Selton Mello interpreta Jean Charles, brasileiro que foi morto ao ser confundido com um terrorista em Londres
O filme "Jean Charles" conta a história do eletricista brasileiro Jean Charles de Menezes, que ficou mundialmente conhecido pelo triste episódio de ter sido confundido com um terrorista e ser morto por policiais em um vagão de metrô, numa estação de Londres em 2005.
O diretor e co-roteirista Henrique Goldman não quis filmar uma história sobre o incidente e as implicações da polícia londrina no caso. Mas sim em focar na vida de um brasileiro que vai ganhar a vida em Londres e também na grande comunidade de brasileiros que moram no país. A luta diária dessas pessoas em busca do sonho de terem uma vida melhor.
Mas não pensem que o filme desbanca para um dramalhão. Tudo é contado sob uma perspectiva bem humorada explorando o famoso jeitinho brasileiro. “Não quis contar a história de coitados, que trabalham duro e que são explorados. Mas celebrar jovens esforçados que sonham, que são aventureiros e que não lamentam a ideia de que vão para lá trabalhar em coisas que os ingleses se negam a fazer”, declarou Goldman em coletiva de imprensa realizada no dia 16 de junho.
Para Selton Mello, que interpreta o personagem título, o filme é a história sobre um cara como qualquer outro. “O filme é sobre um cara, sobre muitos brasileiros que estão lá em Londres, que trabalham, que sonham. Alguém como a gente, que erra, acerta, sonha, chora e sente saudade”, afirmou o ator. Há uma familiaridade nas histórias do intérprete e personagem. Mello nasceu em Passos (MG) e Menezes nasceu em Gonzaga (MG) e isso significou um retorno às raízes para o ator. Ambos saíram do interior de Minas e a forma como o eletricista se assombrou com Londres, o ator se sentiu do mesmo jeito. “Tem algum caipirismo comum entre intérprete e personagem”.
Na história, a ficção foi feita para sintetizar a realidade. O elenco foi formado por uma mistura de atores e pessoas que conheceram Jean para imprimir a sensação de veracidade. Os não atores foram recrutados dentro da comunidade brasileira de Londres. Patrícia Armani, prima de Jean Charles interpreta a si mesma. E ela tira de letra ao aparecer em cena com Mello e Vanessa Giácomo. O ótimo ator Luis Miranda ("Meu Nome Não É Johnny") vive o primo de Jean, Alex. Um típico estereótipo do homem pobre e batalhador com um jeito malandro. Ele fica responsável pelas tiradas mais engraçadas do filme.
O co-roteirista Marcelo Starobinas teve uma preocupação em criar diálogos informais para se chegar o mais próximo do cotidiano desses brasileiros. Ele explicou que o os diálogos não eram decorados pelos atores. Apenas se passava o sentido das cenas para os atores interpretarem no calor do momento. Isso é percebido ao se assistir ao filme. Os diálogos parecem uma conversa que se tem com alguém na rua.
E essa improvisação levou a uma frase que o eletricista fala na produção que já se tornou clássica: “Brasileiro é que nem Gremlin. É só jogar água, que aparece um monte”. Essa sentença surgiu da cabeça de Mello, pois foi o que ele sentiu ao chegar em Londres. “Eu ia a um restaurante, aparecia um garçom e dizia: ‘Você é o Selton Mello né? Posso tirar uma foto com você? Eu sou lá de Goiânia’. Então a gente tirava uma foto. Daqui a pouco no mesmo restaurante o rapaz trazia a cozinheira que vinha da Bahia. Então começava a aparecer brasileiro de tudo quanto é lugar!”, contou o ator.
No entanto, tanta improvisação teve de ser dosada, em especial na sequência da morte de Jean Charles. Mello expressou uma reação e o trecho foi cortado. "Mostrando no filme que ele reagia, poderíamos dar força e argumento para os policiais, que é algo que não tem nos laudos processuais da investigação", explicou Starobinas. A produção levou seis semanas para ser filmada. Cinco em Londres e uma na cidade do interior de São Paulo, Paulínia. O município serviu de locação para ambientar Gonzaga.
"Jean Charles" é a primeira co-produção cinematográfica entre Brasil e Inglaterra. Do lado de cá está a produtora Já Filmes, de Carlos Nader. E do lado de lá do Atlântico, a Mango Films do diretor Henrique Goldman. Na ficha de produtores executivos há um grande nome do cinema, Stephen Frears, conhecido por dirigir filmes como "Ligações Perigosas" e o recente "A Rainha".
