sexta-feira, 2 de outubro de 2009

MULHER, O SEXO FORTE

"Salve Geral" que chega aos cinemas, vai muito além dos ataques do PCC ao mostrar a luta de uma mãe pela vida do filho

12 de maio de 2006, Dia das Mães. Esta data que era para ser de comemoração, se tornou um terror no estado de São Paulo. A capital parou. Tudo porque o líder da organização criminosa paulistana, Primeiro Comando da Capital (PCC) ordenou um “salve geral” que na gíria dos presos significa: dar o recado. O recado é dado e ataques são realizados com a invasão de delegacias, incêndio à ônibus e ameaças de bomba em aeroportos. O movimento acabou se alastrando também para outros estados como Mato Grosso e Paraná.

O filme "Salve Geral" explora este acontecimento pelo viés do olhar feminino frente a esta situação de caos. Rafa (Lee Thalor) é filho de Lucia (Andréa Beltrão), que é uma professora de piano. Em uma briga, ele acaba matando uma jovem. Rafa é condenado e a mãe vai procurar uma saída para que o filho tenha a sua pena diminuída. Durante as visitas ao filho na prisão, Lucia conhece a advogada Ruiva (Denise Weinberg). Ela presta serviços ao Professor, líder do Comando. Lucia percebe que Ruiva é mais do que uma advogada, com um papel importante na organização criminosa. A professora de piano pensando no futuro do filho, vai para o mesmo caminho.

Lucia e Ruiva são as peças centrais deste jogo perigoso em um mundo guiado pelos interesses. “No começo a Lucia não tem nada a ver com aquele mundo. Ela não entra ingenuamente, ela é tragada pela situação. Lucia tem uma precisão cirúrgica porque o filho dela está na boca do leão, então qualquer passo em falso ela vai perdê-lo para sempre. Ela parece doce, mas não é menos forte por isso. Pessoas doces podem ser excessivamente fortes e valentes”, declarou a atriz Andréa Beltrão em entrevista coletiva.

Para o diretor Sérgio Rezende, Lucia é o fio condutor do filme, uma mulher que vive no mundo da sensibilidade, meio no mundo da lua tocando piano, e que acaba numa linha muito tênue entre o bem e o mal. Para ele, as mulheres da história são o centro do filme. “É interessante mostrar o choque entre essas duas mulheres que jogam o jogo sem choradeira. A pretensa fragilidade das mulheres fica mais forte quando se mostra o oposto”, afirmou o diretor.

A atriz Denise Weinberg completa dizendo que não há um lado bom ou ruim. “No filme tudo é possível. Você pode sair na rua e sua vida virar do avesso. Estamos em uma época muito fugaz em que as coisas são o aqui e agora. Não dá muito para se planejar. Se o jogo é esse então vamos jogar ele agora”. Lucia e Ruiva lutam pela conquista da posição de comando neste jogo permeado pela violência, medo e sobrevivência.

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