Sucesso entre os leitores, os gibis conquistam agora os espectadores das salas de cinema com super adaptações
Escalar paredes, voar e ficar invisível. Essas e outras façanhas que até então faziam parte apenas do universo dos quadrinhos, com super-heróis, vilões maquiavélicos e mocinhas indefesas, tomam conta agora das salas de cinema. Os grandes estúdios americanos perceberam o potencial das HQs (histórias em quadrinhos), produzindo filmes com personagens já testados no mercado editorial. Isso é um deleite, tanto para o fã de revista em quadrinhos, que vê na tela a reprodução em carne e osso do que ele lê, como também para aquele que curte filmes com tramas fantásticas e personagens complexos.
A ideia de adaptar histórias em quadrinhos para o cinema não é nova. Desde os anos 40, já se faziam essas adaptações, em sua maioria filmes para a TV. Mas por causa da precariedade dos recursos, essas produções nunca vingavam. “Os filmes adaptados de quadrinhos antigamente, eram muito bobos. Hoje o cinema dispõe de tecnologias para conseguir reproduzir a fantasia dos quadrinhos”, afirma Liberato Santos, professor e aficionado por quadrinhos. Ele ainda ressalta que hoje é mais lucrativo para os diretores tentarem seguir o roteiro das HQs, caso contrário, corre-se o risco de não agradar ninguém e o filme ser um fracasso de bilheteria.
No Brasil, as únicas adaptações são das revistinhas da Turma da Mônica. A mais recente foi "Cinegibi-O Filme", do ano passado. No longa "Nina", os desenhos feitos pela personagem de Guta Stresser são ilustrações do cartunista Lourenço Mutarelli, autor de "A Soma de Tudo Parte 1" e "2", "O Dobro de Cinco" e "O Rei do Ponto". Em breve, uma de suas obras deve ganhar uma adaptação pelas mãos do roteirista Maçal Aquino ("O Invasor"), grande fã de Mutarelli. Essas histórias em quadrinhos giram em torno do universo urbano de São Paulo.
Na Europa, HQs de Astérix & Obélix e Mortadela e Salaminho se tornaram filmes de sucesso. No Japão, o formato em quadrinhos é chamado de mangá. Um dos mangás adaptados para o cinema foi "A Viagem de Chihiro", que levou o Oscar de longa de animação em 2003.
Voltando para as adaptações americanas, esse ano o Homem Morcego retorna em grande estilo no ótimo, "Batman Begins", desta vez encarnado por Christian Bale ("Psicopata Americano"). O filme mostra como Bruce Wayne se torna Batman, o herói de Gotham City. A produção "Quarteto Fantástico" aposta num elenco desconhecido do grande público para levar as telas, a saga de um grupo de astronautas que após um acidente radioativo, passam a ter superpoderes. O quarteto é formado pelo Sr. Fantástico, que tem a habilidade de esticar o corpo como uma borracha, a Mulher Invisível, o Tocha Humana e A Coisa, que tem o corpo feito de pedra. Juntos, eles terão de enfrentar o Dr. Destino.
Algumas heroínas também já tiveram suas adaptações. As precursoras do gênero foram "Modesty Blaise" e o cult "Barbarella", com Jane Fonda como uma heroína que viaja pelo espaço no século 41. Mas recentemente, essas mulheres poderosas não tiveram muita sorte. "Mulher-Gato" foi eleito o pior filme do ano passado e quase sepultou a carreira de Halle Berry. A outra produção foi "Elektra". A personagem que tinha sido vista em "Demolidor-O Homem Sem Medo", não conseguiu emplacar no seu próprio filme. A nova tentativa será com a adaptação de "Mulher Maravilha". A atriz que viverá a princesa amazona ainda não foi escolhida.
Graphic Novel
Além das HQs há a chamada graphic novel ou romance gráfico. Ela se caracteriza por um conteúdo denso, fechado (com começo, meio e fim) e mais adulto. “Essa linha de quadrinhos adultos é desconhecida do grande público, que está acostumado a pensar em quadrinhos como obras infantis”, observa Liberato Santos.
