudo para ser princesa de Mônaco.
A fascinante história dessa mulher é contada na exposição Os Anos Grace Kelly, Princesa de Mônaco. Os 1200 m2 do Museu de Arte Brasileira, da Fundação Armando Alvares Penteado (Faap), se dividiu em 12 salas - cada uma contando um pedaço da vida de Kelly, por meio de quase 900 objetos.
O príncipe de Mônaco, Albert II, filho de Grace Kelly, esteve, na última quarta (04/05), na abertura da exposição para convidados. Ele teve a oportunidade de rever os objetos, alguns pertencentes à história dele. A exibição Os Anos Grace Kelly, Princesa de Mônaco abriu para o público nesta quinta (05/05), e fica em cartaz até 10 de julho.
Infância e juventude
Nas salas Filadélfia e Nova York, os visitantes podem ver filmes caseiros, álbuns de fotos e as certidões de nascimento e de batismo de Kelly, nascida em Filadélfia, no dia 12 de novembro de 1929.
Na adolescência, ela tinha um álbum onde colava itens do dia a dia, como embalagem de chiclete, figurinhas e guardanapos. Em 1947, a moça partia para Nova York, para estudar artes dramáticas.
Hollywood
Em 1950, Kelly estreava em Hollywood, na série de TV Believe It or Not. No ano seguinte, atuava num papel secundário em seu primeiro longa-metragem: Fourteen Hours. No faroeste Matar ou Morrer (High Noon, 1952), dividia os créditos com Gary Cooper.
A carreira de Kelly deslanchou a partir da primeira parceria com o diretor Alfred Hitchcock, em Disque M Para Matar (Dial M for Murder, 1954), com quem ainda trabalhou em Janela Indiscreta (Rear Window, 1954) e Ladrão de Casaca (To Catch a Thief, 1955).
Ela quase estrelou Marnie - Confissões de uma Ladra (Marnie, 1964) - como pode-se ver na exposição, uma carta escrita por Hitchcock à sua musa, oferecendo o papel principal. Kelly, então princesa, chegou a aceitar, mas os cidadãos de Mônaco se opuseram à ideia de ver sua princesa vivendo uma ladra na tela.
No estúdio Metro-Goldwyn-Mayer (MGM), Kelly trabalhou em três filmes: Tentação Verde (Green Fire, 1954), O Cisne (The Swan, 1956) e Alta Sociedade (High Society, 1956). Como Kelly iria se casar com o príncipe Rainier III, ela quebrou o contrato com o estúdio, que previa mais um filme com a atriz.
As salas Hollywood e Hitchcock são dedicadas a essa breve - mas marcante - carreira de Kelly no cinema. Uma oportunidade rara para os visitantes é conferir a estatueta do Oscar que ela ganhou por Amar É Sofrer (The Country Girl, 1954) e a cadeira de rodas usada por James Stewart, no suspense Janela Indiscreta.
Conto de fadas
Nas salas Encontro e Casamento, estão expostas fotos e vídeos sobre o rendez-vous de Kelly com o futuro marido, príncipe Rainier III e o comentado matrimônio. Na visita da atriz ao Palácio de Mônaco, numa pausa que fez na divulgação do longa Ladrão de Casaca, no Festival de Cannes, em 1955, Kelly teve um breve encontro com o príncipe, no qual os dois trocaram endereços.
Em 19 de abril de 1956, o casamento real acontecia, com Kelly usando um vestido de noiva criado por Helen Rose, figurinista da MGM, feito com seda, renda bordada e pérolas cultivadas. Neste dia, a atriz se tornava princesa Grace de Mônaco. O famoso vestido está na exposição e foi um dos itens mais cultuados pelo público na noite de abertura, pois foi inspiração para o modelo usado por Kate Middleton, no casamento com o príncipe William.
Moda e estilo
Outras salas bastante badaladas na exibição foram as Bailes, Glamour e Princesa, dedicadas à simplicidade americana e à elegância aristocrática na forma de Grace se vestir. 23 vestidos usados por ela nos diversos bailes do principado estão expostos, para o deleite do público, em especial as mulheres. Cada um deles parecem obras de arte, desenhados por Christian Dior, Yves Saint-Laurent, Cristobal Balenciaga, Maggy Rouff e outros estilistas.
A administradora Sandra Sanchez, presente na noite de abertura da exposição, ficou encantada com o que viu: "Superou as minhas expectativas. Como eu gosto muito de moda, o que mais me impressionou foram os vestidos. Eles são maravilhosos! O guarda-roupa dela é fantástico, principalmente os vestidos de Christian Dior. Lindos! Quando eu entrei na sala fiquei maravilhada. E o vestido de noiva? Fiquei até sem ar quando olhei para ele, digno de uma princesa".
Além das roupas, Grace ficou famosa pelos chapéus criados por Jean Barthet, as joias Cartier e a icônica bolsa Hermés, que ganhou o nome Kelly, após a princesa usar um modelo de couro marrom da marca. Criado em 1930, o acessório serviu para representar a transformação de vida das mulheres ao ganharem independência.
Um pouco mais de Grace
As três salas restantes: Jardim Particular e Mulher Secreta, Maternidade e Família e Real tratam do lado pessoal da princesa, apaixonada por flores e dedicada aos três filhos, Caroline, Albert e Stéphanie, em paralelo aos compromissos do principado.
A exposição apresenta ao público uma jornada fascinante. Os contos de fadas são imaginários e a vida de mulher real que a atriz e princesa teve é merecida de ser contada e vista de perto. Assim, cada visitante descobrir uma faceta dessa lady que foi Grace Kelly.

