sexta-feira, 2 de outubro de 2009

DUAS DOSES DE BUTLER


O bonitão Gerard Butler retorna com dois filmes: “A Verdade Nua e Crua” e “Gamer”. Cabe a você decidir qual tipo vai querer: um cafajeste que arrasa corações ou um herói com cara de poucos amigos. Se o seu caso é ir ver algo despretensioso, a pedida é “A Verdade Nua e Crua”. Nesta divertida comédia romântica, Butler interpreta Mike, um apresentador de TV que passa dicas machistas aos telespectadores. Ele surge no caminho de Abby, uma mulher romântica que trabalha como produtora de TV. Seus temperamentos vão bater de frente e provocar muitas farpas entre eles. Mas claro que os dois acabam se entendendo. “A Verdade Nua e Crua” é leve e adorável como toda boa comédia romântica deve ser.

Num futuro próximo, a febre são jogos de videogame em que os personagens são pessoas reais. O jogo Slayers dá ao jogador o controle total do ser humano em combates de tiro. Os personagens são prisioneiros, que se morrerem pouca falta farão. Mas Kable (Gerard Bulter) é diferente. Em todas as batalhas ele se safa para uma próxima etapa. Se Kable conseguir vencer 30 batalhas ele conquista a liberdade. É esta a regra de “Gamer”, novo filme da dupla de diretores/roteiristas Neveldine e Taylor, que haviam trabalhado juntos na bomba “Adrenalina”.

“Gamer” segue a mesma linha de “Adrenalina” com situações absurdas e até embaraçosas, uma ação incessante e fotografia granulada. O filme tem ação contínua, mas o problema de “Gamer” está no roteiro. A ideia de personagens de videogames serem reais é boa, mas acaba sendo muito confusa. Muitas coisas que acontecem na trama ficam sem explicações, cheias de arestas. Os personagens são muito caricatos. E o embate entre Kable e o vilão Ken Castle (Michael C. Hall, do seriado “Dexter”) não empolga.

O vilão é um caso a parte. O ator Michael C. Hall está canastrão, muito exagerado na pele de Castle. Ele é o responsável por uma das cenas mais estranhas do filme. Cantando “I’ve Got You Under My Skin”, de Frank Sinatra ele e seus capangas fazem uma coreografia antes de atacarem Kable. “Gamer” é um trem fora de controle. Neveldine e Taylor precisam de um freio para impedir que um absurdo como “Gamer” ganhe vida.

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