De Minas Gerais para os Estados Unidos, Cesar Raphael se prepara para fazer seu primeiro longa-metragem, em Hollywood
Uma câmera na mão, uma ideia na cabeça e o sonho de fazer cinema. É assim que começa a história do cineasta Cesar Raphael. Nascido em Belo Horizonte e hoje com 25 anos, Raphael se prepara para realizar seu primeiro longa-metragem, "Pedaço de Papel", juntamente com seu primo e sócio Thiago Bento.
O longa é oriundo do curta homônimo, que o diretor lançou em 2009 e que ganhou diversos prêmios, incluindo o troféu de melhor curta-metragem no Los Angeles Brazilian Film Festival 2011.
"Pedaço de Papel" será uma coprodução entre Brasil e Estados Unidos e desde o início de 2011, o diretor fixou residência em Los Angeles. Ele conta com um apoio de peso, a do produtor Bobby Moresco, ganhador do Oscar por "Crash – No Limite". A filha dele, Amanda, roteiriza "Pedaço de Papel" juntamente com Raphael.
A produção do filme se inicia em novembro e as locações serão em Los Angeles e no Rio de Janeiro. A estreia está prevista para o segundo semestre de 2012. Raphael e Bento conversaram com NO MUNDO DO CINEMA para dar detalhes sobre a ambiciosa empreitada, e a decisão de seguirem carreira em Hollywood. Confira.
Raphael conte um pouco sobre sua incursão no cinema.
CESAR RAPHAEL - Tudo surgiu da minha parceria com meu primo e sócio Thiago Bento. Gostamos de dizer que trabalhamos juntos desde os 4 anos de idade. Sempre gostamos de brincar de fazer filmes, pegando a câmera da minha mãe e chamando os outros primos para serem atores. Na nossa adolescência isso deixou de ser uma brincadeira, para se tornar sonho e agora a produção de um filme. Fundamos a Lumiart, estudamos cinema, começamos a trabalhar com isso e produzi meu primeiro curta-metragem, O Jogo, em 2006 e depois escrevi, produzi e dirigi Pedaço de Papel que foi lançado no final de 2009.
O curta-metragem Pedaço de Papel vai virar longa. Como você chegou a essa decisão?
RAPHAEL - A ideia foi sempre ter o curta como um cartão de visita, uma forma de mostrar o nosso trabalho, com o objetivo de abrir as portas para algo maior. Com toda a aceitação que ele teve nos festivais, os prêmios recebidos e os contatos que conseguimos, possibilitou agora a realização do longa.
Com está sendo estruturar o roteiro do curta para transformá-lo num longa?
RAPHAEL - O filme não tem personagens principais. O personagem principal é uma nota de dinheiro. A história acompanha essa nota desde a fabricação dela, passando por diversos pontos narrativos e personagens secundários, até chegar ao seu final, mostrando que ele é apenas um pedaço de papel. O filme levanta a pergunta: “Até onde você iria por um pedaço de papel?”. O curta tem 17 minutos e agora estamos fazendo o longa-metragem inspirado nele. O filme não é uma refilmagem. Escolhemos seis personagens secundários do curta, aproveitando-os no longa e desenvolvendo uma história para cada um deles. Em todos os quesitos estamos um passo à frente. Se a pergunta do curta é: “Até onde você iria por um pedaço de papel?”, a do longa passa a ser: “Até onde você iria pelo seu sonho?”. Queremos mostrar em que momento a pessoa se torna corrompida para ir em busca de seu sonho.
Thiago, quanto a captação de recursos, como está o processo?
THIAGO BENTO - Não conseguimos captar incentivos para financiar o curta-metragem Pedaço de Papel, por isso decidimos tirar o dinheiro do próprio bolso. Com o longa, não é diferente. Nós abrimos uma joint-venture, na qual a Lumiart é a sócia majoritária, com 65% de cota de participação. Capitalizamos um valor estimado de R$ 400 mil para financiar a etapa de desenvolvimento. E depois vamos partir para a etapa de pré-produção.
O longa-metragem tem um orçamento de US$ 5 milhões. Como você está financiando o projeto?
