quarta-feira, 3 de dezembro de 2003

O JORNALISMO PROJETADO NA TELA

São inúmeros os filmes que abordam o mundo da imprensa. Dentre os que se destacam estão “Cidadão Kane” e “Todos os Homens do Presidente”

O Jornalismo sempre esteve em voga no cinema. Ele serviu de personagem para diversos títulos. Retratou nomes importantes, heróis, vilões, intrigas e histórias de amor. Políticos, criminosos e até um vampiro foram entrevistados. Já foi encarnado por um jornalista boa pinta na pele de George Clooney (“Um Dia Especial”) e também pelo Super-Homem. Permeou por todos os gêneros, desde a improváveis musicais (“Hatts Off”) até intensos dramas (“O Resgate de Harrison”). E é nesse último em que o tema mais se enveredou.

Para o crítico de cinema Rubens Ewald Filho, o Jornalismo é bem retratado no cinema. “Um lado heroico e clássico do Jornalismo, aquele investigativo, era e até hoje ainda é muito bem mostrado no cinema. A realidade não muito... Mas quem quer ver ou mostrar a realidade em Hollywood?”, indaga o crítico. Ele ainda completa, “A verdade é que eles até tratam bem a figura dos jornalistas”.

O filme precursor sobre o assunto é “The Power of the Press”, de 1909. Em 1941, Orson Welles lançou o clássico “Cidadão Kane”, considerado o melhor filme de todos os tempos pelo AFI (American Film Institute). A produção é baseada na vida do magnata da imprensa americana, William Randolph Hearst, que na época processou Welles. A história é sobre a ascensão e queda de Charles Foster Kane, além da busca de um jornalista em descobrir o significado da palavra “Rosebud”, sussurrada por Kane antes de morrer.

Em “Todos os Homens do Presidente”, os jornalistas Bob Woodward (Robert Redford) e Carl Bernstein (Dustin Hoffman) do periódico “Washington Post” investigam o caso Watergate, que levou o presidente Nixon a renunciar em 1974. Outras obras que merecem destaque são: “Rede de Intrigas”, “A Montanha dos Sete Abutres”, “O Informante”, “O Jornal” e “Bem-Vindo a Sarajevo”.

Atualmente estão em cartaz nos Estados Unidos, três filmes que trazem jornalistas como protagonistas. Na paródia “Todo Mundo em Pânico 3”, uma repórter tenta desvendar estranhos vestígios em plantações, o qual satiriza o suspense “Sinais”. Numa vertente mais séria há duas histórias reais. Em “O Custo da Coragem”, Cate Blanchett interpreta a jornalista Veronica Guerin, que investiga o tráfico de drogas em Dublin. “Shattered Glass” traz Hayden Christensen como o repórter Stephen Glass da revista “The New Republic”, em que escreve matérias inventadas e acaba sendo descoberto.

Histórias de amor
Nas telas os jornalistas não vivem apenas a glória e o perigo, mas também belas e trágicas histórias de amor. Em “A Princesa e o Plebeu”, uma princesa entediada conhece um jornalista, que esconde sua identidade para se aproveitar da situação, mas logo se apaixona por ela. “Íntimo e Pessoal" mostra uma jovem inexperiente e determinada que procura ter uma chance no mundo da imprensa. Ela conhece um jornalista que à ajuda na carreira e consequentemente se torna sua grande paixão. No lacrimoso “As Pontes de Madison”, um fotojornalista da revista “National Geographic”, a serviço no condado de Madison, se envolve com uma mulher casada, que enfrenta o dilema de continuar com a família ou largar tudo por um grande amor.

A queridinha Julia Roberts já estrelou quatro comédias românticas envolvendo o mundo jornalístico. Primeiro no morno “Adoro Problemas”, em que faz uma repórter novata. Em “Noiva em Fuga”, sua personagem, que sempre foge do altar, se apaixona pelo jornalista interpretado por Richard Gere, que está escrevendo uma matéria sobre ela. “Um Lugar Chamado Notting Hill” e “Os Queridinhos da América” revelam o mundo das concorridas junkets (maratona de entrevistas que o elenco de um determinado filme concede a repórteres em luxuosos hotéis). “Acho que ‘Os Queridinhos da América’ mostra melhor os bastidores da profissão, assim como ‘Notting Hill’, afirma Ewald Filho.

Fora das telas
A carreira jornalística já seduziu alguns atores. Halle Berry pensou em estudar Jornalismo. Os galãs George Clooney, Hugh Jackman e James Marsden (os dois últimos de “X-Men”) levaram a ideia mais a sério. Os três são formados na área. No caso de Clooney, ele trabalhou por um tempo, mas não se achava bom o suficiente e por isso decidiu ser ator.

