sexta-feira, 1 de outubro de 2010

À PROCURA DE SI MESMA

Julia Roberts vive mulher em busca de autoconhecimento e felicidade na adaptação do livro “Comer Rezar Amar”

“Sou uma americana de trinta e poucos anos que trabalha, acaba de passar por um casamento falido e por um divórcio arrasador e interminável, imediatamente seguido por um caso de amor apaixonado que terminou com uma dolorosa ruptura. Todas essas perdas, uma atrás da outra, deixaram em mim uma sensação de tristeza e fragilidade, e a impressão de ter mais ou menos sete mil anos de idade”.

A citação acima é extraída de um best-seller que vendeu mais de quatro milhões de cópias pelo mundo, o livro “Comer Rezar Amar”. Escrito por Elisabeth Gilbert, a obra de não-ficção com cara de auto-ajuda conquistou fãs e adeptos da filosofia empregada pela autora. O livro fala da jornada dela que se explica bem no trecho que inicia este texto.

Uma obra bem sucedida nas livrarias, claro, é um pote de ouro para os estúdios hollywoodianos fazerem adaptações. As versões cinematográficas de “O Senhor dos Anéis”, “Harry Potter’ e “A Saga Crepúsculo” comprovam o sucesso da fórmula. Este ano, algumas adaptações de livros que ganharam as telas foram “Um Olhar do Paraíso”, “Os Homens Que Não Amavam as Mulheres”, “Educação”, “Percy Jackson e o Ladrão de Raios”, “Ilha do Medo” e “O Escritor Fantasma”.

O filme “Comer Rezar Amar” traz Julia Roberts como Elisabeth que parte em busca do autoconhecimento e da felicidade. Ela decide tirar um ano para por a vida no lugar. A jornada começa na Itália, onde ela experimenta as delícias da culinária local. Depois ela vai para a Índia e se instala num retiro espiritual para aprender a meditar e refletir sobre a vida, seus sentimentos e questionamentos. A aventura termina na Indonésia, mais especificamente em Bali, que Liz havia visitado no passado. Lá ela tenta fazer as pazes com o amor ao conhecer o brasileiro Felipe, interpretado pelo maravilhoso e espanhol Javier Bardem, que até arrisca umas frases em português.

O filme tem tudo para agradar aos leitores do livro, em especial as mulheres que vão adorar se identificar e se inspirar uma segunda vez, agora pelo filme. Já para quem não leu a obra, o filme é uma comédia dramática sem muito tempero sobre dar uma segunda chance a vida. Talvez Sarah Jessica Parker viveria Liz melhor que Julia Roberts com seu jeito travesso e apaixonado como faz sua Carrie Bradshaw em “Sex and the City”.

A história sobre jogar tudo para o alto e ir atrás da felicidade é uma ótima história para um filme com belas locações, boa comida e aventuras amorosas. Mas tudo isso resulta num longa morno, meio preguiçoso, isso vindo de um diretor criativo como Ryan Murphy, criador do irônico e ousado seriado "Nip/Tuck” e da série pop “Glee”.


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