"Constantine" é uma adaptação da graphic novel "Hellblazer". Nele, John Constantine (Keanu Reeves) é um exorcista com câncer de pulmão terminal que está condenado ao inferno por ter tentado o suicídio quando jovem. Determinado a ter o perdão de Deus e conseguir um lugar no Céu, ele manda demônios que estão na Terra de volta para o inferno. “Ele não usa uniforme, é um personagem em que você pode acreditar mais. Ele não é perfeito, tem vários vícios (cigarro, bebida). Isso é um atrativo para o espectador que de repente, está cansado da fórmula super-herói, bonzinho e que quer fazer o bem para a humanidade”, afirma Liberato.
Outra adaptação de uma graphic novel é "Sin City-A Cidade do Pecado". A produção filmada em estilo noir aborda três histórias de crimes e violência. O elenco de estrelas é encabeçado por Bruce Willis, que nos mostra o ousado visual da cidade do pecado, visual esse, que o diferencia das outras adaptações. Para Roberto Sadovski, diretor de redação da revista "SET", o filme é diferente por ser literal. “É menos uma adaptação e mais uma tradução exata das páginas da série de Frank Miller, quadro a quadro, com os mesmos ângulos, a mesma iluminação e os mesmos diálogos. É o gibi em movimento, literalmente”, declara ele.
Nos próximos anos, uma pilha de revista em quadrinhos irá pipocar nas telas. Alguns deles serão: "Superman Returns", a terceira parte de "X-Men" e "Homem-Aranha", "Motoqueiro Fantasma" (com Nicolas Cage), "Homem de Ferro" e o “spin-off” (filme derivado) "Wolverine". A aposta em heróis, anti-heróis e vilões queridos das histórias em quadrinhos, está levando ao surgimento de um novo gênero de filme e a uma fonte de lucros para os estúdios. Independente de superpoderes ou não, a certeza é de que esta jornada está longe de ter um fim.
Escalar paredes, voar e ficar invisível. Essas e outras façanhas que até então faziam parte apenas do universo dos quadrinhos, com super-heróis, vilões maquiavélicos e mocinhas indefesas, tomam conta agora das salas de cinema. Os grandes estúdios americanos perceberam o potencial das HQs (histórias em quadrinhos), produzindo filmes com personagens já testados no mercado editorial. Isso é um deleite, tanto para o fã de revista em quadrinhos, que vê na tela a reprodução em carne e osso do que ele lê, como também para aquele que curte filmes com tramas fantásticas e personagens complexos.
A ideia de adaptar histórias em quadrinhos para o cinema não é nova. Desde os anos 40, já se faziam essas adaptações, em sua maioria filmes para a TV. Mas por causa da precariedade dos recursos, essas produções nunca vingavam. “Os filmes adaptados de quadrinhos antigamente, eram muito bobos. Hoje o cinema dispõe de tecnologias para conseguir reproduzir a fantasia dos quadrinhos”, afirma Liberato Santos, professor e aficionado por quadrinhos. Ele ainda ressalta que hoje é mais lucrativo para os diretores tentarem seguir o roteiro das HQs, caso contrário, corre-se o risco de não agradar ninguém e o filme ser um fracasso de bilheteria.
No Brasil, as únicas adaptações são das revistinhas da Turma da Mônica. A mais recente foi "Cinegibi-O Filme", do ano passado. No longa "Nina", os desenhos feitos pela personagem de Guta Stresser são ilustrações do cartunista Lourenço Mutarelli, autor de "A Soma de Tudo Parte 1" e "2", "O Dobro de Cinco" e "O Rei do Ponto". Em breve, uma de suas obras deve ganhar uma adaptação pelas mãos do roteirista Maçal Aquino ("O Invasor"), grande fã de Mutarelli. Essas histórias em quadrinhos giram em torno do universo urbano de São Paulo.
