Equipe de peso está à frente da Celluloid Dreams Brasil, produtora de filmes nacionais que tem parceria com a sede francesa na venda dos filmes no exterior
A Celluloid Dreams é uma bem sucedida produtora e sales company internacional de filmes independentes. A sede é na França e tem como proprietária, Hengaméh Panahi. Agora a produtora finca os pés por aqui com a Celluloid Dreams Brasil. À frente da companhia estão quatro sócios: Heitor Dhalia, Patrick Siaretta, Tatiana Quintella e Fernando Menocci.
Dhalia é o diretor criativo da produtora e é um dos grandes nomes do cinema nacional, responsável por interessantes produções como "Nina", "O Cheiro do Ralo" e o recente "À Deriva". Siaretta é proprietário do Grupo Casablanca/Teleimage (produtora de finalização). Quintella tem larga experiência na área de Marketing e é idealizadora do Pólo Cultural e Cinematográfico de Paulínia. Menocci atuou como produtor executivo do documentário "Coração Vagabundo".
A Celluloid Brasil irá exclusivamente produzir filmes e co-produzir projetos de outros produtores. A sede francesa ficará responsável pela venda internacional dos filmes produzidos. É um trabalho em conjunto para atender tanto o mercado nacional como o internacional. Eu fui até o escritório da Celluloid Dreams bater um papo com Dhalia, Siaretta e Quintella. Na descontraída conversa eles falaram sobre os planos e expectativas da produtora Celluloid Dreams Brasil.
Como vocês enxergam o mercado do cinema nacional?
Siaretta - Hoje em dia é muito difícil ganhar dinheiro com cinema no Brasil. O mercado brasileiro é muito pequeno. Nós temos um universo de 2.000 salas que é muito pouco. O Brasil é um dos países que tem menos salas por habitantes no mundo. Não há como considerar o Brasil como indústria cinematográfica, enquanto não se tiver um mercado internacional. A produção tem que se pagar e dar lucro.
A Celluloid Dreams é uma bem sucedida produtora e sales company internacional de filmes independentes. A sede é na França e tem como proprietária, Hengaméh Panahi. Agora a produtora finca os pés por aqui com a Celluloid Dreams Brasil. À frente da companhia estão quatro sócios: Heitor Dhalia, Patrick Siaretta, Tatiana Quintella e Fernando Menocci.
Dhalia é o diretor criativo da produtora e é um dos grandes nomes do cinema nacional, responsável por interessantes produções como "Nina", "O Cheiro do Ralo" e o recente "À Deriva". Siaretta é proprietário do Grupo Casablanca/Teleimage (produtora de finalização). Quintella tem larga experiência na área de Marketing e é idealizadora do Pólo Cultural e Cinematográfico de Paulínia. Menocci atuou como produtor executivo do documentário "Coração Vagabundo".
A Celluloid Brasil irá exclusivamente produzir filmes e co-produzir projetos de outros produtores. A sede francesa ficará responsável pela venda internacional dos filmes produzidos. É um trabalho em conjunto para atender tanto o mercado nacional como o internacional. Eu fui até o escritório da Celluloid Dreams bater um papo com Dhalia, Siaretta e Quintella. Na descontraída conversa eles falaram sobre os planos e expectativas da produtora Celluloid Dreams Brasil.
Como vocês enxergam o mercado do cinema nacional?
Siaretta - Hoje em dia é muito difícil ganhar dinheiro com cinema no Brasil. O mercado brasileiro é muito pequeno. Nós temos um universo de 2.000 salas que é muito pouco. O Brasil é um dos países que tem menos salas por habitantes no mundo. Não há como considerar o Brasil como indústria cinematográfica, enquanto não se tiver um mercado internacional. A produção tem que se pagar e dar lucro.
E o que têm a dizer sobre o sucesso das comédias nacionais?
Dhalia - É uma tradição brasileira. É um gênero local por excelência. A produção tem melhorado. Nós temos um lado Macunaíma, não dá pra negar. Mas eu torço para que a qualidade melhore em todos os gêneros e plataformas. O Brasil não tem que fazer só esse gênero, mas todos. E isso já está acontecendo.
Quintella - Esses filmes têm uma qualidade de atores e roteiro e por isso é bem aceito.
Como foi o lançamento da Celluloid Dreams Brasil em Cannes?
