Em 2014, o documentário “Fahrenheit 11 de Setembro” completa 10 anos. Para aproveitar a ocasião que tal relembrar ou conhecer o primeiro documentário a conseguir ultrapassar os US$ 100 milhões em faturamento nos Estados Unidos?
No filme lançado em 2004, o diretor Michael Moore decide bater de frente com ninguém menos que George W. Bush, então presidente dos Estados Unidos. O cineasta expõe sua visão sobre a situação atual do país. A produção começa alegando que Bush teria roubado na eleição de 2000. O filme mostra o presidente saindo de férias em meio às dificuldades do seu governo.
Em dez minutos de projeção, o longa muda de tom com os créditos de abertura com cenas de políticos se preparando para falar do início da guerra do Iraque. Em seguida a tela fica escura e ao fundo, ruídos de pessoas em pânico nas proximidades do World Trade Center. Um momento assustador, forte, que prepara o público para as asserções importantes que Moore vai fazer a seguir.
O cineasta faz indagações em relação as declarações de Bush com voz over em tom irônico, como na pergunta: “Dois meses? Deram a um assassino em massa que atacou os EUA, dois meses de vantagem? Quem em seu juízo perfeito faria isso?” Ou então: “Deixe-me ver se entendi. Idosos na academia: ruim. Grupos pela paz em Fresno: ruim. Leite materno: ruim. Mas fósforo e isqueiro no avião não tem problema”.
Moore trabalha com muita imagem de arquivo, explorando o lado mais desfavorável do presidente americano, o que resulta em cenas cômicas, em especial àquelas que mostram seus momentos caseiros. A música também é um fator importante, com o uso de alguns temas famosos para ilustrar as imagens e asserções, como os temas do filme “Sete Homens e um Destino” e do seriado “Dragnet”.
Com o artifício do cinema-verdade, o diretor utiliza a entrevista como forma de interagir com os entrevistados. Ele conversa com a mãe de um soldado que perde o patriotismo quando recebe a notícia de que seu filho morreu no Iraque. Nessa interação, Moore acaba sendo também um “personagem” do documentário. Isso se percebe na cena em que ele sai pelas ruas de Washington anunciando o Ato Patriótico. E também quando ele e um combatente da Marinha vão ao Capitólio para convencerem congressistas a mandarem seus filhos servirem no Iraque. O diretor até se dirige ao espectador com a pergunta: “Eu não sei quanto a vocês, mas quando os policiais não encontram um assassino, eles não falam com os familiares para descobrirem onde ele possa estar?”.
Outras asserções feitas ao longo do filme são sobre a relação entre as famílias Bush e Bin Laden. O poder da mídia em amedrontar o povo americano, como o canal Fox News, que quebrou a ideia de imprensa independente no país. A paranoia com a questão da segurança, culminando com os motivos infundados da guerra do Iraque e os interesses por trás disso, em defesa dos cartéis de petróleo.
Como se tratam de temas de denúncia é possível ao espectador refletir sobre eles. No filme são discutidas questões que o público às vezes não tem muito conhecimento. A sátira também é um recurso utilizado por Moore. Para ilustrar algumas afirmações, ele usa cenas de filmes e seriados. Faz até uma montagem com temática de faroeste chamada “Afeganistão”, estrelando os “cowboys” George W. Bush, Donald Rumsfeld, Dick Cheney e Tony Blair. Outra sátira é sobre a “Coalização dos que Concordam”. Uma voz tenebrosa cita alguns países como República da Costa Rica, Islândia e Romênia, como “grandes” aliados dos Estados Unidos na guerra do Iraque.
Com tantas informações reunidas no documentário, o filme conta com uma montagem precisa. É interessante notar que com o uso da edição, faz ficarem evidentes fatos contraditórios do governo. O documentário mostra Bush falando que tem justificativas para invadir o Iraque. Em seguida, membros de sua equipe, dizem o contrário. Num outro momento, o secretário de Defesa, Donald Rumsfeld fala do cuidado na escolha dos alvos em Bagdá, intercalado com tomadas de civis sendo mortos.
Em seus filmes, Michael Moore defende o seu ponto de vista e por isso, ele é tão controverso. Uns amam, outros odeiam. É importante ressaltar que quando se assiste a um documentário, o espectador não pode questionar a ética, a posição e os motivos do diretor ao fazer determinado documentário. Deve-se assistir ao filme, analisando e absorvendo as asserções feitas, para refletir e formar uma opinião própria a respeito dos assuntos tratados no filme. Moore utiliza de forma inteligente, os quadros estilísticos e modos de representação de documentários, para fazer afirmações sobre questões pujantes. Isto resulta num documentário de denúncia envolvente e contundente.
