segunda-feira, 3 de maio de 2010

MADE IN BRAZIL

Animação "O Segredo de Kells", indicada ao Oscar teve equipe brasileira envolvida na produção

Na última edição do Oscar, havia um grupinho de brasileiros dentre os concorrentes. Brasileiros? Sim. Na categoria Melhor Filme de Animação, um dos indicados era "O Segredo de Kells", co-produção entre França, Bélgica e Irlanda que contou com a colaboração de uma produtora brasileira, a LighStar Studios, estúdio especializado em animação criada em 2003, localizada em Santos e sob o comando do casal Marcelo de Moura e Jean Cullen de Moura.

Marcelo de Moura viveu no exterior por 12 anos onde trabalhou em grandes estúdios como Disney e Warner. Com um currículo extenso, Moura já participou como animador dos filmes "Mulan", "Fantasia 2000" e "A Era do Gelo". "O Segredo de Kells" trata da história de Brendan, um garoto que precisa terminar de escrever o famoso "Livro de Kells" e protegê-lo dos vikings, que invadem a Irlanda e causam destruição por onde passam. NO MUNDO DO CINEMA bateu um papo com Marcelo para saber mais sobre a carreira internacional no departamento de animação e detalhes sobre a produção "O Segredo de Kells".

Como surgiu a oportunidade de trabalhar em Hollywood na área de animação?
Aos 23 anos comecei a minha carreira internacional. Levei meu portfolio e fui visitar vários estúdios. Então eu recebi o convite para trabalhar com o Don Bluth em um estúdio que ele tinha na Irlanda.

Em "O Segredo de Kells" o senhor e sua equipe ficaram responsáveis pelo o quê?
A criação dos personagens foi dividida entre Brasil e Hungria. A França ficou responsável pelos cenários. A parte de criação e pré-produção ficou com a Irlanda. Já a parte de pintura foi feita pela equipe da Bélgica.

Fale um pouco mais sobre o processo de produção de "O Segredo de Kells".
Foi um processo longo, durou mais de um ano. Foram 50 pessoas envolvidas na produção. Todo o material produzido aqui no Brasil era enviado pela Internet para a Europa. Os desenhos feitos a lápis eram escaneados e enviados. A comunicação era feita por um programa especial criado para a produção de filmes de animação.

Agora a sensação nas animações é o 3-D, o que o senhor acha dessa tecnologia?
É fantástico. Eu já trabalhei com o 3-D em "A Era do Gelo" e agora temos um projeto que vamos desenvolver com essa tecnologia. Mas vai sempre existir as animações em 2D, só que o mercado vai acabar se dividindo um pouco.

Como o senhor avalia o mercado de animação no Brasil?
É um mercado em expansão. Hoje as pessoas que trabalham com animação estão permanecendo no Brasil ao contrário da minha geração que foi trabalhar fora. Isso é um bom sinal, pois mostra que é uma indústria nova e que está crescendo.

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