Em relação as disputadas junkets, há aqueles atores que são bem simpáticos e acessíveis e outros que são o terror para os repórteres. No quesito simpatia estão Tom Hanks, Sharon Stone, Mel Gibson e Tom Cruise. Outros como Russell Crowe, Robert De Niro e Jennifer Lopez são tido como os difíceis em entrevistas. “Arnold Schwarzenegger só fica simpático quando a câmera liga, depois te ignora e o Kevin Costner é um pedante. Americanos em geral são profissionais e superficiais. Nunca dizem nada sério. Os diretores são melhores que os atores e os europeus melhores que os americanos”, finaliza o crítico de cinema.

FRASES MARCANTES

“As pessoas vão pensar o que eu disser para elas pensarem”.
Charles Foster Kane – “Cidadão Kane”

"Informação é como mulher. Boa de longe, longe de ser boa” .
Walter Winchell – “O Poder da Notícia”

“Um bom repórter não arruma boas matérias. Ele as escreve bem”.
Lois Lane – “Superman-O Filme”

“Quando a lenda se torna fato, publique a lenda”.
Maxwell Scott - “O Homem que Matou o Facínora”

“Parem as máquinas!”
Henry Hackett – “O Jornal”

sexta-feira, 17 de outubro de 2003

MADE IN IRLANDA

Colin Farrell se destaca como uma das maiores revelações em Hollywood, além de ser o novo galã no estilo bad boy

Este irlandês de 27 anos, fã de cerveja, cigarro e palavrão ganhou o posto de novo bad boy do cinema e se tornou um dos atores mais requisitados da nova geração.

Colin é de Dublin, tem sotaque carregado e fala rápida. Seu interesse pela atuação começou aos 17 anos. Sua estreia foi em 1997 ainda na Irlanda, no filme "Drinking Crude". Depois vieram "Falling for a Dancer", "The War Zone", "Love in the 21 Century" e "David Copperfield". Em Londres fez duas séries para a BBC: "Ballykissangel" e "A Little World of Our Own". Ainda em Londres ele conheceu o ator Kevin Spacey, que na ocasião estava em cartaz com a peça "The Iceman Cometh". Spacey deu uma chance ao jovem ator na produção, "Um Criminoso Decente".

Sua estreia em Hollywood foi no elogiado drama "Tigerland-A Caminho da Guerra", de Joel Schumacher. Em seguida interpretou o herói americano Jesse James em "Jovens Justiceiros". Ano passado ele foi visto ao lado de Bruce Willis em "A Guerra de Hart" e como o antagonista de Tom Cruise em "Minority Report-A Nova Lei". “Não posso acreditar nas oportunidades que estão me dando. Trabalhei com pessoas excelentes e não troco isso por nada”, disse ele a uma revista americana.

Este ano Colin estrelou nada menos que cinco filmes. Primeiro em "O Novato", ao lado de Al Pacino. Depois veio "Demolidor-O Homem Sem Medo", em que faz o vilão Mercenário. Em seguida trabalhou novamente com Joel Schumacher em "Por um Fio" e em "O Custo da Coragem". E finalmente na adaptação do seriado "S.W.A.T - Comando Especial". Atualmente o ator está no Marrocos filmando "Alexander", em que viverá Alexandre - O Grande. A direção está a cargo de Oliver Stone. Entre seus próximos projetos estão, a comédia "Intermission", os dramas "A Home at the End of the World" e "The New World", além do romance "Ask the Dust", ao lado da bela Salma Hayek.

Seu jeito largado e simpático está conquistando um grande público. Este ano ele foi agraciado com dois prêmios que são dados pelos fãs. Em junho, no MTV Movie Awards, Colin ganhou como melhor revelação transatlântica e em agosto no Teen Choice Awards, como melhor vilão por "Demolidor".

Sua vida pessoal é um capítulo à parte. Quem o vê hoje, nem imagina que este mulherengo já foi casado. A união foi com a atriz Amelia Warner ("Contos Proibidos do Marquês de Sade"), que durou apenas quatro meses. O irlandês, adepto do sexo casual, não dispensa encontros com prostitutas. Ele já foi visto com diversas mulheres, dentre elas a cantora Britney Spears. Uma de suas conquistas, a modelo Kim Bordenave teve um filho dele, chamado James, que nasceu em setembro.

