O que a ambição, a vaidade e alguns milhares de dólares a mais fizeram de “Transformers: A Vingança dos Derrotados” um desastre
Em 2003, “Piratas do Caribe - A Maldição do Pérola Negra” tomou todos de surpresa ao resgatar um gênero naufragado: o de pirata. A união da ação com a comédia fez um estardalhaço nas bilheterias e até rendeu a Johnny Depp uma indicação ao Oscar. Três anos depois chegava a segunda parte da série: “Piratas do Caribe - O Baú da Morte”. Junto com ele veio a enxurrada de críticas a produção. E não era pra menos. A produção na gana de querer ficar mais grandiosa que o primeiro encheu a tela de cenas inúteis, cenários suntuosos, muitos efeitos, batalhas tediosas e uma forçação de barra por parte do elenco em querer ficar muito engraçado. O filme é ruim, mas mesmo assim fez boa campanha nas bilheterias.
“Transformers” vive uma história parecida. O primeiro filme da franquia, lançado em 2007 foi um sucesso estrondoso ao adaptar o conceito dos brinquedos da Hasbro (carros que se transformam em robôs) em um longa-metragem. As sequências de transformação dos carros eram inacreditáveis. A aposta em um elenco até então desconhecido também foi muito acertada. Além disso, fez o mesmo que “Piratas”: unir a ação com a comédia.
Eis que agora chega aos cinemas a segunda parte, “Transformers: A Vingança dos Derrotados”. Pois bem. Desta vez os Autobots se tornaram aliados dos humanos com a formação da equipe Nest, na luta contra os Decepticons. Sam Witwicky (Shia LaBeouf) está a caminho da faculdade. É uma fase nova para ele, pois vai ficar longe dos pais, de sua bela namorada Mikaela (Megan Fox) e experimentar a vida independente.
Durante a mudança ele encontra um pedaço do cubo Allspark que originou a batalha entre os Autobots e Decepticons. O garoto passa a ter conhecimentos sobre a origem dos Transformers que podem levar os Decepticons a liderança do universo. Já deu pra notar que os robôs vilões farão de tudo para capturar Sam, que não vai poder levar uma vida normal como sempre quis.
Ao se lançar uma sequência, há uma grande pressão de estúdio e produtores e a expectativa do público em ver algo melhor. E tudo isso subiu à cabeça de Michael Bay que perdeu a mão ao dirigir a segunda parte de “Transformers”. Orçado em US$ 200 milhões, o filme ficou grandioso pelo lado negativo. Tudo ficou muuiito exagerado. O tom de comédia da trama extrapolou, em especial na personagem de Judy Witwicky, mãe de Sam, que ficou mais histérica do que já era, principalmente ao comer certos bolinhos turbinados com maconha. Nesse campo um grande atrativo do primeiro filme era a participação do ator Anthony Anderson, que vivia o hacker Glen Whitmann. Ele fez falta.
Na nova produção os personagens ficaram muito caricatos, o que dá a impressão de que um queria aparecer mais do que o outro. E Megan Fox foi reduzida a uma figura sexual, cheia de caras e poses, deixando-a vulgar em vez de sensual. Apesar de que, quem gosta dela não vai reclamar de sua presença incendiante.
Em relação aos robôs, agora eles são inúmeros e nas batalhas ficou difícil saber quem é Autobot e quem é Decepticon. Outro problema é que os gigantes foram muito humanizados. Eles sentem dor, choram e dizem diálogos piegas que causam riso a todo momento. Os embates entre os robôs que eram pra ser os pontos altos do filme ficaram monótonos. E aquele quê de novidade ao ver carros se transformando em robôs perdeu um pouco da graça.
Os roteiristas “viajaram” ao utilizarem elementos de produções famosas. Em certas horas, nem parece que se está assistindo “Transformers”. Um dos vilões mais parece o Predador do que um Decepticon. Há teletransporte como em “Jornada nas Estrelas”, buscas arqueológicas no estilo “Indiana Jones”, ventos de "Twister", robôs-humanos como de "O Exterminador do Futuro" e também, momentos Michael Bay de auto-adoração. Já no primeiro filme ele fez isso rapidamente quando um garoto compara a chegada dos robôs à Terra como um Armageddon. Mas agora ficou bem mais explícito. No dormitório de Sam há um pôster do filme “Bad Boys II”, dirigido por ele. Em uma sequência inútil, um porta-aviões é destruído, no qual se percebe claramente os enquadramentos e recursos de câmera lenta utilizados por ele em outra de sua produção: “Pearl Harbor”. Egocentrismo puro.
Aquela historinha super legal do primeiro filme sobre um garoto que se sente o maioral ao conseguir seu primeiro carro, a garota mais popular da escola e juntos viverem uma aventura com robôs, foi esquecida para dar lugar a um filme longo; com muito barulho; irritantes travellings circulares; explosões desnecessárias; diálogos bobos; embates insossos, ostentação. Enfim. É uma bagunça sem fim.
Não há dúvida de que a produção será um grande sucesso nas bilheterias, mas como obra cinematográfica... Assim como na franquia de “Piratas do Caribe”, para a terceira parte de “Transformers” se espera que a equipe volte às origens, com uma trama bem amarrada e sem devaneios. O único recado a ser dado a Michael Bay é: "Menos, bem menos".
