Uma intrépida garota em busca de justiça consegue ser mais destemida quem muito cowboy no faroeste “Bravura Indômita”A última aparição do faroeste na tela foi em Os Indomáveis, de 2007, com Christian Bale e Russell Crowe honrando o gênero. Agora os irmãos Ethan e Joel Coen realizam um faroeste, gênero pelo qual têm muito apreço, com o imponente “Bravura Indômita”, adaptação do livro homônimo escrito por Charles Portis em 1968. Um ano depois era lançado o faroeste de mesmo título estrelado por John Wayne, que lhe valeu o Oscar de melhor ator.
Na história, Mattie Ross (Hailee Steinfeld) é uma garota de 14 anos que após Tom Chaney (Josh Brolin) matar o pai dela, vai à procura de um homem da lei que a ajude capturar o bandido. Segundo ela você paga por tudo neste mundo de um jeito ou de outro e o assassino do pai dela vai pagar pelo o que fez.
Mattie vai até Forth Smith resolver questões de liberação do corpo do pai e comprar de volta os cavalos e pôneis que ele havia vendido. Na ocasião ela averigua quem pode ser o homem da lei que irá lhe acompanhar na caçada.
Dentre as opções lhe é falado sobre o xerife Rooster Cogburn (Jeff Bridges) considerado cruel, destemido e cujo o medo não faz parte dos pensamentos dele. Rooster é um homem velho, gordo, usa um tapa-olho e balbucia de vez em geral porque sempre está sob o efeito do álcool. Será esse o perfil que Mattie procura? Ela vai conhecê-lo e se afeiçoa por ele. A garota oferece US$ 100 pelo serviço. O difícil será convencê-lo a levá-la numa missão arriscada, pois Chaney se esconde na reserva indígena e lá a lei do xerife não vale nada.
Mattie é uma garota que quer tudo do seu jeito e desta forma consegue partir para a missão. O policial texano La Boeuf (Matt Damon) se junta aos dois, que também está a procura de Chaney, pois o criminoso matou um senador do Texas.
Os dois “Bravura” são ótimos exemplares de faroeste e os irmãos Coen conseguem fazer um filme ainda melhor ao já bem realizado em 1969. O novo além de ser um faroeste reúne na trama um clima tenso e sombrio frente a digamos, leveza do primeiro. Ambos começam e terminam de formas diferentes.
No filme de 1969, Kim Darby interpreta Mattie. A valentia dela se esconde atrás do ar feminino amparado por coloridos vestidos. Já a vivida por Steinfeld é crua, masculina, sempre usando calça e chapéu de cores escuras. Os dois possuem humor nos diálogos de embate entre Rooster, Mattie e La Boeuf. Quanto ao xerife Rooster, é difícil competir com o emblemático John Wayne. Bridges faz do personagem um homem beberrão e reclamão e cuja imagem fica longe a de um homem indômito.
A vantagem da produção de 2010 são os enquadramentos utilizados, um até fazendo uma homenagem a outros faroestes em que o ambiente de uma casa está escuro e pela porta se vê a claridade do lado de fora. Além disso, a belíssima fotografia dá o ar soturno do filme e tem uma sequência esplendorosa na parte final do filme com Rooster e Mattie num cavalo e sobre eles um céu estrelado num plano aberto.
Com tantas comparações ambos os filmes são iguais na mensagem: idade e sexo não são empecilho para se lutar pelo o que quer e se fazer valer a lei. Mattie é a dotada de bravura indômita em meio a cowboys em cima de seus cavalos e empunhando armas.
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