Siaretta - Foi incrível. A Hengaméh Panahi é uma precursora de todos os grandes movimentos. Ela foi a primeira a se lançar no segmento de vendas de filmes iranianos no mundo. Ela que começou a selecionar filmes de vários países e vendê-los em vários territórios do mundo. Antigamente ninguém fazia isso. É importante salientar que se tinha um mercado muito maior de filmes antes da crise. Todos os filmes se vendiam em todos os países. Hoje o mercado encolheu dramaticamente a ponto de um filme ter de ser excelente. Um filme bom já não funciona mais. E para um filme ser excepcional ele precisa ser trabalhado de forma muito cuidadosa.
Quintella - A recepção foi ótima, mas teve muita gente que nos procurou para fazer distribuição. Explicamos que o nosso foco é produção local.
Dhalia - É uma tradição brasileira. É um gênero local por excelência. A produção tem melhorado. Nós temos um lado Macunaíma, não dá pra negar. Mas eu torço para que a qualidade melhore em todos os gêneros e plataformas. O Brasil não tem que fazer só esse gênero, mas todos. E isso já está acontecendo.
Quintella - Esses filmes têm uma qualidade de atores e roteiro e por isso é bem aceito.
Como foi o lançamento da Celluloid Dreams Brasil em Cannes?
Siaretta - Foi incrível. A Hengaméh Panahi é uma precursora de todos os grandes movimentos. Ela foi a primeira a se lançar no segmento de vendas de filmes iranianos no mundo. Ela que começou a selecionar filmes de vários países e vendê-los em vários territórios do mundo. Antigamente ninguém fazia isso. É importante salientar que se tinha um mercado muito maior de filmes antes da crise. Todos os filmes se vendiam em todos os países. Hoje o mercado encolheu dramaticamente a ponto de um filme ter de ser excelente. Um filme bom já não funciona mais. E para um filme ser excepcional ele precisa ser trabalhado de forma muito cuidadosa.
Quintella - A recepção foi ótima, mas teve muita gente que nos procurou para fazer distribuição. Explicamos que o nosso foco é produção local.
Então a Celluloid Brasil será um selo de produção?
Siaretta - A Celluloid Brasil não vai só produzir o que criamos, como também vamos co-produzir projetos de outros produtores. Estamos analisando diversos projetos com produtores independentes. Tudo claro, vai passar pelo crivo da Hengaméh e do Heitor. E os melhores projetos vão ser co-produzidos por nós. Eles então serão distribuídos pela Celluloid Dreams internacional.
Quintella - Também vão ter minisséries, programas de TV tanto para canais abertos e fechados.
Siaretta - A Celluloid Brasil não vai só produzir o que criamos, como também vamos co-produzir projetos de outros produtores. Estamos analisando diversos projetos com produtores independentes. Tudo claro, vai passar pelo crivo da Hengaméh e do Heitor. E os melhores projetos vão ser co-produzidos por nós. Eles então serão distribuídos pela Celluloid Dreams internacional.
Quintella - Também vão ter minisséries, programas de TV tanto para canais abertos e fechados.
Como a Celluloid Dreams faz a captação de recursos para a realização dos filmes?
Quintella - Isso depende de cada filme...
Siaretta - Claro que usamos todos os tipos de incentivo: Artigo 1° e 3° da Ancine (Agência Nacional de Cinema), Funcine (Fundos de Financiamento da Indústria Cinematográfica Nacional), PAC (Programa de Aceleração do Crescimento), Fundo Setorial e em muitos casos, recursos internacionais. Para vendas vamos abusar da nossa sócia francesa (rsrsrs) para que ela faça as pré-vendas internacionais.
Como é a estratégia desde a captação de recursos até a estreia de um filme quando se tem um nome conhecido, internacional envolvido no projeto? Como no caso de "À Deriva" que tem Vincent Cassel, Deborah Block.
Dhalia - Tudo começa no roteiro, na natureza do projeto. Depois vem o elenco, que cada vez mais o mercado está amadurecendo e funcionando como no mercado americano, em que se atenta muito a questão do elenco. Mas é uma combinação de fatores: qualidade do projeto, viabilidade financeira e comercial e relacionamento com as distribuidoras. Aqui na Celluloid, o Patrick e a Tatiana são responsáveis por essa parte. É o criativo e o negócio trabalhando juntos. Um empurrando o outro.
Siaretta - Não existe um casting bom, sem um bom roteiro. Os atores leem os roteiros e se eles gostarem eles topam fazer um projeto.