Colin possui cinco tatuagens. Uma delas tem o seguinte dizer: Carpe Diem (“Aproveite o dia”). E ele faz jus a ela. O ator procura viver cada dia como vem, seja trabalhando ou se divertindo. “Trabalho muito e me divirto. É preciso detonar. Pego o que vier e sigo o fluxo. Tem dado certo pra mim. Eu sou muito sortudo”, disse o galã num programa de TV. Ele tem mostrado ser um talentoso ator, junte a isso o seu carisma e pronto, eis a fórmula para um sucesso duradouro.

sábado, 6 de setembro de 2003

SURPRESAS E DECEPÇÕES NO VERÃO AMERICANO

Brigas de gigantes pelo primeiro lugar deixa as sequências de lado

Já é outono nos Estados Unidos, hora de fazer as contas do verão que passou. O verão é o período mais lucrativo da indústria cinematográfica americana e nessa época os estúdios lançam suas produções mais comerciais. Foram pouco mais de 60 filmes, incluindo nada menos que 13 continuações. Comparada ao ano passado, esta temporada teve uma queda de 3% na arrecadação e 6% no número de espectadores. O mês de maio foi o melhor da história, com seis filmes que acumularam US$ 100 milhões: “X-Men 2”, “Matrix Reloaded”, “A Creche do Papai”, “Procurando Nemo”, “Todo Poderoso” e “Uma Saída de Mestre”.

Os filmes que abriram a temporada foram “X-Men 2” e “Matrix Reloaded”, que terminaram respectivamente com US$ 214 milhões e US$ 280 milhões. Outras sequências de sucesso foram “+ Velozes + Furiosos” (US$126 milhões), “Bad Boys II” (US$ 136 milhões), “Pequenos Espiões 3” (US$ 108 milhões) e “American Pie-O Casamento” (US$ 100 milhões).

Outras continuações já não tiveram tanto êxito. Nem as belas Angelina Jolie e Cameron Diaz conseguiram atrair o público. “Lara Croft Tomb Raider: A Origem da Vida”, orçado em US$ 95 milhões, faturou US$ 64 milhões. “As Panteras Detonando terminou com US$ 100 milhões, não cobrindo os US$ 120 milhões de custo. Apesar da preferência por Schwarzenegger nas eleições da Califórnia, nos cinemas, “O Exterminador do Futuro 3: A Rebelião das Máquinas” continua batalhando para conquistar os US$ 170 milhões gastos.

Parte 1
No entanto, o verão não viveu só das partes dois e três. Os sucessos da temporada não fazem parte de franquias, mas em função da receptividade do público, já são candidatos a isso. A animação “Procurando Nemo” encantou a todas as idades e fechou com US$ 333 milhões. Com isso, já é o primeiro do ranking. A comédia “A Creche do Papai” rendeu US$ 102 milhões e a adaptação “S. W. A . T. - Comando Especial” faturou US$ 108 milhões.

Jim Carrey agradou ao brincar de Deus em “Todo Poderoso”. O filme rendeu US$ 240 milhões. O terror “Extermínio”, que teve orçamento de apenas US$ 8 milhões, terminou com US$ 43 milhões. Outro filme de terror, “Freddy vs. Jason” superou as expectativas e se pagou no primeiro final de semana em cartaz.

Mas de todos esses filmes, quem surpreendeu mesmo foi “Piratas do Caribe - A Maldição do Pérola Negra” A produção baseada na atração do parque da Disney, foi orçado em US$ 140 milhões e já faturou US$ 281 milhões. Ponto para o produtor Jerry Bruckheimer, que tem um ótimo faro para sucessos. Ele apostou no gênero pirata, que é muito arriscado e sempre naufragava na bilheteria. O azarão foi o filme “Alma de Herói”, estrelado por Tobey Maguire. A produção com pretensão ao Oscar começou com uma campanha discreta e ultrapassou os US$ 100 milhões.

Bombas
Nem todos conseguiram obter os louros dos filmes citados acima. Os galãs Harrison Ford e Josh Hartnett não convenceram como policiais parceiros na comédia “Divisão de Homicídios”. O filme rendeu US$ 30 milhões. A animação “Sinbad: Lenda dos Sete Mares”, com vozes de Brad Pitt e Catherine Zeta-Jones não atraiu a criançada, que preferiu procurar o Nemo. A produção fechou com US$ 25 milhões. Sean Connery e companhia não conseguiram segurar a aventura “A Liga Extraordinária”. Ela ficou com US$ 64 milhões em caixa. O teaser de “Hulk” prometia mais um sucesso da Marvel. Só que a sensação foi de frustração com a versão digital do monstrengo verde. Resultado: o filme não se pagou.

