sexta-feira, 28 de maio de 2010

TERRA PROMETIDA


















Com tom de suspense, “Olhos Azuis” critica a xenofobia àqueles que querem o sonho americano


Marshall (David Rasche), personagem do filme “Olhos Azuis” é o chefe do Departamento de Imigração do aeroporto JFK, em Nova York. Ele está prestes a se aposentar e seu último dia de trabalho vai lhe marcar para sempre. Para tornar o seu derradeiro dia de serviço mais divertido, ele decide brincar com um grupo de latino-americanos, dificultando a entrada deles na terra do Tio Sam. Ele sorteia passaportes para decidir quem será liberado e quem vai ser deportado. Esse é o critério adotado.

No grupo que fica aguardando o interrogatório está o brasileiro Nonato (Irandhir Santos), uma bailarina cubana, dois poetas argentinos e lutadores hondurenhos. O Departamento de Imigração se torna o inferno na Terra com o clima de tensão que se estabelece ali.

Baseando-se em estereótipos, Marshall se julga superior. O oficial tem olhos azuis e pele clara, enquanto os imigrantes têm pele e olhos escuros. O embate entre os olhos azuis e olhos negros está instaurado. O constrangimento e a humilhação serão as armas do oficial. A cada pessoa que é interrogada, mais o clima vai ficando pesado e a tensão explode quando Nonato é chamado. Um incidente acontece e isso será o estopim para Marshall abandonar seu país para ir até o Brasil. A terra que ele considera o fim do mundo será o caminho para a redenção.

O diretor José Joffily ("Quem Matou Pixote?", "Dois Perdidos Numa Noite Suja") explora muito bem o roteiro de Paulo Halm e Melanie Dimantas. “Olhos Azuis” traz a temática da xenofobia ao imigrante, aquele que espera viver o sonho americano na terra das oportunidades. O longa é um road movie que alterna flashbacks de Marshall sobre o fatídico dia no Departamento enquanto ele vai de Recife a Petrolina procurando por uma menina chamada Luiza. Marshall conhece a prostituta Bia (Cristina Lago), que parte nesta viagem para ajudá-lo a encontrar a menina.

Em um tom de suspense, o filme vai soltando as informações aos poucos, fazendo com que o espectador fique cada vez mais interessado em saber o que aconteceu no último dia de trabalho de Marshall e porque ele está à procura de Luiza. “Olhos Azuis” ganhou seis prêmios no Festival de Paulínia do ano passado, incluindo melhor filme. “Olhos Azuis’ é um trabalho vigoroso, surpreendente e que merece ser visto.

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