Dhalia - Ou então você tem que pagar muito pelo ator (rsrsrs). E não é esse o caso da Celluloid Dreams.
Como vocês veem o mercado de filmes de arte no Brasil?
Dhalia - Acho que está amadurecendo. A ponte entre cinema de arte e comercial tende a se estreitar. Claro que há autores que continuam a fazer um trabalho fechado e eu respeito isso. Com o amadurecimento do mercado, o diálogo com o público será maior. Essa é a única forma do cinema sobreviver de fato. É fazer um cinema que se expresse como de autor, mas que dialogue com alguma audiência. Senão, não haverá mais mercado para esses filmes. O grande segmento é a qualidade. Melhorar a qualidade dos nossos filmes seja comercial ou de arte, com mais diálogo com o público. Filme comercial sem qualidade não interessa. Nosso mercado merece mais. Filme de qualidade ruim por mais que faça uma bilheteria sazonal não ajuda a construir um mercado consistente.
Siaretta - Hoje, filme de autor não se vende mais. O filme de autor está migrando para uma plataforma digital. Inclusive é um projeto que temos, o video-on-demand, para distribuição digital de filmes. Isso já funciona nos Estados Unidos e na Europa e o próximo é o Brasil.
Falem um pouco mais sobre esse trabalho com video-on-demand?
Siaretta - O video-on-demand (VOD) são para filmes autorais. Esse é o caminho para os filmes autorais. Porque realmente as salas de cinema para filmes de autor estão fechando. Está cada vez mais difícil.
Dhalia - Com a plataforma digital há uma segmentação maior. Mesmo um mercado de nicho vai sempre existir. Ele vai se aperfeiçoar e se sofisticar um pouco mais. Claro que o circuito de exibição até porque há pouca tela e muito filme, vai ficar cada vez mais restrito para os filmes que conseguem um certo diálogo com a audiência.
O que cada um traz de experiência para o desenvolvimento do trabalho na Celluloid Dreams?
Siaretta - Tenho uma experiência grande em produção e co-produção. Já trabalhei em mais de duzentos filmes nas mais diversas etapas e também no lado internacional. Procuro participar de todos os festivais.
Quintella - Eu tenho formação em Marketing. Já trabalhei muito tempo na Warner e Sony na área de distribuição, para saber como funciona o mercado local e internacional. Implantei o Pólo de produção em Paulínia, o festival e o Film Commission. Foi uma coisa ousada me arriscar a fazer isso. Fui co-produtora de 18 projetos que foram aprovados. Essa base toda e ainda estar com essa dupla que admiro muito (rsrsrs). O Heitor que é um talento criativo, o Patrick que é um grande empresário. Somando cada um, faz uma parceria super importante. O Heitor fica responsável pela parte criativa.
Como está sendo a repercussão de “À Deriva”?
Dhalia - O filme está tendo uma carreira ótima. Começou em Cannes e aqui as estreias foram emocionantes. O filme chega nas pessoas de forma tocante. Muitas lágrimas em todas as sessões. É muito legal quando isso acontece. Isso é raro, não é todo filme que consegue chegar assim fundo na plateia. Ele está tendo uma repercussão muito grande.
Quintella - Isso depende de cada filme...
Siaretta - Claro que usamos todos os tipos de incentivo: Artigo 1° e 3° da Ancine (Agência Nacional de Cinema), Funcine (Fundos de Financiamento da Indústria Cinematográfica Nacional), PAC (Programa de Aceleração do Crescimento), Fundo Setorial e em muitos casos, recursos internacionais. Para vendas vamos abusar da nossa sócia francesa (rsrsrs) para que ela faça as pré-vendas internacionais.
Como é a estratégia desde a captação de recursos até a estreia de um filme quando se tem um nome conhecido, internacional envolvido no projeto? Como no caso de "À Deriva" que tem Vincent Cassel, Deborah Block.
Dhalia - Tudo começa no roteiro, na natureza do projeto. Depois vem o elenco, que cada vez mais o mercado está amadurecendo e funcionando como no mercado americano, em que se atenta muito a questão do elenco. Mas é uma combinação de fatores: qualidade do projeto, viabilidade financeira e comercial e relacionamento com as distribuidoras. Aqui na Celluloid, o Patrick e a Tatiana são responsáveis por essa parte. É o criativo e o negócio trabalhando juntos. Um empurrando o outro.