No filme lançado em 2004, o diretor Michael Moore decide bater de frente com ninguém menos que George W. Bush, então presidente dos Estados Unidos. O cineasta expõe sua visão sobre a situação atual do país. A produção começa alegando que Bush teria roubado na eleição de 2000. O filme mostra o presidente saindo de férias em meio às dificuldades do seu governo.
Em dez minutos de projeção, o longa muda de tom com os créditos de abertura com cenas de políticos se preparando para falar do início da guerra do Iraque. Em seguida a tela fica escura e ao fundo, ruídos de pessoas em pânico nas proximidades do World Trade Center. Um momento assustador, forte, que prepara o público para as asserções importantes que Moore vai fazer a seguir.
O cineasta faz indagações em relação as declarações de Bush com voz over em tom irônico, como na pergunta: “Dois meses? Deram a um assassino em massa que atacou os EUA, dois meses de vantagem? Quem em seu juízo perfeito faria isso?” Ou então: “Deixe-me ver se entendi. Idosos na academia: ruim. Grupos pela paz em Fresno: ruim. Leite materno: ruim. Mas fósforo e isqueiro no avião não tem problema”.
Moore trabalha com muita imagem de arquivo, explorando o lado mais desfavorável do presidente americano, o que resulta em cenas cômicas, em especial àquelas que mostram seus momentos caseiros. A música também é um fator importante, com o uso de alguns temas famosos para ilustrar as imagens e asserções, como os temas do filme “Sete Homens e um Destino” e do seriado “Dragnet”.
Com o artifício do cinema-verdade, o diretor utiliza a entrevista como forma de interagir com os entrevistados. Ele conversa com a mãe de um soldado que perde o patriotismo quando recebe a notícia de que seu filho morreu no Iraque. Nessa interação, Moore acaba sendo também um “personagem” do documentário. Isso se percebe na cena em que ele sai pelas ruas de Washington anunciando o Ato Patriótico. E também quando ele e um combatente da Marinha vão ao Capitólio para convencerem congressistas a mandarem seus filhos servirem no Iraque. O diretor até se dirige ao espectador com a pergunta: “Eu não sei quanto a vocês, mas quando os policiais não encontram um assassino, eles não falam com os familiares para descobrirem onde ele possa estar?”.
Outras asserções feitas ao longo do filme são sobre a relação entre as famílias Bush e Bin Laden. O poder da mídia em amedrontar o povo americano, como o canal Fox News, que quebrou a ideia de imprensa independente no país. A paranoia com a questão da segurança, culminando com os motivos infundados da guerra do Iraque e os interesses por trás disso, em defesa dos cartéis de petróleo.
Como se tratam de temas de denúncia é possível ao espectador refletir sobre eles. No filme são discutidas questões que o público às vezes não tem muito conhecimento. A sátira também é um recurso utilizado por Moore. Para ilustrar algumas afirmações, ele usa cenas de filmes e seriados. Faz até uma montagem com temática de faroeste chamada “Afeganistão”, estrelando os “cowboys” George W. Bush, Donald Rumsfeld, Dick Cheney e Tony Blair. Outra sátira é sobre a “Coalização dos que Concordam”. Uma voz tenebrosa cita alguns países como República da Costa Rica, Islândia e Romênia, como “grandes” aliados dos Estados Unidos na guerra do Iraque.
Com tantas informações reunidas no documentário, o filme conta com uma montagem precisa. É interessante notar que com o uso da edição, faz ficarem evidentes fatos contraditórios do governo. O documentário mostra Bush falando que tem justificativas para invadir o Iraque. Em seguida, membros de sua equipe, dizem o contrário. Num outro momento, o secretário de Defesa, Donald Rumsfeld fala do cuidado na escolha dos alvos em Bagdá, intercalado com tomadas de civis sendo mortos.
Em seus filmes, Michael Moore defende o seu ponto de vista e por isso, ele é tão controverso. Uns amam, outros odeiam. É importante ressaltar que quando se assiste a um documentário, o espectador não pode questionar a ética, a posição e os motivos do diretor ao fazer determinado documentário. Deve-se assistir ao filme, analisando e absorvendo as asserções feitas, para refletir e formar uma opinião própria a respeito dos assuntos tratados no filme. Moore utiliza de forma inteligente, os quadros estilísticos e modos de representação de documentários, para fazer afirmações sobre questões pujantes. Isto resulta num documentário de denúncia envolvente e contundente.
Nenhum comentário:
Postar um comentário