sexta-feira, 24 de setembro de 2010

TEIA DE MISTÉRIOS

"Ilha do Medo" explora facetas do psicológico

O detetive Teddy Daniels (Leonardo DiCaprio) chega a nebulosa Ilha Boston Harbor. O local é reduto de prisioneiros psiquiátricos. A missão de Daniels é investigar o desaparecimento de uma das pacientes, Rachel Solando, presa por matar os três filhos. A Ilha é montanhosa e abriga três prédios e um farol. É impossível fugir de lá e cabe a Daniels descobrir como a mulher sumiu.

Algo de muito estranho acontece nesta ilha e nada é o que parece ser. Assim é o clima de "Ilha do Medo", disponível em DVD e Blu-ray, no qual o diretor Martin Scorsese se envereda pelo gênero do suspense. "Ilha do Medo" por ora parece um noir daqueles estrelados por Humphrey Bogart e em outros momentos, um filme de Alfred Hitchcock.

O cineasta se aproveita de closes, alternância de cenas com cortes secos e trilha sonora sinuosa para fazer o espectador imergir na teia de mistérios apresentada na ilha. DiCaprio se sai muito bem na pele de Daniels num caso que era para ser aparentemente fácil de se resolver, mas que se torna uma espiral de contradições afetando severamente o detetive.

Nos extras da produção há dois documentários: “Bastidores” e “No Farol”. A equipe revela detalhes da trama que levam o espectador a entender melhor as sutilezas e metáforas utilizadas no filme que conduzem à jornada de Daniels. Além disso, os transtornos psicológicos são abordados numa análise ao que os pacientes, ditos como seres incuráveis e subumanos, eram submetidos nos anos 50, década no qual o filme se passa. "Ilha do Medo" é um filme que vale ser assistido duas vezes para que todos os detalhes possam ser melhores apreendidos num exercício de bom cinema conduzido por Scorsese e DiCaprio.

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