Mas com certeza o prêmio para bomba do ano foi para “Contato de Risco”. A produção que reuniu o badalado casal “Bennifer” (Ben Affleck e Jennifer Lopez), fez feio nas bilheterias. O filme, rotulado como o pior do século pela crítica americana, estreou em oitavo lugar com míseros US$ 3 milhões! E terminou com US$ 6 milhões.

quarta-feira, 25 de junho de 2003

A HORA DE NICOLE

Após se separar de Tom Cruise, a atriz consegue um lugar ao sol e se destaca como uma das melhores atrizes da atualidade

Ela é loira, alta, belíssima, talentosa e com olhos azuis hipnotizantes. Esta australiana de 36 anos é o nome da vez em Hollywood. Neste ano ela se sagrou ganhadora do Oscar pelo filme "As Horas", no qual deixou a beleza de lado ao interpretar a escritora depressiva Virginia Woolf.

Nicole passou a chamar atenção no suspense "Terror a Bordo", na verdade, mais especificamente de um tal Tom Cruise, que se encantou com a ainda ruiva de cabelos encaracolados. O ator exigiu que Nicole fosse escalada para atuar como o seu interesse romântico em "Dias de Trovão". A partir daí se desenrolou um romance duradouro e badalado, que acabou inesperadamente em fevereiro de 2001. Os fãs e a imprensa perplexas queriam a todo custo saber o motivo da separação, motivo esse nunca revelado.

Apesar do talento iminente, durante os dez anos em que esteve casada com Cruise, ela ficou à sombra do marido e era apenas lembrada como a sra. Tom Cruise. Um dos momentos mais tristes de sua vida acabou ironicamente sendo um dos mais felizes. Só foi o casal se separar para Nicole começar a se destacar na mídia como uma das mais belas e talentosas atrizes do cinema.

No ano do divórcio, ela estrelou o incrível musical "Moulin Rouge – Amor em Vermelho", no papel da estonteante cortesã Satine. Com esse filme, a australiana se tornou diva e foi eleita a estrela do ano pela revista Entertainment Weekly e a mais bonita pela People. Depois ela foi vista em "Os Outros", "A Isca Perfeita" e no já mencionado "As Horas". Este ano ela estará em "Dogville", "Revelações" e "Cold Mountain", ao lado de Jude Law. A atriz não tem do reclamar na carreira, agora é torcer para que sua vida amorosa tenha um final feliz.

terça-feira, 4 de fevereiro de 2003

MUITO MAIS QUE DISCOS


São Paulo, 1995. Num bairro da cidade percorremos suas ruas até chegar a loja Durval Discos. É aí que vamos conhecer Durval (Ary França), dono de uma loja de LP’s e sua mãe, Carmita (Etty Fraser). Durval é um amante dos discos de vinil e que se recusa a vender CD’s. Para ele, a magia do LP é que ele tem lado A e lado B, dá pra ver melhor o nome das faixas e que apesar do som do CD ser melhor, no LP, a música é melhor.

Mas não se engane pelo título do filme. "Durval Discos" vai muito além do que a simples rotina do vendedor de discos. Ele decide contratar uma empregada, já que sua mãe não anda cozinhando muito bem. Relutante, Dona Carmita aceita uma empregada em casa. Célia (Letícia Sabatella), a empregada, começa a trabalhar na residência de Durval. Certo dia ela some e larga sua filha Kiki (Isabela Guasco) para eles cuidarem.

A menininha muda a rotina dos dois, que se veem obrigados a cuidar dela. Mas logo Kiki conquista Durval e principalmente a Dona Carmita. A senhora muda tudo em função da menininha, até volta a cozinhar bem para agradar a nova moradora. Tudo vai bem até que eles descobrem pela TV a verdadeira identidade de Célia e Kiki. A partir daí, o filme vai girar em torno disso e a curiosidade fica por conta de saber como eles vão sair da cilada em que se meteram.

O filme é escrito e dirigido por Anna Muylaert, que brinda o espectador com uma ótima comédia, que diverte desde os créditos de abertura, inseridos em placas, postes e lojas do bairro. Tudo é embalado por uma ótima trilha sonora, que inclúi clássicos como: "Madalena", de Elis Regina, "A Tonga da Mironga do Kabuletê", de Toquinho e "Besta é Tu", dos Novos Baianos. Em meio a tudo isso, quem rouba a cena é a atriz Isabela Guasco, que cativa o público como a adorável Kiki. A produção ganhou sete Kikitos no Festival de Gramado de 2002.