Na comédia "Quincas Berro D'Água", baseada em obra de Jorge Amado, o humor nasce da tragédia
Joaquim (Paulo José) é um homem exemplar, casado e com uma filha. Cansado da vida de almofadinha que leva, ele abandona a família e os bons costumes para cair na gandaia das ruas de Salvador e se torna Quincas. Esse é o personagem do livro “A Morte e a Morte de Quincas Berro D’Água”, escrito por Jorge Amado. No cinema a obra ganha uma adaptação pelas mãos de Sérgio Machado (Cidade Baixa) intitulada “Quincas Berro D’Água”.
Na vida de farra, Quincas é um legítimo boêmio, cercado de amigos, mulheres e muita pinga. Prestes a completar 72 anos, a morte passa a rondá-lo cobrando a conta da cachaça desregrada e da orgia da esbórnia. Até que Quincas bate as botas e deixa os malandros das pocilgas da cidade, órfãos.
Chamado carinhosamente de painho, seus companheiros Pastinha (Flávio Bauraqui); Pé de Vento (Luis Miranda); Cabo Martim (Irandhir Santos) e Curió (Frank Menezes) pegam o corpo de Quincas, para que mesmo morto, comemore seu aniversário em grande estilo. “O filme é uma comédia, mas o tema central é a morte, ao mesmo tempo é uma ode a estar vivo”, conta Sérgio Machado, diretor da produção.
A vida de morto do rei dos vagabundos acaba se tornando muito mais animada do que a vida de muito vivo. Paulo José dá um show, já que interpretar um morto não deve ser nada fácil. Mesmo deitado ou carregado ele consegue passar para o espectador o que ele está "pensando" e "sentindo" de toda a situação mesmo sem se mover. É incrível. “O Quincas é um morto vivo. À medida que a noite avança e os amigos vão bebendo cada vez mais, mais vivo ele vai se tornando. É preciso ser maleável, ser morto, mas vivo. Não pode mexer nada, embora possa mexer tudo. O mais importante para o ator no cinema é o olhar, ver o interno do personagem. No filme eu ficava o tempo todo de olho fechado. Eu tinha que ficar olhando para dentro, mas ouvia tudo o que estava sendo dito, eu ficava atento a tudo o que estava acontecendo”, explica o ator.
Um recurso muito bem utilizado no filme são os flashbacks em que a filha Vanda (Mariana Ximenes) se lembra do pai. Recursos como porta-retrato e o abrir de uma porta são sabiamente usados para isso. O trabalho de direção de arte de Adrian Cooper; o figurino de Kika Lopes, inspirado nas fotos de Pierre Verger e a trilha sonora de Beto Villares tornam o filme riquíssimo visualmente e sonoramente.
Com um humor brejeiro, a produção faz da tragédia algo engraçado. Mas regados a muita bebida, Quincas e seus amigos acabam se divertindo muito mais do que o espectador, que sóbrio assiste ao filme no limbo. Mas entre vivos e mortos “Quincas Berros D’Água” consegue se salvar.
Joaquim (Paulo José) é um homem exemplar, casado e com uma filha. Cansado da vida de almofadinha que leva, ele abandona a família e os bons costumes para cair na gandaia das ruas de Salvador e se torna Quincas. Esse é o personagem do livro “A Morte e a Morte de Quincas Berro D’Água”, escrito por Jorge Amado. No cinema a obra ganha uma adaptação pelas mãos de Sérgio Machado (Cidade Baixa) intitulada “Quincas Berro D’Água”.
Na vida de farra, Quincas é um legítimo boêmio, cercado de amigos, mulheres e muita pinga. Prestes a completar 72 anos, a morte passa a rondá-lo cobrando a conta da cachaça desregrada e da orgia da esbórnia. Até que Quincas bate as botas e deixa os malandros das pocilgas da cidade, órfãos.
Chamado carinhosamente de painho, seus companheiros Pastinha (Flávio Bauraqui); Pé de Vento (Luis Miranda); Cabo Martim (Irandhir Santos) e Curió (Frank Menezes) pegam o corpo de Quincas, para que mesmo morto, comemore seu aniversário em grande estilo. “O filme é uma comédia, mas o tema central é a morte, ao mesmo tempo é uma ode a estar vivo”, conta Sérgio Machado, diretor da produção.
A vida de morto do rei dos vagabundos acaba se tornando muito mais animada do que a vida de muito vivo. Paulo José dá um show, já que interpretar um morto não deve ser nada fácil. Mesmo deitado ou carregado ele consegue passar para o espectador o que ele está "pensando" e "sentindo" de toda a situação mesmo sem se mover. É incrível. “O Quincas é um morto vivo. À medida que a noite avança e os amigos vão bebendo cada vez mais, mais vivo ele vai se tornando. É preciso ser maleável, ser morto, mas vivo. Não pode mexer nada, embora possa mexer tudo. O mais importante para o ator no cinema é o olhar, ver o interno do personagem. No filme eu ficava o tempo todo de olho fechado. Eu tinha que ficar olhando para dentro, mas ouvia tudo o que estava sendo dito, eu ficava atento a tudo o que estava acontecendo”, explica o ator.
Um recurso muito bem utilizado no filme são os flashbacks em que a filha Vanda (Mariana Ximenes) se lembra do pai. Recursos como porta-retrato e o abrir de uma porta são sabiamente usados para isso. O trabalho de direção de arte de Adrian Cooper; o figurino de Kika Lopes, inspirado nas fotos de Pierre Verger e a trilha sonora de Beto Villares tornam o filme riquíssimo visualmente e sonoramente.
Com um humor brejeiro, a produção faz da tragédia algo engraçado. Mas regados a muita bebida, Quincas e seus amigos acabam se divertindo muito mais do que o espectador, que sóbrio assiste ao filme no limbo. Mas entre vivos e mortos “Quincas Berros D’Água” consegue se salvar.
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