Siaretta - Não existe um casting bom, sem um bom roteiro. Os atores leem os roteiros e se eles gostarem eles topam fazer um projeto.
Dhalia - Ou então você tem que pagar muito pelo ator (rsrsrs). E não é esse o caso da Celluloid Dreams.
Como vocês veem o mercado de filmes de arte no Brasil?
Dhalia - Acho que está amadurecendo. A ponte entre cinema de arte e comercial tende a se estreitar. Claro que há autores que continuam a fazer um trabalho fechado e eu respeito isso. Com o amadurecimento do mercado, o diálogo com o público será maior. Essa é a única forma do cinema sobreviver de fato. É fazer um cinema que se expresse como de autor, mas que dialogue com alguma audiência. Senão, não haverá mais mercado para esses filmes. O grande segmento é a qualidade. Melhorar a qualidade dos nossos filmes seja comercial ou de arte, com mais diálogo com o público. Filme comercial sem qualidade não interessa. Nosso mercado merece mais. Filme de qualidade ruim por mais que faça uma bilheteria sazonal não ajuda a construir um mercado consistente.
Siaretta - Hoje, filme de autor não se vende mais. O filme de autor está migrando para uma plataforma digital. Inclusive é um projeto que temos, o video-on-demand, para distribuição digital de filmes. Isso já funciona nos Estados Unidos e na Europa e o próximo é o Brasil.
Falem um pouco mais sobre esse trabalho com video-on-demand?
Siaretta - O video-on-demand (VOD) são para filmes autorais. Esse é o caminho para os filmes autorais. Porque realmente as salas de cinema para filmes de autor estão fechando. Está cada vez mais difícil.
Dhalia - Com a plataforma digital há uma segmentação maior. Mesmo um mercado de nicho vai sempre existir. Ele vai se aperfeiçoar e se sofisticar um pouco mais. Claro que o circuito de exibição até porque há pouca tela e muito filme, vai ficar cada vez mais restrito para os filmes que conseguem um certo diálogo com a audiência.
O que cada um traz de experiência para o desenvolvimento do trabalho na Celluloid Dreams?
Siaretta - Tenho uma experiência grande em produção e co-produção. Já trabalhei em mais de duzentos filmes nas mais diversas etapas e também no lado internacional. Procuro participar de todos os festivais.
Quintella - Eu tenho formação em Marketing. Já trabalhei muito tempo na Warner e Sony na área de distribuição, para saber como funciona o mercado local e internacional. Implantei o Pólo de produção em Paulínia, o festival e o Film Commission. Foi uma coisa ousada me arriscar a fazer isso. Fui co-produtora de 18 projetos que foram aprovados. Essa base toda e ainda estar com essa dupla que admiro muito (rsrsrs). O Heitor que é um talento criativo, o Patrick que é um grande empresário. Somando cada um, faz uma parceria super importante. O Heitor fica responsável pela parte criativa.
Como está sendo a repercussão de “À Deriva”?
Dhalia - O filme está tendo uma carreira ótima. Começou em Cannes e aqui as estreias foram emocionantes. O filme chega nas pessoas de forma tocante. Muitas lágrimas em todas as sessões. É muito legal quando isso acontece. Isso é raro, não é todo filme que consegue chegar assim fundo na plateia. Ele está tendo uma repercussão muito grande.
Heitor, como você está conciliando o trabalho na Celluloid e a produção de filmes?
Dhalia - Em novembro vamos começar a filmar um projeto sobre relacionamentos e descobertas... Ainda não tem título e nem elenco escalado.
Quintella - Vamos filmar em novembro, mas em breve teremos todos os detalhes.
Dhalia - Eu ainda estou acabando o roteiro.
Para 2010, quais são os projetos da Celluloid Dreams?
Quintella - Temos o filme "Uma Mulher e uma Arma", que será rodado em março na Patagônia. E depois faremos "Serra Pelada" que será realizado entre 2010 e 2011.
Dhalia - Em novembro vamos começar a filmar um projeto sobre relacionamentos e descobertas... Ainda não tem título e nem elenco escalado.
Quintella - Vamos filmar em novembro, mas em breve teremos todos os detalhes.
Dhalia - Eu ainda estou acabando o roteiro.
Para 2010, quais são os projetos da Celluloid Dreams?
Quintella - Temos o filme "Uma Mulher e uma Arma", que será rodado em março na Patagônia. E depois faremos "Serra Pelada" que será realizado entre 2010 e 2011.
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