BENTO - Considerando o mercado nacional, é um valor relativamente alto. Quando se fala em mercado internacional, esse é um orçamento baixo. Para conseguir esse valor, fizemos um empréstimo bancário. Até chegar a esse empréstimo, houve uma operação financeira extremamente complexa. Eu caracterizei o filme, como um produto brasileiro de exportação. Ele é um produto empreendido por uma empresa brasileira e um diretor e produtor brasileiros. Essa operação financeira foi muito mais viável.
Cesar, você quer um ator brasileiro para ser o protagonista. Este nome foi escolhido?
RAPHAEL - A maioria do elenco será americana. O filme será falado em inglês, porém vamos contar com um grande nome do cinema brasileiro. O personagem é um brasileiro que está vivendo nos Estados Unidos. Temos três nomes em negociações, mas ainda não podemos revelar quem são essas pessoas. Mas em breve vamos divulgar a decisão.
Com a experiência que você teve no Brasil e agora trabalhando nos Estados Unidos, o que mudou?
RAPHAEL - Mudou muita coisa. A forma de se trabalhar nos Estados Unidos é muito diferente e a lógica de mercado também. Lá existe uma indústria. No Brasil somos dependentes das leis de incentivo, o que de certa forma, deixa os produtores viciados e acomodados. É preciso haver empreendedorismo, que é o ponto básico para se criar uma indústria. Em Hollywood há essa mentalidade. O ponto positivo disso é que tudo acontece de forma mais rápida. O ponto negativo é que nem sempre os filmes são tão geniais. Muitos são filmes-fórmulas feitos exclusivamente para se ganhar dinheiro. O meu objetivo é conseguir unir o artístico e o comercial e criar um produto perfeito.
Dessa forma, você pretende estabilizar sua carreira em Hollywood?
RAPHAEL - É o meu objetivo. Foi lá que surgiram as oportunidades.
Cesar, o filme será uma coprodução entre Brasil e Estados Unidos. Você apresentou o projeto para alguma distribuidora brasileira?
BENTO - Nós não estamos trabalhando com um estúdio. Teve um grande estúdio interessado no projeto oferecendo US$ 12 milhões para viabilizarmos o projeto. Nós não aceitamos, pois a partir do momento em que se aceita esse tipo de operação, se perde o controle criativo do projeto. Diante disso, optamos correr o risco, fazer com verba privada, recorrer às instituições financeiras para manter esse controle criativo do projeto. Num segundo momento, vamos apresentar o filme às distribuidoras e inevitavelmente podemos ir para as mãos de um grande estúdio.
O curta-metragem Pedaço de Papel vai virar longa. Como você chegou a essa decisão?
RAPHAEL - A ideia foi sempre ter o curta como um cartão de visita, uma forma de mostrar o nosso trabalho, com o objetivo de abrir as portas para algo maior. Com toda a aceitação que ele teve nos festivais, os prêmios recebidos e os contatos que conseguimos, possibilitou agora a realização do longa.
Com está sendo estruturar o roteiro do curta para transformá-lo num longa?
RAPHAEL - O filme não tem personagens principais. O personagem principal é uma nota de dinheiro. A história acompanha essa nota desde a fabricação dela, passando por diversos pontos narrativos e personagens secundários, até chegar ao seu final, mostrando que ele é apenas um pedaço de papel. O filme levanta a pergunta: “Até onde você iria por um pedaço de papel?”. O curta tem 17 minutos e agora estamos fazendo o longa-metragem inspirado nele. O filme não é uma refilmagem. Escolhemos seis personagens secundários do curta, aproveitando-os no longa e desenvolvendo uma história para cada um deles. Em todos os quesitos estamos um passo à frente. Se a pergunta do curta é: “Até onde você iria por um pedaço de papel?”, a do longa passa a ser: “Até onde você iria pelo seu sonho?”. Queremos mostrar em que momento a pessoa se torna corrompida para ir em busca de seu sonho.
Thiago, quanto a captação de recursos, como está o processo?
THIAGO BENTO - Não conseguimos captar incentivos para financiar o curta-metragem Pedaço de Papel, por isso decidimos tirar o dinheiro do próprio bolso. Com o longa, não é diferente. Nós abrimos uma joint-venture, na qual a Lumiart é a sócia majoritária, com 65% de cota de participação. Capitalizamos um valor estimado de R$ 400 mil para financiar a etapa de desenvolvimento. E depois vamos partir para a etapa de pré-produção.
O longa-metragem tem um orçamento de US$ 5 milhões. Como você está financiando o projeto?
