sexta-feira, 7 de maio de 2010

HERÓI DE AÇÃO

Thiago Lacerda fala da experiência de fazer um filme de ação brasileiro

Qual a importância de Segurança Nacional para o cinema brasileiro?
Ele é importante porque esse é o primeiro filme de ação feito no Brasil. Eu torço para que ele acabe com a história de que no Brasil não se faz filme de ação, brasileiro não faz filme de ação. Isso não é verdade. Ouço há muitos anos o papo de que brasileiro não sabe fazer filme de ação. Não podemos acreditar nisso. Tem que haver liberdade e coragem para a cinematografia brasileira fazer o que quiser. Podemos fazer o que quisermos, é só uma questão de acreditar e ter uma estrutura mínima para ser feito. Esse é um filme 100% brasileiro e isso dá muito orgulho.

As Forças Armadas são tratadas com um certo ranço da ditadura militar na cultura brasileira. Como você avalia isso?
Esse é outro aspecto importante do filme. Existe muito preconceito e fantasia em relação ao Exército. Eu pude perceber isso. As pessoas têm um preconceito terrível com a ABIN [Agência Brasileira de Inteligência], mas não é à toa. A ditadura promoveu sequelas que até hoje não foram cicatrizadas. Mas é importante saber que essa era uma época que não existe mais. O filme vem a dizer para o povo brasileiro que temos uma Agência de Inteligência. Eu não sabia que o Brasil tinha uma coisa chamada ABIN e tão pouco que se ela existisse, era atuante. É preciso desmistificar esse preconceito.

Você fez algum treinamento para o filme?
Fomos para um acampamento “rala-coco” (risos). Passamos cinco noites no meio do mato. Foi barra-pesada (risos). Ficamos em barracas. Mas no final até conseguimos uma fogueira e ter uma cervejinha gelada. Foi importante passar por esse processo de desmistificação, de ter a oportunidade de conversar com os oficiais e descobrir como funciona a Força. O filme é uma maneira de estimular no imaginário dos brasileiros um misto de realidade e fantasia sobre quem somos nós.

Houve algum imprevisto, algo inusitado durante as filmagens?
A bomba nuclear usada no filme estava em Manaus e foi para Brasília. O câmera ficou responsável por carregar a mala da bomba. Na hora que as bagagens iam para a esteira, a mala caiu no meio do caminho e abriu. De repente começou a chegar várias pessoas, depois a polícia... Resultado: todo mundo que estava nesse avião foi parar na Polícia Federal para descobrir de quem era a mala. Até explicar que aquilo era um objeto de cena de um filme que estávamos fazendo... Aí o diretor que estava em Florianópolis saiu ligando para um monte de gente para tentar a liberação da mala... (risos).

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