sexta-feira, 3 de setembro de 2010

HORA DE RECOMEÇAR


Filme "Nosso Lar" do diretor Wagner de Assis apresenta como é a vida após a morte

Existe vida após a morte? Muitos se questionam, alguns não acreditam e outros aceitam que sim, que a morte é apenas uma continuação da vida terrena. Para colocar em evidência tal fato, o filme "Nosso Lar" estreia hoje para mostrar como é a vida após a morte. O filme é baseado no livro "Nosso Lar" (1944), psicografado por Chico Xavier e atribuído ao espírito André Luiz. A obra faz parte da coleção "A Vida no Mundo Espiritual" e é a mais vendida de Xavier.

O personagem principal do filme é André, vivido pelo ator Pedro Prieto. Ele é espírita e faz adaptações de livros para peças teatrais com essa temática. Na verdade esse tema anda fazendo o maior sucesso depois da boa carreira do longa "Chico Xavier" nos cinemas. Em "Nosso Lar", André sente que acordou de um sonho e percebe que não faz mais parte do mundo dos vivos.
No livro André fala: “A vida não cessa. A vida é fonte eterna e a morte é o jogo escuro das ilusões”.

No filme são expostos três terrenos: Terra, Umbral e Nosso Lar. No primeiro André é um médico que tem uma vida estável com a família. O Umbral é uma espécie de purgatório no qual ele vai após desencarnar. O local é sombrio, o médico sente muitas dores no corpo e na alma. Nenhum de seus conhecimentos poderão ajudá-lo naquele lugar.

Já o Nosso Lar é uma espécie de hospital espiritual criado no século 16. É nesse lugar futurístico composto por vários ministérios, no qual tudo tem um porque e um sentido. Todas as perguntas de André serão respondidas no seu devido tempo.

O filme é ambicioso e traz nomes fortes. A produção é de Iafa Britz ("Se Eu Fosse Você"). Os efeitos visuais foram produzidos pela empresa canadense Intelligent Creatures ("Sr. e Sra. Smith", "Babel", "Hairspray - Em Busca da Fama"). A tilha sonora é conduzida por Philip Glass ("As Horas") e a direção de fotografia tem a assinatura de Ueli Steiger ("O Dia Depois de Amanhã").

A direção e o roteiro ficaram a cargo de Wagner de Assis, que anteriormente trabalhou em A Cartomante. Assis conversou com NO MUNDO DO CINEMA e explica detalhes da realização de "Nosso Lar", que promete impressionar o público com um tema onírico e um visual rebuscado no qual explora a vida depois da vida. Confira!

Como o senhor se envolveu no projeto de "Nosso Lar"?
Eu busquei a Federação Espírita Brasileira no início de 2005 para conversar sobre a vontade de fazer um filme a partir do livro Nosso Lar, mas uma produção que desse à história tudo o que ela merece, fosse na parte técnica, fosse em aspectos dramáticos. Ao mesmo tempo, queríamos fazer um filme que fosse visto por pessoas de todas as religiões, raças, interesses filosóficos, explorando o aspecto universal do tema principal da história - a vida depois da vida. Não há nada doutrinário no filme. Ele é feito para todos.

O que lhe atraiu na história de "Nosso Lar"?
Dois aspectos são muito fortes quando se lê o livro - o paradigma que a história apresenta, aquele famoso "e se fosse assim", que o cinema tão bem explora, a respeito da vida depois da vida. Esse fato, aliado à credibilidade do trabalho do Chico Xavier, traz ao livro uma aura de "documento", de informação verdadeira. O outro aspecto é o visual - uma cidade pairando nas regiões circunvizinhas a Terra? Uma região de depuração, purgatorial? Fluidos, energias, outros tipos de materiais moldando prédios? Bem, isso tudo é muito interessante. A imortalidade da alma nunca me pareceu tão plausível, tão verdadeira também.

Qual foi o tempo de realização de "Nosso Lar"?
O projeto começou seu estágio mais embrionário a partir de 2006, com o roteiro. Depois, a pré-produção começou em novembro de 2008. Filmamos de julho a setembro de 2009. E finalizamos em um ano exatamente.
Fale um pouco sobre as etapas de pré-produção, filmagem e pós-produção de "Nosso Lar".
Tudo foi uma descoberta. A pré-produção foi intensa porque precisávamos definir coisas para sempre, mas muitas coisas não existiam de fato, como locações virtuais. Fizemos uma reunião de análise técnica que durou uma semana inteira, 12 horas por dia, se não foi a maior, deve ter sido uma das maiores reuniões já feitas. As filmagens transcorreram com os percalços e imprevistos de sempre. Acho que a pós-produção é que foi a mais intensa em relação aos outros filmes porque praticamente continuamos no mesmo ritmo de filmagens - desenvolvendo imagens e mais imagens no Canadá.

O filme contou com uma equipe internacional. Como foi organizar toda a logística e fazer o trabalho acontecer?
Maravilhoso, porque são profissionais extremamente competentes em todos os aspectos. Assim, só temos a agradecer pela dedicação e pelo amor que empreenderam nesse trabalho.

Como espera que o público receba o filme?
Enchendo as salas de cinema! A gente sempre espera o melhor, né? Faz um filme, conta uma história, esperando que todos se emocionem, se interessem, pensem um pouco, sorriam, enfim, vivam por um par de horas aquela proposta de viagem pelo mundo da magia do cinema. Acho que não existe uma onda de filmes com esse tema - mas sim, um interesse concreto do público por ele. Isso é sinal dos tempos em que vivemos. Acho que essa temática sai da literatura e aporta no cinema com força, seja em comédias, dramas ou aventuras.

O senhor acha que "Nosso Lar" pode passar alguma mensagem para o espectador?
Acho que um filme que se pretende a "passar uma mensagem" está correndo um risco de segmentar seu público. Não levantamos bandeiras, não afirmamos nada. Contamos uma história. Mas ela é poderosa e causa impacto nas pessoas - isso podemos afirmar pelos primeiros testes que temos feito. Tem uma trilha sonora sensacional, tem muita informação na tela - que faz debater e pensar um pouco depois sobre a vida, sobre aqueles que já se foram, sobre quem somos. Talvez muitos sairão do cinema pensando - e se essa história for um símbolo do que acontece de fato depois que morremos? O filme é feito para essas pessoas também, que não acreditam, que apenas se propuserem a ver a "fantasia" da história. Ao mesmo tempo, muita gente pode sair do cinema querendo saber mais sobre o tema "mundo espiritual". Há livros e mais livros sobre isso, principalmente da obra do Chico Xavier, da série André Luiz. A proposta deste filme é contar uma história poderosa. E que a história tenha vida própria junto aos espectadores. Porque aí essa é uma nova história...

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