BENTO - Considerando o mercado nacional, é um valor relativamente alto. Quando se fala em mercado internacional, esse é um orçamento baixo. Para conseguir esse valor, fizemos um empréstimo bancário. Até chegar a esse empréstimo, houve uma operação financeira extremamente complexa. Eu caracterizei o filme, como um produto brasileiro de exportação. Ele é um produto empreendido por uma empresa brasileira e um diretor e produtor brasileiros. Essa operação financeira foi muito mais viável.
Cesar, você quer um ator brasileiro para ser o protagonista. Este nome foi escolhido?
RAPHAEL - A maioria do elenco será americana. O filme será falado em inglês, porém vamos contar com um grande nome do cinema brasileiro. O personagem é um brasileiro que está vivendo nos Estados Unidos. Temos três nomes em negociações, mas ainda não podemos revelar quem são essas pessoas. Mas em breve vamos divulgar a decisão.
Com a experiência que você teve no Brasil e agora trabalhando nos Estados Unidos, o que mudou?
RAPHAEL - Mudou muita coisa. A forma de se trabalhar nos Estados Unidos é muito diferente e a lógica de mercado também. Lá existe uma indústria. No Brasil somos dependentes das leis de incentivo, o que de certa forma, deixa os produtores viciados e acomodados. É preciso haver empreendedorismo, que é o ponto básico para se criar uma indústria. Em Hollywood há essa mentalidade. O ponto positivo disso é que tudo acontece de forma mais rápida. O ponto negativo é que nem sempre os filmes são tão geniais. Muitos são filmes-fórmulas feitos exclusivamente para se ganhar dinheiro. O meu objetivo é conseguir unir o artístico e o comercial e criar um produto perfeito.
Dessa forma, você pretende estabilizar sua carreira em Hollywood?
RAPHAEL - É o meu objetivo. Foi lá que surgiram as oportunidades.
Cesar, o filme será uma coprodução entre Brasil e Estados Unidos. Você apresentou o projeto para alguma distribuidora brasileira?
BENTO - Nós não estamos trabalhando com um estúdio. Teve um grande estúdio interessado no projeto oferecendo US$ 12 milhões para viabilizarmos o projeto. Nós não aceitamos, pois a partir do momento em que se aceita esse tipo de operação, se perde o controle criativo do projeto. Diante disso, optamos correr o risco, fazer com verba privada, recorrer às instituições financeiras para manter esse controle criativo do projeto. Num segundo momento, vamos apresentar o filme às distribuidoras e inevitavelmente podemos ir para as mãos de um grande estúdio.
Qual a ligação de Bobby Moresco com vocês, na realização de "Pedaço de Papel"?
BENTO - O Bobby nos apadrinhou. Pensamos em tê-lo como o roteirista do nosso projeto. Entretanto, hoje ele dirige tudo o que escreve. Diante disso, pedimos uma indicação à ele de um roteirista. Ele indicou a filha, Amanda. Acreditamos que isso era marmelada, de que ele queria empurrar a filha dele para trabalhar no filme. Mas tivemos uma ótima surpresa, a química bateu. O Cesar vai assinar o roteiro com ela e estamos em negociação com o Bobby pra que ele faça a produção e a produção-executiva do filme juntamente comigo. Até o momento ainda não temos o nome dele na produção. Mas temos a chancela dele. No momento em que se tem um nome como o dele chancelando o projeto, as portas se abrem e aí temos muito mais know-how para viabilizar um projeto desse porte.
BENTO - O Bobby nos apadrinhou. Pensamos em tê-lo como o roteirista do nosso projeto. Entretanto, hoje ele dirige tudo o que escreve. Diante disso, pedimos uma indicação à ele de um roteirista. Ele indicou a filha, Amanda. Acreditamos que isso era marmelada, de que ele queria empurrar a filha dele para trabalhar no filme. Mas tivemos uma ótima surpresa, a química bateu. O Cesar vai assinar o roteiro com ela e estamos em negociação com o Bobby pra que ele faça a produção e a produção-executiva do filme juntamente comigo. Até o momento ainda não temos o nome dele na produção. Mas temos a chancela dele. No momento em que se tem um nome como o dele chancelando o projeto, as portas se abrem e aí temos muito mais know-how para viabilizar um projeto desse porte.
Nenhum comentário:
Postar um comentário