domingo, 1 de maio de 2011

INDICAÇÕES FORTES

Caio Blat dá dicas de seus cineastas favoritos: Michael Haneke, Lars von Trier, irmãos Dardenne e Cláudio Assis

O ator Caio Blat começou a carreira ainda criança em incursões pela televisão e cinema. Aos dois anos, ele participou do documentário de curta-metragem "Mato Eles?" (1982). Atualmente ele pode ser visto na novela das sete da Globo, "Morde e Assopra". No cinema ele está em cartaz com os dramas "As Mães de Chico Xavier" e Bróder"

Eu gosto de filmes fortes. Adoro os filmes do Michael Haneke! Eu gosto muito de A Professora de Piano pela interpretação de Isabelle Huppert e a força do filme. O Haneke é um cineasta bem violento. Gosto também dos irmãos Joel e Ethan Coen e dos irmãos Jean-Pierre e Luc Dardenne. Adoro A Criança, por exemplo, em que os pais vendem o filho. É muito forte! Gosto também do Lars von Trier. Sempre fico esperando ansioso para ver um filme que ele lança. Acho Dogville sensacional! Dançando no Escuro é uma obra-prima. Admiro muitos cineastas brasileiros também. Para mim, o maior deles é o Cláudio Assis. Amarelo Manga é outra obra-prima. Eu não consegui trabalhar no último filme dele, Febre do Rato, mas estou louco para poder assistir. A minha maior expectativa para este ano é ver Febre do Rato.
Caio Blat

DICAS

A Professora de Piano (2001)
Érika Kohut (Isabelle Hupert) é uma professora de piano que sente prazer em frequentar em segredo, cinemas pornôs e fazer automutilação genital com uma lâmina de barbear. Um dia, no entanto, vê sua vida transformada, quando começa a ter um mórbido relacionamento com o jovem aluno.

A Criança (2005)
Bruno (Jérémie Renier) e Sonia (Déborah François) são dois jovens delinquentes que sobrevivem de pequenos roubos. Namorados, acabam de ter um bebê. Enquanto tentam lidar com a própria sobrevivência e da criança, descobrem uma nova forma de aplicar golpes: o bebê.

Dogville (2003)
Grace (Nicole Kidman) é uma fugitiva que chega à isolada cidade de Dogville após fugir de gângsters. Encorajada por Tom (Paul Bettany), o porta-voz da cidade, Grace faz com a população local um acordo informal: eles a ajudam a se esconder e, em troca, ela trabalha para eles.

Dançando no Escuro (2000)
Selma (Björk) é uma imigrante que trabalha numa fábrica no interior dos Estados Unidos. Vítima de uma doença hereditária, ela está perdendo a visão e, para evitar que o filho tenha o mesmo destino, economiza todo o seu dinheiro para operá-lo.

Amarelo Manga (2002)
Histórias de pessoas no subúrbio do Recife se cruzam. Kika (Dira Paes) é muito religiosa e frequenta um culto enquanto seu marido, Wellington (Chico Diaz) faz seu trabalho como cortador de carne. Este é o objeto de paixão de Dunga (Matheus Nachtergaele).