sexta-feira, 11 de fevereiro de 2011

CORAÇÃO VALENTE

Uma intrépida garota em busca de justiça consegue ser mais destemida quem muito cowboy no faroeste “Bravura Indômita”

A última aparição do faroeste na tela foi em Os Indomáveis, de 2007, com Christian Bale e Russell Crowe honrando o gênero. Agora os irmãos Ethan e Joel Coen realizam um faroeste, gênero pelo qual têm muito apreço, com o imponente “Bravura Indômita”, adaptação do livro homônimo escrito por Charles Portis em 1968. Um ano depois era lançado o faroeste de mesmo título estrelado por John Wayne, que lhe valeu o Oscar de melhor ator.

Na história, Mattie Ross (Hailee Steinfeld) é uma garota de 14 anos que após Tom Chaney (Josh Brolin) matar o pai dela, vai à procura de um homem da lei que a ajude capturar o bandido. Segundo ela você paga por tudo neste mundo de um jeito ou de outro e o assassino do pai dela vai pagar pelo o que fez.

Mattie vai até Forth Smith resolver questões de liberação do corpo do pai e comprar de volta os cavalos e pôneis que ele havia vendido. Na ocasião ela averigua quem pode ser o homem da lei que irá lhe acompanhar na caçada.

Dentre as opções lhe é falado sobre o xerife Rooster Cogburn (Jeff Bridges) considerado cruel, destemido e cujo o medo não faz parte dos pensamentos dele. Rooster é um homem velho, gordo, usa um tapa-olho e balbucia de vez em geral porque sempre está sob o efeito do álcool. Será esse o perfil que Mattie procura? Ela vai conhecê-lo e se afeiçoa por ele. A garota oferece US$ 100 pelo serviço. O difícil será convencê-lo a levá-la numa missão arriscada, pois Chaney se esconde na reserva indígena e lá a lei do xerife não vale nada.

Mattie é uma garota que quer tudo do seu jeito e desta forma consegue partir para a missão. O policial texano La Boeuf (Matt Damon) se junta aos dois, que também está a procura de Chaney, pois o criminoso matou um senador do Texas.

Os dois “Bravura” são ótimos exemplares de faroeste e os irmãos Coen conseguem fazer um filme ainda melhor ao já bem realizado em 1969. O novo além de ser um faroeste reúne na trama um clima tenso e sombrio frente a digamos, leveza do primeiro. Ambos começam e terminam de formas diferentes.

No filme de 1969, Kim Darby interpreta Mattie. A valentia dela se esconde atrás do ar feminino amparado por coloridos vestidos. Já a vivida por Steinfeld é crua, masculina, sempre usando calça e chapéu de cores escuras. Os dois possuem humor nos diálogos de embate entre Rooster, Mattie e La Boeuf. Quanto ao xerife Rooster, é difícil competir com o emblemático John Wayne. Bridges faz do personagem um homem beberrão e reclamão e cuja imagem fica longe a de um homem indômito.

A vantagem da produção de 2010 são os enquadramentos utilizados, um até fazendo uma homenagem a outros faroestes em que o ambiente de uma casa está escuro e pela porta se vê a claridade do lado de fora. Além disso, a belíssima fotografia dá o ar soturno do filme e tem uma sequência esplendorosa na parte final do filme com Rooster e Mattie num cavalo e sobre eles um céu estrelado num plano aberto.

Com tantas comparações ambos os filmes são iguais na mensagem: idade e sexo não são empecilho para se lutar pelo o que quer e se fazer valer a lei. Mattie é a dotada de bravura indômita em meio a cowboys em cima de seus cavalos e empunhando armas.


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