O filme "Jean Charles" conta a história do eletricista brasileiro Jean Charles de Menezes, que ficou mundialmente conhecido pelo triste episódio de ter sido confundido com um terrorista e ser morto por policiais em um vagão de metrô, numa estação de Londres em 2005.
O diretor e co-roteirista Henrique Goldman não quis filmar uma história sobre o incidente e as implicações da polícia londrina no caso. Mas sim em focar na vida de um brasileiro que vai ganhar a vida em Londres e também na grande comunidade de brasileiros que moram no país. A luta diária dessas pessoas em busca do sonho de terem uma vida melhor.
Mas não pensem que o filme desbanca para um dramalhão. Tudo é contado sob uma perspectiva bem humorada explorando o famoso jeitinho brasileiro. “Não quis contar a história de coitados, que trabalham duro e que são explorados. Mas celebrar jovens esforçados que sonham, que são aventureiros e que não lamentam a ideia de que vão para lá trabalhar em coisas que os ingleses se negam a fazer”, declarou Goldman em coletiva de imprensa realizada no dia 16 de junho.
Para Selton Mello, que interpreta o personagem título, o filme é a história sobre um cara como qualquer outro. “O filme é sobre um cara, sobre muitos brasileiros que estão lá em Londres, que trabalham, que sonham. Alguém como a gente, que erra, acerta, sonha, chora e sente saudade”, afirmou o ator. Há uma familiaridade nas histórias do intérprete e personagem. Mello nasceu em Passos (MG) e Menezes nasceu em Gonzaga (MG) e isso significou um retorno às raízes para o ator. Ambos saíram do interior de Minas e a forma como o eletricista se assombrou com Londres, o ator se sentiu do mesmo jeito. “Tem algum caipirismo comum entre intérprete e personagem”.
Na história, a ficção foi feita para sintetizar a realidade. O elenco foi formado por uma mistura de atores e pessoas que conheceram Jean para imprimir a sensação de veracidade. Os não atores foram recrutados dentro da comunidade brasileira de Londres. Patrícia Armani, prima de Jean Charles interpreta a si mesma. E ela tira de letra ao aparecer em cena com Mello e Vanessa Giácomo. O ótimo ator Luis Miranda ("Meu Nome Não É Johnny") vive o primo de Jean, Alex. Um típico estereótipo do homem pobre e batalhador com um jeito malandro. Ele fica responsável pelas tiradas mais engraçadas do filme.
O co-roteirista Marcelo Starobinas teve uma preocupação em criar diálogos informais para se chegar o mais próximo do cotidiano desses brasileiros. Ele explicou que o os diálogos não eram decorados pelos atores. Apenas se passava o sentido das cenas para os atores interpretarem no calor do momento. Isso é percebido ao se assistir ao filme. Os diálogos parecem uma conversa que se tem com alguém na rua.
E essa improvisação levou a uma frase que o eletricista fala na produção que já se tornou clássica: “Brasileiro é que nem Gremlin. É só jogar água, que aparece um monte”. Essa sentença surgiu da cabeça de Mello, pois foi o que ele sentiu ao chegar em Londres. “Eu ia a um restaurante, aparecia um garçom e dizia: ‘Você é o Selton Mello né? Posso tirar uma foto com você? Eu sou lá de Goiânia’. Então a gente tirava uma foto. Daqui a pouco no mesmo restaurante o rapaz trazia a cozinheira que vinha da Bahia. Então começava a aparecer brasileiro de tudo quanto é lugar!”, contou o ator.
No entanto, tanta improvisação teve de ser dosada, em especial na sequência da morte de Jean Charles. Mello expressou uma reação e o trecho foi cortado. "Mostrando no filme que ele reagia, poderíamos dar força e argumento para os policiais, que é algo que não tem nos laudos processuais da investigação", explicou Starobinas. A produção levou seis semanas para ser filmada. Cinco em Londres e uma na cidade do interior de São Paulo, Paulínia. O município serviu de locação para ambientar Gonzaga.
"Jean Charles" é a primeira co-produção cinematográfica entre Brasil e Inglaterra. Do lado de cá está a produtora Já Filmes, de Carlos Nader. E do lado de lá do Atlântico, a Mango Films do diretor Henrique Goldman. Na ficha de produtores executivos há um grande nome do cinema, Stephen Frears, conhecido por dirigir filmes como "Ligações Perigosas" e o recente "A Rainha".
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