Em 2003, “Piratas do Caribe - A Maldição do Pérola Negra” tomou todos de surpresa ao resgatar um gênero naufragado: o de pirata. A união da ação com a comédia fez um estardalhaço nas bilheterias e até rendeu a Johnny Depp uma indicação ao Oscar. Três anos depois chegava a segunda parte da série: “Piratas do Caribe - O Baú da Morte”. Junto com ele veio a enxurrada de críticas a produção. E não era pra menos. A produção na gana de querer ficar mais grandiosa que o primeiro encheu a tela de cenas inúteis, cenários suntuosos, muitos efeitos, batalhas tediosas e uma forçação de barra por parte do elenco em querer ficar muito engraçado. O filme é ruim, mas mesmo assim fez boa campanha nas bilheterias.
“Transformers” vive uma história parecida. O primeiro filme da franquia, lançado em 2007 foi um sucesso estrondoso ao adaptar o conceito dos brinquedos da Hasbro (carros que se transformam em robôs) em um longa-metragem. As sequências de transformação dos carros eram inacreditáveis. A aposta em um elenco até então desconhecido também foi muito acertada. Além disso, fez o mesmo que “Piratas”: unir a ação com a comédia.
Eis que agora chega aos cinemas a segunda parte, “Transformers: A Vingança dos Derrotados”. Pois bem. Desta vez os Autobots se tornaram aliados dos humanos com a formação da equipe Nest, na luta contra os Decepticons. Sam Witwicky (Shia LaBeouf) está a caminho da faculdade. É uma fase nova para ele, pois vai ficar longe dos pais, de sua bela namorada Mikaela (Megan Fox) e experimentar a vida independente.
Durante a mudança ele encontra um pedaço do cubo Allspark que originou a batalha entre os Autobots e Decepticons. O garoto passa a ter conhecimentos sobre a origem dos Transformers que podem levar os Decepticons a liderança do universo. Já deu pra notar que os robôs vilões farão de tudo para capturar Sam, que não vai poder levar uma vida normal como sempre quis.
Ao se lançar uma sequência, há uma grande pressão de estúdio e produtores e a expectativa do público em ver algo melhor. E tudo isso subiu à cabeça de Michael Bay que perdeu a mão ao dirigir a segunda parte de “Transformers”. Orçado em US$ 200 milhões, o filme ficou grandioso pelo lado negativo. Tudo ficou muuiito exagerado. O tom de comédia da trama extrapolou, em especial na personagem de Judy Witwicky, mãe de Sam, que ficou mais histérica do que já era, principalmente ao comer certos bolinhos turbinados com maconha. Nesse campo um grande atrativo do primeiro filme era a participação do ator Anthony Anderson, que vivia o hacker Glen Whitmann. Ele fez falta.
Na nova produção os personagens ficaram muito caricatos, o que dá a impressão de que um queria aparecer mais do que o outro. E Megan Fox foi reduzida a uma figura sexual, cheia de caras e poses, deixando-a vulgar em vez de sensual. Apesar de que, quem gosta dela não vai reclamar de sua presença incendiante.
Em relação aos robôs, agora eles são inúmeros e nas batalhas ficou difícil saber quem é Autobot e quem é Decepticon. Outro problema é que os gigantes foram muito humanizados. Eles sentem dor, choram e dizem diálogos piegas que causam riso a todo momento. Os embates entre os robôs que eram pra ser os pontos altos do filme ficaram monótonos. E aquele quê de novidade ao ver carros se transformando em robôs perdeu um pouco da graça.
Os roteiristas “viajaram” ao utilizarem elementos de produções famosas. Em certas horas, nem parece que se está assistindo “Transformers”. Um dos vilões mais parece o Predador do que um Decepticon. Há teletransporte como em “Jornada nas Estrelas”, buscas arqueológicas no estilo “Indiana Jones”, ventos de "Twister", robôs-humanos como de "O Exterminador do Futuro" e também, momentos Michael Bay de auto-adoração. Já no primeiro filme ele fez isso rapidamente quando um garoto compara a chegada dos robôs à Terra como um Armageddon. Mas agora ficou bem mais explícito. No dormitório de Sam há um pôster do filme “Bad Boys II”, dirigido por ele. Em uma sequência inútil, um porta-aviões é destruído, no qual se percebe claramente os enquadramentos e recursos de câmera lenta utilizados por ele em outra de sua produção: “Pearl Harbor”. Egocentrismo puro.
Aquela historinha super legal do primeiro filme sobre um garoto que se sente o maioral ao conseguir seu primeiro carro, a garota mais popular da escola e juntos viverem uma aventura com robôs, foi esquecida para dar lugar a um filme longo; com muito barulho; irritantes travellings circulares; explosões desnecessárias; diálogos bobos; embates insossos, ostentação. Enfim. É uma bagunça sem fim.
Não há dúvida de que a produção será um grande sucesso nas bilheterias, mas como obra cinematográfica... Assim como na franquia de “Piratas do Caribe”, para a terceira parte de “Transformers” se espera que a equipe volte às origens, com uma trama bem amarrada e sem devaneios. O único recado a ser dado a Michael Bay é: "Menos, bem menos".
Oi, amei seu blog!!!
ResponderExcluirEstou reativando o meu, adoraria sua visita e comentário, voltarei sempre por aqui,
Valeu!!!
www.companiacinematographica.blogspot.com
www.emiliogallo.com.br