Na Europa, HQs de Astérix & Obélix e Mortadela e Salaminho se tornaram filmes de sucesso. No Japão, o formato em quadrinhos é chamado de mangá. Um dos mangás adaptados para o cinema foi "A Viagem de Chihiro", que levou o Oscar de longa de animação em 2003.
Voltando para as adaptações americanas, esse ano o Homem Morcego retorna em grande estilo no ótimo, "Batman Begins", desta vez encarnado por Christian Bale ("Psicopata Americano"). O filme mostra como Bruce Wayne se torna Batman, o herói de Gotham City. A produção "Quarteto Fantástico" aposta num elenco desconhecido do grande público para levar as telas, a saga de um grupo de astronautas que após um acidente radioativo, passam a ter superpoderes. O quarteto é formado pelo Sr. Fantástico, que tem a habilidade de esticar o corpo como uma borracha, a Mulher Invisível, o Tocha Humana e A Coisa, que tem o corpo feito de pedra. Juntos, eles terão de enfrentar o Dr. Destino.
Algumas heroínas também já tiveram suas adaptações. As precursoras do gênero foram "Modesty Blaise" e o cult "Barbarella", com Jane Fonda como uma heroína que viaja pelo espaço no século 41. Mas recentemente, essas mulheres poderosas não tiveram muita sorte. "Mulher-Gato" foi eleito o pior filme do ano passado e quase sepultou a carreira de Halle Berry. A outra produção foi "Elektra". A personagem que tinha sido vista em "Demolidor-O Homem Sem Medo", não conseguiu emplacar no seu próprio filme. A nova tentativa será com a adaptação de "Mulher Maravilha". A atriz que viverá a princesa amazona ainda não foi escolhida.
Graphic Novel
Além das HQs há a chamada graphic novel ou romance gráfico. Ela se caracteriza por um conteúdo denso, fechado (com começo, meio e fim) e mais adulto. “Essa linha de quadrinhos adultos é desconhecida do grande público, que está acostumado a pensar em quadrinhos como obras infantis”, observa Liberato Santos.
"Constantine" é uma adaptação da graphic novel "Hellblazer". Nele, John Constantine (Keanu Reeves) é um exorcista com câncer de pulmão terminal que está condenado ao inferno por ter tentado o suicídio quando jovem. Determinado a ter o perdão de Deus e conseguir um lugar no Céu, ele manda demônios que estão na Terra de volta para o inferno. “Ele não usa uniforme, é um personagem em que você pode acreditar mais. Ele não é perfeito, tem vários vícios (cigarro, bebida). Isso é um atrativo para o espectador que de repente, está cansado da fórmula super-herói, bonzinho e que quer fazer o bem para a humanidade”, afirma Liberato.
Outra adaptação de uma graphic novel é "Sin City-A Cidade do Pecado". A produção filmada em estilo noir aborda três histórias de crimes e violência. O elenco de estrelas é encabeçado por Bruce Willis, que nos mostra o ousado visual da cidade do pecado, visual esse, que o diferencia das outras adaptações. Para Roberto Sadovski, diretor de redação da revista "SET", o filme é diferente por ser literal. “É menos uma adaptação e mais uma tradução exata das páginas da série de Frank Miller, quadro a quadro, com os mesmos ângulos, a mesma iluminação e os mesmos diálogos. É o gibi em movimento, literalmente”, declara ele.
Nos próximos anos, uma pilha de revista em quadrinhos irá pipocar nas telas. Alguns deles serão: "Superman Returns", a terceira parte de "X-Men" e "Homem-Aranha", "Motoqueiro Fantasma" (com Nicolas Cage), "Homem de Ferro" e o “spin-off” (filme derivado) "Wolverine". A aposta em heróis, anti-heróis e vilões queridos das histórias em quadrinhos, está levando ao surgimento de um novo gênero de filme e a uma fonte de lucros para os estúdios. Independente de superpoderes ou não, a certeza é de que esta jornada está longe de ter um fim.
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